capítulo 32

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Tom não mentiu sobre o restaurante, é tudo e mais um pouco do que disse. Principalmente o atendimento, foi de uma atenção invejável.

— Tava pensando, em uma noite desses assistimos ao um filme. Que tal?

Esses detalhes, convivência de casal faz toda a diferença, em conhecer o parceiro. Gosto que ele esta tomando essa iniciativa.

— Claro. Pode ser.

.... finalmente em casa. Mais precisamente embaixo do chuveiro. Água morna me fazendo entrar em um estado de relaxamento profundo. Hoje foi um dia desgastante, que só faz a gente percebe quando ele esta no fim. De tudo fiz, mas no final não foi nem a metade.

...desci para a sala encontrando os três homens da minha vida, ajudando Maria com a lição de casa. Foi inevitável não me emocionar. Era disso que Maria precisava. Uma família. Fiquei assistindo à cena por um tempo, me permitindo um pouco dê conforto de mãe.

Após o jantar, pus Maria para dormir e fui para o quarto de Thomas assistir a um filme.

— Tom? — bati na porta e ninguém falou nada. Então entrei.

O quarto está vazio. Acomodei-me na cama com o notebook no colo. Agora começa a missão impossível. Escolher um filme. Essa é a pior parte de se combinar para ver um filme, tantas opções que nos faz duvidar a cada nome na tela.

Difícil. Esses streaming não facilita mesmo.

O notebook de Tom começou uma chamada. Na verdade, tinha alguém ligando e cliquei em um botão e atendi. Pior escolha. Do outro lado da tela está Taylor, vestindo apenas uma lingerie minúscula.

Menos de dez centímetros de tecidos estavam em regiões "estratégicas". Ela dançava ou tentava. Fiquei vendo aquilo, sem conseguir esboçar a mínima reação.

Onde que fui me meter?

Respirei fundo, me obrigando a fazer algo, porém, nenhuma opção plausível me surgiu.

Primeiro que, eu não deveria ter atendido. A ligação não era para mim, não tenho esse direito ainda, de mexer assim nas coisas dele.

Segundo, porque essa mulher se sentiu no direito disso? Qual tipo de liberdade ainda ha entre eles? Porque para alguém se sentir à vontade para fazer algo assim, bom, no mínimo tem que haver um grau de intimidade alto. Não é?

Respirei fundo novamente. Estou ficando envergonhada e irritada. Mas... quero vê até onde ela vai com essa cara de pau. Impossível ela não estar me vendo aqui.

Taylor puxou uma cadeira, sentado-se enquanto rebola, puxando os próprios cabelos.

Como uma pessoa adulta se passa por isso? Legal você fazer um stripper para o seu namorado, marido ou noivo sei lá. Mas quando se está com ele, em uma relação. Tom falou que terminou com ela. Essa situação não condiz com um término.

Nem sei em que momento comecei a chorar. Só sei que estou. Essa situação é vergonhosa e humilhante para mim.

— Tara, amor fui fazer pipoca. Já escolheu o filme? — Tom falou ao fechar a porta.

Não consegui responder. Meus olhos ficaram na imagem de mulher que agora está sem roupa nenhuma. Minhas mãos tremiam.

— Aah! — ela gritou do outro lado quando "me viu" ao se aproximar.

— O que ela está fazendo aí? — ouvir Tom perguntar tão assustado quanto "Taylor".

— Ela ligou. — falei fechando o notebook.

— Não tenho nada a ver! — me olhou, soou tão sincero e ao mesmo tempo com medo.

Deus porque essas coisas só acontecem comigo?

— Talvez sim. Talvez não. Ela ligou para você. De alguma forma, ela se sentiu confortável em fazer isso. Thomas sei que estamos juntos e para dá certo, certas coisas como essa devem ser evitadas.

Falei já... querendo sair dali.

— Amor... — o interrompi.

— Vesti um casaco. Vamos sair.

Bati na porta do quarto do meu pai e o pedi para ficar de olho na neta, enquanto eu estivesse fora.

— Aonde vamos? — Tom perguntou ao dar partida no carro.

— Em nenhum lugar específico. Vamos só vagar por aí. Esclarecer os pensamentos.

Ele me olhou sem entender mais fez o proposto.

Após uns trinta minutos zanzando pelas ruas de São Francisco em pleno silêncio o homem no volante estacionou em um parque. E pelo incrível que pareça estava tendo uma sessão de cinema. Como nos filmes.

— Não foi só aquela ligação que te fez ficar assim?

— Assim como? — retirei o sinto, me virei para ele.

— Distante. Fria. Usando frases curtas quando fala comigo. Me diz o que fiz para, assim quem sabe possa encontrar um modo de me redimir, e assim te fazer feliz.

Sorri.

— Estou sobrecarregada de tudo. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Tom, eu realmente pensei que nunca iria encontrar alguém. Serei sempre eu e minha filha. E estava disposta a isso. Conformada, na verdade. Eu renunciaria qualquer por pela, incluindo essa parte da vida, mas você apareceu. E me vi tento tudo novamente. Dai acontece algo assim. Isso me faz questionar muita coisa e a principal delas sou eu.

— Tara, isso que aconteceu e nenhum de nós tem culpa. Você não pode pegar essa situação isolada, que garanto que nunca mais vai se repetir, se comparar uma antiga e rápida relação que tive com a Taylor e comparar com a nossa que estar no início e você mais do que ninguém, sabe que relações são construídas a base de confiança. E eu já te mostrei do meu jeito, do jeito consigo que quero você na minha vida. Só você. Chega de tanta insegurança! Chega de se julgar não capaz de ser amada! Chega de tanto se cobrar! Vamos viver o que está nos acontecendo de bom. Porra eu te amo! Te amo com tudo de mim.

Toquei seu rosto. E lhe beijei carinhosamente.





..

Essa é uma das minhas primeiras histórias escritas e postada aqui, mudei bastante desde 2017, mas ao revisar decidir não mudar tanto a história. O objetivo principal é acontecimentos continuar os mesmos. Pouquíssimas coisas irão mudar.

O HÓSPEDE DO QUARTO AO LADO (Concluído em edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora