capítulo 01

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Acho que nunca fiquei tão nervosa. Frio na barriga, mãos geladas. Definitivamente, deveria ter contato, sobre Maria. Se eu disser, que esse nervosismo, não vem acompanhado pelo o medo, estaria mentindo. Então, sim. Estou com medo, da reação deles, quando a conhecer.

Acabamos de desembarcar, Maria cambaleia um pouco, ainda sonolenta, com seu pônei de pelúcia de baixo do braço.  Já pegamos as malas, agora, é só esperar o meu pai. Ele ficou de vir nos buscar no aeroporto.

Olhei envolta e não o avistei. Será que, um outro parente veio no lugar dele. Olhei com mais um pouco de atenção, não, nada. Mas se,esse for o caso, creio que não reconheceria ninguém, além dele e do meu irmão.

— Mamãe! Mamãe! - Maria puxa minha blusa, insistentemente.

— Só um minuto, meu bem. - peguei da bolsa, o celular que está tocando, em alto e bom som, uma música do maroon 5. Retirei do modo avião assim que o mesmo fez seu pouso, agilizar as coisas é sempre...bom.

Olhei para a tela do celular, e, não reconheço o número. Olhando o prefixo, código de área, é daqui de São Francisco. Então deve ser meu pai, com um número novo, talvez. Talvez.

Entendi.

-Alô?

Está um pouco barulhento, tanto aqui, quanto do outro lado da linha.

-Cade você?

Não reconheço essa voz.

- Quem é?

- Thomas.

- Só Thomas? E quem é Thomas?

- Não te avisaram? Vim te buscar aqui no aeroporto. Onde está?

Como assim, uma pessoa que eu não conheço, um completo estranho, pergunta onde estou, esperando que eu diga?

- Mamãe olha! - Maria apontou para um homem, com uma placa escrito meu nome. Como não vi isso antes?

Bufei para mim mesma. Bem na minha frente. Estou com a cabeça em outro lugar. Em outra situação, para ser mais específica. Tenho que parar, de de ver o lado negativo de tudo. Mas, é o que acontece, quando você é mãe, tem que ver/pensar em todas as alternativas, e as negativas se sobressaem.

- Estou de vendo. Um pouco para a sua direita, a uns oito metros. - o homem se virou na direção, que lhe informei.

- A que, está com a criança?

- Sim. Eu mesma. - dei um tchauzinho.

Ele é bem bonito, de longe, de perto, nossa senhora da  bicicletinha sem freio. - deixando claro, que é minha perspectiva do que é beleza, okay? - okay. Alto, olhos verdes, azuis não sei ao certo, está mais para azuis, cabelos castanhos escuro meio encaracolados, magro não muito, e anda como se... estivesse flutuando. Como se... Sei lá. Enfim. Novamente - minha visão - bonito, sim.

Ele não está com calor? Com esse terno? Eu estou. Por nós dois, é o que parece.

— Oi? - Maria o comprimento.

— Oi, baixinha. - sorriu para ela, que fez uma careta por ser chamada de baixinha. Ela diz que é alto para sua idade, até concordo.

— Não sou baixinha!

— Me desculpe, então. Você é? - ele riu mais. Um sorriso bonito.

— Meu nome? - apontou para si mesma.

— Sim. - se ajoelhou para ficar na mesma altura que ela.

— Maria Eugênia Lynn. - abraçou o pescoço dele.

O HÓSPEDE DO QUARTO AO LADO (Concluído em edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora