capítulo 35

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Essa semana tive que me virar do avesso para dar conta de tudo, o que se resumiu em trabalho. Kim, meio que ficou responsável pela Maria, a agradeço imensamente. Ter alguém assim dando suporte nessas horas, é ótimo. Eu não tinha isso em Londres, sempre fui eu e Maria e às vezes que eu precisava ficar mais tarde no trabalho me recorria a babar, e Kim é de longe isso, ela é da família. Briguei com Tom algumas vezes, devido ao estresse do trabalho e convenhamos, ele não facilita. Mas boa parte está no relacionamento e ter brigas, e fazer as pazes. No meu caso em específico, adoro. Só depois que passa a raiva que a gente vê, que brigar não foi tão ruim.

Irei trabalhar apenas o período da manhã, por que a tarde tem reunião de pais e mestres da escola que Maria estuda.

— Obrigada por se oferecer para me levar, amor.

— Não é nada de mais. — falou Tom.

Hoje não vim com o carro do meu pai, então é Thomas que irá me levar para a tal reunião.

— Mesmo assim. — estiquei o braço para o lado indo de encontro com a sua cabeça, ali "afundei" meus dedos nos seus cabelos fazendo cafuné.

— Aproveitamos e ficamos um pouco mais juntos.

— Eu sei que não fui uma das melhores pessoas essa semana, me desculpa.

— Não se preocupe, entendo, amor. É bem isso mesmo quando se está de frente.

Gosto quando ele me transmite tranquilidade.

— O que acha de sairmos mais tarde? — sugerir. Ele olhou-me, sorrindo.

— Onde quer ir? — colocou a mão sobre minha coxa.

— Não pensara em um lugar específico, a ideia do me veio na cabeça. Qualquer lugar com você para mim, está ótimo.

— Aí meu Deus! Acredito que estou apaixonado! — se esticou para o lado rapidamente beijando meus lábios.

Nos despedimos com um beijo. Acenei meio boba com um sorriso mais bobo ainda. Esperei o carro se perder de vista, quando olhei para o outro lado da rua... Adam. Adam, parado com as mãos nos bolsos olhando em minha direção. Tirou apenas uma mão do bolso e na altura do quadril acenou enquanto sorria.

Fiquei lá o observando sumir ao virar a esquina. Ele sabe, onde Maria estuda.

Meus ouvidos zumbiram, garganta ficou seca, girei os calcanhares e praticamente corri em direção ao portão da escola.

— Senhor... Sebastian, não veio ninguém diferente de mim ou da Kim à procura da minha filha, não né? — perguntei ao porteiro.

— Que eu vi não. Por quê? — Olhei novamente para direção e que ele estava e que foi embora. O porteiro um pouco agitado acompanhou meu olhar e novamente perguntou o motivo.

— Nada. Nada mesmo. É que meu irmão falou que iria trazer um presente de volta às aulas atrasado para ela e... — tomei fôlego na tentativa de não transparecer o quanto agitada estou. Sorrir o tranquilizando.

Não acredito que seja coincidência, ele está parado de frente à escola em que Maria estuda. Não acredito que seja, de verdade. Fechei os olhos tentando afastar a aflição e os pensamentos negativos para longe. Não quero de verdade que ele... Droga! Esse pensamento realmente me veio a cabeça? Não querer que ele se aproxime da filha. Eu só não sei o que pensar. Essa aproximação dele é muito repentina, sem nenhum motivo aparente. Droga de novo! Claro que ele tem um bom motivo, é pai dela.

Deus, ele realmente está aqui.

..



São tantas mães falando sobre não sei o quê. Não consigo manter o foco no que elas falam, é uma por cima da outra, assuntos divergentes, na minha concepção é uma reunião sem controle é chata. Reunião mais chata. É sobre a mudança no fardamento, mais aulas extracurriculares, o campeonato de xadrez, tanta coisa que as crianças não têm tempo para serem o que são, crianças. Olhei no relógio de pulso e vai dar 17:00 horas. Oh! Céus! Essa reunião me tirou a tarde inteira e ainda não chegaram a nenhuma conclusão.

O HÓSPEDE DO QUARTO AO LADO (Concluído em edição )Onde histórias criam vida. Descubra agora