CAPÍTULO VINTE TRÊS

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nota da autora: Esperam que estejam gostando de acompanhar a história, eu to amando escrever. Não deixem de votar e comentar nos capítulos, amo ler tudo. <3 ps: a reta final está cada vez mais próxima!!!!


Não esperava ter tantas respostas em um só dia. Talvez por isso estivesse no hospital. Mas calma, não consigo pensar muito rápido, tenho que ir por partes.

parte um:

A primeira sensação que tive ao ver Daniel entrando sorridente na sala de aula foi raiva. 

"Onde você estava?" perguntei assim que as pessoas começaram a sair pro intervalo. 

"Por que a curiosidade princesa?" Ele veio em minha direção tocando discretamente em minha cintura. Meu coração não precisava bater tão forte só por sentir ele tão perto. 

"Odeio quando você me chama assim." Sua sobrancelha esquerda levantou em tom de divertimento. "E não estou curiosa, estou preocupada." Aquilo poderia ser mentira mas não era, não mesmo.

"Como quer que eu te chame então?" Me puxou pela cintura aproximando ainda mais nossos corpos e eu passei meus braços pelo seu pescoço, sentindo seu nariz tocar a lateral do meu rosto. Sua respiração misturava com a minha e eu nem conseguia formular uma frase. 

Daniel era a parte mais difícil de tudo. Ele me fazia sentir completamente perdida no meu plano em busca de possíveis verdades e ao mesmo tempo sempre que estava ao seu lado descobria uma parte ainda mais verdadeira de mim mesma. 

"Me chame pelo meu nome." 

"Diana?" Ele sussurrou no meu ouvido apertando meu corpo e eu senti algo aquecer em mim. Sem conseguir me conter busquei seus lábios e lhe beijei profundamente.

Era assim que as pessoas apaixonadas se sentiam? Com uma constante falta de ar e desespero por cada minuto compartilhado? Eu não tinha certeza se estava apaixonada.  Eu ainda mantinha meus pés no chão, não confiava nenhum pouco em Daniel, não me imaginava com ele no futuro e pensar em apresentar ele aos meus pais era algo extremamente distante da realidade. Acima de tudo, nós nem estávamos namorando pra que tudo isso acontecesse.  Era possível amar alguém dessa forma? Eu não sabia dizer mas o que eu sentia me assustava as vezes. 

"É, assim está perfeito." 

"Tudo bem então princesa." Revirei os olhos fazendo menção de sair de seus braços só pra sentir ele me puxar mais uma vez ao seu encontro. Sorriamos como bobos um pro outro e eu esqueci que ele havia sumido por horas, nem me importava mais. Nos beijamos mais uma vez, agora com mais calor e força. Bagunçava em seus cabelos enquanto sentia suas mãos descerem por minha saia. Meu coração batia cada vez mais acelerado ao sentir seus beijos em meu pescoço. Daniel sabia desviar meu foco, sabia mexer comigo como ninguém mais, eu podia erguer uma barreira evitando que ele me atingisse mas não seria suficiente. Ele me derrubava quando queria e eu sentia que se naquele momento ele quisesse arrancar qualquer verdade de mim ele arrancaria. Era exatamente disso que tinha medo. Enquanto suas mãos estivessem no meu corpo e seus lábios nos meus, eu sabia que não tinha controle algum. 

As aulas já haviam terminado. Os corredores sempre ficavam cheios de estudantes apressados e era difícil prestar atenção em algo que não fosse sair logo do colégio. Aos poucos fui esperando as pessoas saírem pra procurar Hanna com mais calma. Ela não estava em nenhum lugar do pátio, nem na cantina ou na sala do diretor. Com certeza não poderia ter ido embora, ela sabia que depois do toque final eu havia marcado de conversar com ela. Queria saber se ela poderia ir comigo no aniversário de Trish, não que eu estivesse com medo ou algo assim. Mas eu sabia que Hanna conhecia aquele mundo melhor que eu e mesmo que provavelmente fosse me dar um cermão por eu estar entrando nessa confusão ela me ajudaria. No entanto acho que não poderia contar com ela no momento. 

Subi as escadas sentindo o silêncio do colégio me incomodar enquanto ouvia cada um dos meus passos abrindo as portas de cada uma das salas de aula. Estava quase desistindo quando na penúltima sala, pela pequena fresta deixada descuidadosamente pude observar minha melhor amiga aos beijos. 

Não seria tão chocante se fosse com Jack ou com alguma garota do nosso colégio. A pessoa que Hanna beijava era alguém inimaginável. Não só pela idade mas por tudo que vinha com seu status e personalidade. O diretor do colégio beijava minha melhor amiga em uma das salas de aula. Aquilo era errado em tantos níveis. Era como ver meu pai beijando alguém da minha idade. Não, acho que exagerei. Imaginar meu pai beijando daquela forma era ainda mais repulsante.  

Milhares de coisas passaram a fervilhar em minha mente. Hanna estava grávida do diretor? Isso era mesmo real? Minha visão me proporcionada visões ainda mais irreais ao observar o clima esquentar e Hanna ser pressionada contra a mesa e ser beijada em diversos pontos do seu colo. Eu não queria mais olhar aquela cena mas parecia congelada, meus pés pareciam presos no chão e eu só queria ir embora sem ser pega. Minha respiração já estava acelerada e meu coração batendo aceleradamente quando algumas peças de roupa começaram a sair do corpo do diretor. Foi o que faltava pra eu sair dali. 

Enquanto andava em direção ao carro sentia tudo turvo, nem mesmo o sol da tarde conseguiu esquentar meu corpo e me acalmar.

"Não vai entrar senhorita Laurence?" O motorista interrompeu meus pensamentos me fazendo reagir. 

Passei a tarde inteira na dúvida se ligava pra Hanna para esclarecer as coisas ou deixava aquilo tudo apenas pra mim e via até onde ela conseguia esconder seus segredos. Ela realmente estava metida numa confusão conturbada. Sabia que ela estava devendo aos traficantes por ter usado drogas mas Hanna havia condições de ter quitado a dívida, eu mesma me ofereci pra ajuda-la. Achei que a pessoa com quem ela estivesse envolvida tivesse alguma ligação com o tráfico. Alguma ligação que pudesse deixar ela tão presa a essa mundo que ela não podia mais sair e nem quisesse levar ninguém junto. 

Mas e se...

Não era muita loucura. Era surreal. Não havia como ligar tudo aquilo. Era loucura minha. 

Hanna havia me dito que sabia quem comandava tudo na escola.

Disse que havia contado ao cara com quem traiu Bryan e ele via o bebê como um problema. 

Hanna acha que o cara que tirou suas fotos estava com raiva dela porque foi rejeitado. 

Mas e se...

Fosse o diretor que comandasse todo o esquema de drogas no colégio? Porque é tão ridículo imaginar que ocorra fabricação e tráfico dentro de uma escola e ninguém desconfie? Como o clube dos quatro traficantes entre e saia aos sábados sem nenhum supervisão fabricando drogas sem ninguém suspeitar? Alguém de dentro sabia. 

O diretor não quer que um caso com uma aluna estrague seus planos. Talvez assim tenha pago a Jack as fotos e espalhado por todo o colégio. Um dia antes colocou uma carta com informações muito pessoais sobre nossa amizade. Ele era quem sabia tudo o que acontecia, quem mais facilmente poderia obter informações sobre nós. Pelos nossos pais, nossos amigos ou até mesmo eu ou Hanna podemos ter dito coisas sem ao menos imaginar que se voltaria contra nós. 

Ninguém nunca vai desconfiar de um autoridade como ele. Ninguém vai tentar passar por cima dele. 

Jack havia tentado me alertar. Daniel sempre me avisava. O problema é bem maior do que sequer possa imaginar. Mas o que todos eles tem em comum é que me subestimaram. Minha intuição e todas as células do meu corpo gritavam dizendo que eu estava certa e eu confirmaria isso naquela noite. Enquanto todos estivessem bebendo e se divertindo eu novamente estaria jogando. Eles realmente achavam que o problema era demais pra mim. Mas eles não fazem ideia do quanto eu posso aguentar.

 De repente me dei conta que o jogo em que estava, não consistia em ganhar ou perder. Era como xadrez, a estratégia vale mais que a força. Eu só precisava continuar com minha estratégia e ganhando peças. Afinal, a peça mais importante não é o rei, e sim a rainha. É ela a que faz todos os movimentos e pode estar em qualquer lugar, seguindo qualquer direção no tabuleiro. Eu era  rainha e estava ansiando cada vez mais para descobrir qual seria o rei no jogo. 




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