capítulo 03

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Ficamos um bom tempo de papo, Maria sendo paparicada a cada segundo, e ela amou. Amou a atenção sobre si. Sempre fomos só nós duas, então ela se sentiu no centro do mundo, com eles. E ela é. O centro do meu mundo.

Cam fez um rápido tour, pela a casa, mostrando o que mudou, foi pouca coisa, não queriam tirar a "assinatura" da mamãe. Realmente, a casa ainda lembra muito ela. O tour terminou no "meu " quarto, que coincidentemente fica ao lado do de Thomas.

Meu pai prometeu a Maria, que ainda essa semana, iria providenciar o dela, quando viu a "decepção", ao notar que não teria um quarto só para si... De princesa como ela pediu.

— Se ouvir um barulho, não se assuste... - disse Cam sorrindo. – É o motor aqui. - ele bateu na porta do quarto do Thomas. – Ele ronca, que é uma beleza.

Ouvimos a risada do Thomas, acompanhado de um, "me erra!"

— Mãe, não quero dormir. - fez birra, cruzando os braços.

— Já são nove horas, Maria. Já passou da hora de ir para a cama. - mostrei as horas no celular a ela.

— Mas, dormir muito hoje. - fez bico.

— Sim, eu sei.

— Então...so um pouco de tv? - o bico aumentou.

Apertei suas bochechas. É difícil dizer não para ela. Principalmente quando faz essa carinha.

— Só um pouco. Irei arrumar nossas coisas, e, quando acabar a mocinha vai nana. - pus em um filme infantil no celular e lhe entreguei.

— Sim. Promessa. - sorriu.

— Promessa. - lhe beijei as bochechas.

Tentei realmente organizar, não como faço normalmente, que é só por nós cabides e acabou, coloquei por cores, e algumas por estação. Em menos de uma hora, para meu espanto, tudo estava no seu devido lugar. Algumas coisas no quase, outras só...quase jogadas.

Como já sabia, Maria dormia com o celular de lado. No quesito resistir ao sono, ela é fraca. Tenta se manter de pé, mas não aguenta, por muito tempo.

A acomodei melhor, apaguei algumas luzes. Agora é minha vez, de me desligar. Hoje, foi um dia especialmente cheio, para ela. Estou ainda, em efeito de adrenalina, um banho quente, talvez me ajude um pouco.

Relembrando agora, o encontro, saiu tudo bem. É gratificante, ver o quanto eles a receberam bem. Estou aliviada. Confesso. Um peso enorme, saiu das minhas costas. Tudo, o que eu queria, para o meu bebe, era que ela tivesse uma família, e agora ela tem. Do nada, as vezes, ela quer saber do pai. E o do por que, de " não ter" um. Não sei o que falar na maioria das ocasiões, porém uma das coisas, que lhe garanto,  é que, independente de o Adam está lá ou não, ela é amada. Muito amada.

Tomei um banho demorado, e, frio. Frio, não por está calor, mas, como um choque de realidade. Ainda estou me sentindo... como posso dizer...meio que sob a superfície, se é que dá para entender.

Me aconcheguei nas cobertas, talvez não consiga dormir, querendo ou não, é um lugar novo, e, não consigo dormir, sem está no meu hábitat natural. Talvez não faça sentido. Passa me acostumar com um lugar novo, leva uns dias, mesmo aqui, onde passei boa parte da minha infância e toda a adolescência.

Virei de um lado, para o outro, procurando a melhor posição, a mais confortável, se possível, já que o colchão e lençóis, tem o máximo conforto.

Me sobressaltei, um leve infarto, digamos, com um barulho. A casa está toda em silêncio, até um cair de alfinete, é equivalente a uma banda de fanfarra. Foi o que aconteceu. Algo caiu, talvez. Ou um arrastar de móveis. Novamente.

O HÓSPEDE DO QUARTO AO LADO (Concluído em edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora