capítulo 09

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Tara

— Boa noite. - dei por encerrada aquela situação.

Entrei no meu quarto, fechando a porta atrás de mim, me encostando nela, notei que estou levemente ofegante, parecendo que fiz uma caminhada de alguns quilômetros. Sendo que foi menos que isso. Porém comparado ao emocional, é realmente como se eu tivesse feito uma caminhada de longos quilômetros. Aquelas duas mulheres, me levaram à exaustão.

Tentei me acalmar fazendo outras coisas, como, fui ao banheiro lavei o rosto, tirei toda a maquiagem, fiz uma skin care, troquei de roupa e me acomodei ao lado da minha Princesinha.

..... Acordei com o despertador. Tirei a noite num sono só, porém a sensação de que dormir pouco, é maior. Fiz todas as minhas necessidades matinais, me troquei. Daqui a pouco irei "visitar" o local onde irei trabalhar a partir de segunda-feira. Sinceramente eu mal vejo a hora de ir trabalhar, não sou acostumada a ficar muitos dias, a não ser nas férias obviamente, sem trabalhar. Não só Maria, mas eu também sou regrada a rotina.

Me olhei no espelho e...Está tudo...Como deveria estar. Nem menos nem mais. Depois de pronta, acordei Maria, lhe dei banho e a troquei.

— Vamos passear de novo, mamãe?

— Não, meu bem. A mamãe vai encontrar uma escola bem legal para você​, e, vou para o trabalho.

— Com quem vou ficar, já que não vou junto?

— Com a Kim.

— Quem? É uma babá? Não preciso de babá, mamãe.

— Não é uma babá, meu bem. Daqui a pouco vais conhecer. - fez sinal de positivo com a cabeça.

Descemos para tomar café, e, as mesmas pessoas de ontem estão a mesa, com as mesmas conversas de ontem. Ou seja estou vivendo um eterno Dejavu.

— Bom dia. – cumprimentei todos.

— Bom dia. – falaram aos mesmo tempo.

Maria beijou as bochechas dos três homens e sentou-se ao meu lado.
Servi minha pequena com uma fatia de bolo, suco e algumas frutas.

— Então, você é a famosa Maria? - Agatha falou sorrindo para minha filha.

— E você? - Maria a olhou de cima a baixo. Ou seja até uma criança de seis anos notou que essa magrela não passa de uma cobra.

— Sua futura tia, docinho. - apertou a bochecha da pequena que fez careta.

— Tem gosto para tudo. - Maria resmungou.

Muitas vezes​ ela parece ser mais madura do que eu.

— Como foi ontem, meu amor? - Renan perguntou a neta.

— Foi muito legal, vovô. Compramos muitassss coisas. E tinha uma rua bonita irregular cheia de flores bonitas, coloridas e comprei um presente pra vocês.

— Um presente? - Cameron entrou na conversa.

— Eu amei, então vocês vão amar. É um leão marinho de pelúcia. É muiiito fofinho. - apertou as próprias bochechas fazendo uma boca de peixe.

— Com certeza, vamos gostar. Confio no seu gosto. - Tom falou sorrindo.

— Um urso de pelúcia? - Taylor gargalhou.

— Qual o problema? - Renan, Cameron, Tom e eu falamos ao mesmo tempo.

— Eles são homens não crianças. - falou o óbvio.

Mas ela não viu a intenção por trás da atitude da minha pequena. Como veria, ela é mais das que não notam o óbvio a um palmo do nariz.

— É demais para mim. - não conseguir me conter.

— Estou certa. - Maria só olhava para ela.

— É a intenção que conta, Taylor. - Tom falou como se ela fosse uma criança de três anos, enquanto a loira revirava os olhos.

— Termina de comer, meu bem. - levantei e fui para a cozinha.

Assim que cheguei na cozinha, tentei me controlar. Aquelas mulheres me fazem pensar besteiras. Não vale a pena me estressar com ela. Deixando isso de lado, me dirigir até Kim.

— Deseja alguma coisa, senhora?

— Irei sair nesse período da manhã e quero que fique de olho na Maria, você fazer isso para mim por favor?

— Sim, senhora.

— Me chame apenas de Tara. – sacudir a mão no ar – Esqueça o senhora.

— Tudo bem. - sorriu.

Ela é bonita.

— Até mais então e obrigada.

— Fique tranquila. Vou cuidar dela.

Retornei para a sala de jantar, sentei-me no meu lugar, o restante da refeição foi um pouco pesada apesar da Maria está conversando animadamente com todos. Estavam lá, mas suas mentes talvez não.

....

....Tom ficou de me dar uma carona para o trabalho, já que ele está indo na mesma direção. Ele vai deixar a enjoada da Taylor​ na agência e bla, bla, bla depois a mim.

Falando na cobra de cabelo. Ela não para de falar. Estou a pouco de manda-la calar a droga da boca. Eu sou uma pessoa que gosta do silêncio.

— Entregue! - Tom disse assim que estacionou enfrente ao destino da loira. Me controlei para não respirar alto de alívio.

— Almoçaremos juntos, certo?  - falou toda manhosa com a mão na coxa dele.

Estou aqui, se controla.

— Desculpa, mas hoje não. Tenho muito trabalho.

— Você sabe que irei viajar a tarde, e, só vou voltar na próxima semana, não sabe?

Uma noticia boa.

— Sinto muito. - ele parece um pouco desconfortável com essa cena toda. Ela está com a mão lá. Naquele lugar.

— É uma pena. - se beijaram por alguns segundos. Segundos esses que para mim pareceram uma eternidade.

Nunca passei por isso na minha vida​. Ela fez de propósito isso, né? Por que na minha concepção, uma pessoa não faria isso assim descaradamente sem ser para provocar outra pessoa e, ou faria? Eu não sei de nada.

Finalmente ela foi embora.

Com certeza não há assuntos nos próximos minutos.

— Me desculpe. - falou assim que o automóvel começou a se movimentar.

— Pelo o que exatamente? - sei que o homem no volante está me olhando pelo o retrovisor, o encarei por lá, logo desviando.

— Tudo.

— Seja objetivo, por favor? Tudo enquadra muita coisa.

— A Taylor. Ontem, hoje a pouco. - parece sincero.

— Ontem? - será que ela contou que...Me humilhou junto com a outra lombriga?

— Sim. Após "nosso encontro" no corredor... ouvir uma conversa nada agradável...Me desculpe.

— Você não deve se desculpar pelo o que os outros fazem. E já estou acostumada com pessoas como ela. Não me afetam tanto quanto gostariam.

— Não deveria se "acostumar" com essas coisas.

— Tarde de mais. - fitei sua imensidão azul pelo o espelho. Não foi o melhor a se fazer. Ele correspondia o olhar e foi...Intenso.

Não sei como descrever a sensação. De verdade.

Droga!  Talvez esteja me apaixonando.
Isso explica as bobeiras que ando falando e sonhando.

O pior momento para acontecer! Se bem que, não existe momento certo.

O HÓSPEDE DO QUARTO AO LADO (Concluído em edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora