capítulo 14

978 114 17
                                    



Tara

— O mundo é pesado, Hiddleston. - sussurrei.

— Dou milhões de viagens se for necessário, desde que esteja do meu lado. - sorriu me abraçando.

Sabe o melhor lugar do mundo? Então... é nos braços de Tom. Seu cheiro, seu toque.

Engoli em seco me afastando.

— Não é que eu não queira e eu quero muito você, muito mesmo, mas...Tom...

Chora não. Chora não. -falei para mim mesma com a mão no peito. Meu peito dói e essa dor eu que estou causando. Tom está aqui na minha frente oferecendo o mundo a mim, a nós e eu não estou jogando fora, tenho consciência disso. Na verdade, tenho medo. Muito medo. Adam também me ofereceu o mundo e me abandonou. E Hiddleston tem tudo para fazer a mesma coisa. Meu maior medo é esse. Passar pela a mesma coisa, a mesma dor.

— Do que tens medo? - lê pensamentos não é legal, Tom. Rir apertando a ponto do meu nariz.

— Não sei como eram seus relacionamentos anteriores mas, não será igual. Nem seu respirar será igual. E é essa indefinição que me assusta. Me jogar em algo que... – respirei fundo – Que sei como vai acabar.

Caminhei menos de quatro passos até ficar o mais próximo possível do homem a minha frente. Ergui a cabeça e fiquei na ponta dos pés.

Beija-lo ou não beija-lo? És a questão.

— Eu te garanto, farei o possível e o impossível para sermos...além do que possa imaginar. - aproximou seu rosto.

Aí meu Deus!

— Garanti?

— Garanto.

Me beija logo. Por favor. Não tenho forças...para te afastar de novo.

Foi suave. Mais leve que uma pena. Um incrível... selinho?

Ele se afastou.

Foi apenas um selinho.

Pelo o amor de Deus, né Thomas?

Foi o melhor selinho que já ganhei na minha existência, e eu pode apenas viver desse toque, mas... é o Thomas Hiddleston esperava mais.
O problema é esse! Esperar mais das pessoas. Tom também é um ser humano.

— Mamãe? - me afastei bruscamente de Tom. Pareceu que eu tava fugindo dele. Não foi minha intenção. Longe de mim querer que esse homem saia de mim.

— Oi meu bem. - deitei ao seu lado.

—Tive um sonho. - esfregou os olhinhos.

— Foi apenas um sonho, meu bem. - beijei sua cabeça.

— Foi com o papai. - falou.

Maria nunca viu o pai. Como assim sonhou com ele?

— Com o seu pai?

— É. Ele...tava aqui. Com a gente. Eramos uma família. - sorriu.

A falta de um pai na vida da minha pequena já está mexendo com ela e vai ficar cada vez mais difícil. Tenho que encontrar Adam. Mesmo que ele nos rejeite de novo. Pela a minha filha.

Não sei o que falar para a minha pequena. Apenas fiz carinho nos seus lindos cabelos.
Após Maria pegar no sono de novo, retornei até Tom.

Cheguei já nele chorando. Não teve outra. Ele me envolveu em seus braços fortes.

— Vamos sair daqui. - me conduziu para fora do quarto.

Estou tão abalada por não poder dar a minha filha o que ela tanto quer. Seu pai.

— Por que do choro? - perguntou depois de um tempo me abraçando.

— Pergunta difícil. - funguei.

— Tudo bem. - esticou o braço para mim. Sem pensar duas vezes me aconcheguei nele.

— É difícil falar para ela que... fomos abandonadas.

— Tentou pelo menos?

— Sim. Mas... não tem como. Me diz como vou chegar na minha filha e falar, que no dia que o pai descobriu que eu a carregava foi embora. Sem nem olhar para trás. - caminhei até metade do quarto.

O QUE!?

Estou no quarto do Tom?

Como não vi isso?

Fiquei nervosa. Um frio enorme na barriga, mãos suando, formigamento...Estou parecendo uma adolescente. Estar no quarto dele não quer dizer que vá acontecer algo.

— Imagino o quanto deve ser difícil. - voltei a realidade.

— Impossível eu diria. Bom, é melhor eu... - ele riu. Com certeza notou meu estado de nervos.

— O que? - se aproximou. Passei a língua entre os lábios.

— Por favor... - pedi. Pedi sem saber o que estou pedindo.

— O que? - seu sorriso aumentou. Maldito sorriso. Amo esse sorriso.

— A...a Taylor ligou.

Sei como cortar o clima. Thom se afastou bufando.

— Entendi. Mas só confirmar uma coisa.

— Desculpa. - cortei o clima pela a raiz mesmo.

— Afinal... isso. A gente. Vai acontecer? Por que ... você se autoconfunde e consequentemente a mim. Ou seja, você quer um tempo?

— Quando você se resolver definitivamente com a Taylor, ai sim conversamos.

— Sabe que ela só chega semana que vem, né? Por que eu não sou homem de terminar por telefone não.

É bom saber disso.

— Terminar com ela? Deu a entender que... vocês não... Não importa. Bom, é melhor eu ir, boa noite. - sai em disparada.

O que que eu sou afinal?

É como Tom falou, eu auto me confundo.

Quando eu já estava com a mão na maçaneta para abrir a porta e entrar no meu quarto sentir uma mão sobre meu ombro. Virei de imediato.

Tom.

Respirei aliviada.

— Você me assustou. - sorrir sem graça.

— Não foi minha intenção. - mexeu no cabelo. Que visão sexy.

— E qual é sua intenção? - mordi o lábio inferior. Foi inevitável.

— Ahhh, Tara. – Gemeu. – Minhas intenções com você são... - riu de um jeito sexy.

Fechei os olhos com força.

— Sim.

— Sim? Quer usufruir? - soou tão sexy que tive que apertar uma perna na outra.

Que confusão nós somos.

— Por favor. - implorei num fiapo de voz.

Ouvir sua leve gargalhada.

— Sabe por que estou com a Taylor?

— Não. - ele vai me irritar.

— Por sua causa, Tara.

O que?

— Minha causa? - abri os olhos e o olhei fixamente.

— Sim. Você me causa uma certa confusão.

Tomou meus lábios junto ao seus. Não foi como da última vez. Dessa vez foi um beijo de verdade, com direito a língua e mordida. E não foi apenas um. Foram vários. Vários pedacinhos do gosto de Tom Hiddleston.

O HÓSPEDE DO QUARTO AO LADO (Concluído em edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora