vamos lá

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Oito longos anos. Oito anos longe da minha família. Éramos quatro, depois três, e eu...os tornei dois. Sair sem olhar para trás, como se diz o ditado. Nada me afetava, era a protegida, apesar da morte da minha mãe, ter mudado tudo, foi assim que nos distanciamos dos tios e primos, para uma família de três. Apesar disso, tinha tudo.  Um pai amoroso, um irmão super protetor. Éramos bastante apegados. Antes da tragédia, e a tal só nos aproximou mais. E fui embora. Os larguei.  Foi a decisão mais difícil que já tomei em toda minha vida. Dezoito  anos recém completado, boas propostas de faculdades, um futuro promissor...no entanto...preferir tentar viver o tão falado amor, que meus pais viveram. Um amor de contos de fadas, que não  importava os desafios que iríamos enfrentar, sempre teriamos em mente, que estaríamos juntos a eternidade.

Nem tudo são flores, né mores.

Ficamos apenas um ano e ele sumiu. Magicamente sumiu, quando falei que estava grávida.

Agora me diz, com que cara eu iria voltar para casa? Com uma criança no ventre pedindo arrego? Ele me fez promessas, inúmeras juras de amor.   Por vergonha mesmo, admito, resolvir ficar mais um pouco, até dar tempo de ser perdoada. E se passaram oito anos.

Voltamos a nos falar, a cerca de um ano. Papai e eu. Omitir a parte que ele é avô. Já comecei, não dá forma certa. Se deveria ter contado? Com toda certeza. Mas não seria eu se não batesse aquela... digamos... Insegurança, deles não aceitarem. Sim, pensei nisso várias vezes. Estou nessa de esperar o momento certo, como disse,a longo oito anos.

Quando, o senhor Renan Lynn por os olhos na minha linda princesa, vai ama-la, no primeiro instante. Eu sei. Certeza, não deveria existir numa pessoa que também é insegura, naturalmente confusa, paranóica, - sintomas de uma mente atordoada - chorona, e, assim vai se seguindo. Sou... verdadeiramente, um ser vivente do milênio. Sim.

Maria, minha filha é a criança mais adorável que conheço, e dúvido existir igual.
Gosta de pôneis, princesas e pelúcias. Ultimamente, não tira a roupa de cinderela, que ganhou de dia das bruxas. Foi difícil convencer-la a usar outra roupa, para virmos para cá.

Nem falei meu nome. Desculpem-me.

Me chamo Tara Lynn, tenho 26 anos, formada em publicidade, mãe de um ser lindo ...magoada com a vida, reciosa com as pessoas...ou seja, como falei a pouco, um ser vivendo no século vinte e um.

Retornei para São Francisco na Califórnia, com a intenção de retomar, definitivamente o vínculo com meus familiares. A minha família de três, que agora será quatro. Especificamente meu pai e irmão.

Suspirei!

— Então vamos lá!

O HÓSPEDE DO QUARTO AO LADO (Concluído em edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora