capítulo 30

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Acordei seis horas em ponto. Maria tem que está na escola às oito e eu no trabalho às oito e meia. Estou um pouco dolorida.

Depois de todo material escolar, que ela vai precisar, também arrumei minha bolsa , tomei m banho e me arrumei em seguida. Olhei no espelho e... enfim. Ficou bom.

— Filha acorda. Já está na hora. — a chamei.

— Não quero. — resmungou sonolenta.

— Tudo bem, mas é o primeiro dia de aula na escola nova.

— É hoje? — pareceu mais animada.

Ela gosta de ir para escola, conhecer novos amigos.

— Sim, meu bem.

— Bom dia, mamãe. — me abraçou.

Ohhh

— Bom dia, princesa. — retribuir o abraço.

Sem a "birra" de não querer acordar, foi fácil em diante. Banho rápido, uniforme passado e engomado, descemos para tomarmos café. Deixei Maria comendo, fui até a cozinha e preparei seu lanche eu mesma. Quando voltei para a sala de jantar, os outros que faltavam, já estão nos seus devidos lugares.

— Mamãe, a tia Agatha quer que eu seja a daminha.

É compreensivo ela querer Maria, como daminha no seu casamento, quer se mostrar receptiva e ganhar tanto a mim quanto minha filha. Compreensivo é, mas não esqueço do que ela já me fez, é como falei, com essa mulher sempre terei um pé atrás, envolvendo minha filha principalmente. Mas se ela quer uma chance comigo, o caminho mais fácil para chegar nela é meu irmão. É sei exatamente o que vai quebrar o gelo.

— É verídico? — olhei diretamente para ela.

— Ainda com essa mania de falar palavras antigas e difíceis? — Cam sendo Cam.

— E você sempre incomodado porque não sabe o significado. — retruquei.

— Vai ser divertido. — meu pai falou.

Nossas refeições eram assim quando crianças. Sempre gostei de saber do sentido e significado das coisas e Cam sempre foi o que corria de livros, então sempre que podia, usava disso para implicar com ele. Mas no final era divertido.

— Pai para! Não iremos fazer... qualquer coisa que seria divertido, encontrando "significado" em palavra que nem existem mais. — falei usando as frases que meu irmão sempre dizia.

— Que nostálgico. — meu pai disse rindo.

— Sempre cortando o barato, né pai?

— Mamãe é assim mesmo. — Maria falou por dentro do assunto, todos riram.

— Maria. — a repreendi de brincadeira.

— O que sua mãe faz para cortar seu barato, amorzinho? — Renan incentivou.

— Ai a gente, tá na maior diversão, sendo criança. Aí ela manda ir tomar banho, dormi e blá blá blá. — falou revirando os olhos.

— Nossa. — Tom falou como se eu fosse a pior das pessoas. Até ele?

— Com você ela já fez coisa parecida, né Thomas? — Cam perguntou ao Tom.

O que? Olha onde essa conversa levou! Já deu!

— Bom... — começou olhando para mim.

— Sério isso? Vai fazer ele entrar nesse assunto? — falei um pouco irritada.

Coisa chata. Falando de mim como se eu não estivesse aqui.

— Deixem ela, gente. — Agatha me defendendo? Ela quer mesmo se aproximar. — Ja perdeu a graça mesmo.

Ok. Não faz mal dar uma segunda chance. Somos cunhadas, afinal. Temos que ter uma boa relação.

Riram.

— Tanto faz! — sai.

Fui para o quarto, pegar minha bolsa e a mochila da Maria. Me irritei fácil, admito. Meu período menstrual já dando as caras. Afinal, Tom não vai demorar a ser pego. Rir com esse pensamento.

Após algum tempo Maria entrou toda receosa. Ai que dó.

— Mamãe?

— Vá escovar os dentes, estar na hora de irmos.

Ela passou com a cabeça baixa por mim.

Verifiquei o uniforme de Maria para vê se a não tinha se sujado. Limpinha. Ainda bem, né. Fiz uma boa escolha em escolher essa escola. São apenas para crianças. Fico mais tranquila sem todos aqueles adolescentes cheios de hormônios.

Ta linda. Como sempre minha filha é.

..

— Pai me empresta seu carro?

Os homens estão todos na sala conversando sobre sei lá o que.

— Eu te levo, amor. - Tom falou. Fui pega de surpresa, por ele chama de amor na frente de todo mundo assim.

— Obrigada, mas...

— Parece que se queimou! — Cam tocou no ombro dele, rindo.

Não é ele se deu mal, em entrar na brincadeira que claramente não estava mais me sentindo a vontade.

— Filha vai com o Tom. - Renan disse num tom incentivador.

— Vai me emprestar ou não?

— Tara. — Thomas parece magoado.

Ignorei todos ali e peguei as chaves do carro do meu pai, que estava sobre a mesa de centro.

— Não faz assim, filha.

Depois me resolvo com o Tom. No final das contas não é nada demais, só que agora, estou um pouco irritada e não quero dar o braço a torcer.

— Tem que andar na linha de Thomas.

Cameron está se divertindo com a situação. E o engraçado que foi ele quem começou isso tudo.

..

Acomodei Maria na cadeirinha apropriada para a idade dela. Ela não gosta muito, mas segurança em primeiro lugar.

— Tara? Tara espera! — Tom segurou a porta do carro, antes que eu a fechasse.

— Thomas, vou me atrasar. Por favor, depois conversamos. Tudo bem? — pedi na maior tranquilidade.

— Tara. — sussurrou.

Suspirei.

— Não estou brava com você. Só foi toda a situação, por mais boba que tenha sido. — ele confirmou. — Tenho que ir. Até mais.

Dei partida.

Queria um dia tranquilo hoje, sem tanta agitação desnecessária. Queria começar com pé direito  no meu primeiro dia de trabalho. Mas aqui estamos não é mesmo.

O HÓSPEDE DO QUARTO AO LADO (Concluído em edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora