Capítulo 21

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Acordo antes do despertador tocar, com fome e dor de cabeça. Tomo um banho para esfriar a cabeça, me troco e desço para tomar café da manhã. Como dois pães, três pedaços de bolo, bacon e um ovo. Estava morrendo de fome. Tomo um remédio para a dor, pego meu skate e vou a escola.

Chegando lá eu me sentia melhor, pois o remédio já estava fazendo efeito. Vou até o meu armário para pegar meus livros quando sinto dois braços rodearem minha cintura e sinto alguém morder meu ombro nu. Meu melhor amigo é uma figura.

- Bom dia, Nath. - sorrio para ele, arrumando meu material na bolsa e olhando para ele que tinha um sorriso rasgando seu rosto - Para quê essa alegria toda, Nath?

- Não conte a ninguém! Acho que vou pedir a Evie em namoro, hoje ainda. Quer dizer... não acho nada, tenho certeza. Combinei com ela de sairmos para jantar em algum lugar mais tchaam, como um encontro.

- Ah, seu cachorro! Finalmente tomou juízo nessa sua vida. Mas já vou logo avisando: se magoar ela, te encho de porrada. - aponto o dedo na cara dele, que revira os olhos sorrindo. Coloca o braço por cima dos meus ombros e andamos abraços de lado.

- Mas eu sou seu melhor amigo, você tem que ficar do meu lado.

- Ela também é minha melhor amiga.

- E se ela me magoar? - ele finge estar triste, colocando a mão livre no peito.

- Então, eu vou fazer uma festa em homenagem a ela porque você é um idiota e iria merecer. - sorrio.

- Motivadora você.

- Brincadeira. - acaricio o rosto dele e aperto uma bochecha dele, ainda sorrindo e ele retribui, dando risada.

- Mas que putaria é essa? - ouço uma voz e encaro Ethan, que nos olha como se fizéssemos algo errado.

- O que? - pergunto, sem entender, virando meu rosto para os lados para procurar algo de errado.

- Você e meu irmão de gracinha na escola. Acha que eu não vi vocês no armário? Olha a marca da boca dele aí no seu corpo.

- Mas de que merda você está falando? - não acredito no que estou vendo e ouvindo.

- Você e meu irmão juntos. - ele praticamente grita. - E não é a primeira vez, na sua casa também.

- Você está insinuando que... eu... e ele? Puta que pariu, Ethan! Não acredito que você estava estranho ontem por causa de ciúmes bobo.

- Bobo. - ele da uma risada sem graça.

- Você poderia imaginar mil outras coisas, mas eu e o seu irmão não é uma delas. Não acredito que você não tem um mínimo de confiança em mim para saber que eu nunca faria alguma coisa assim! - eu falo no mesmo tom que ele, que fica quieto. - Se não há confiança nesse namoro, não faz sentido continuarmos com isso. - ele arregala os olhos e acho que percebe a merda que havia feito.

- Não! Me desculpe, não era isso o que eu queria dizer. - e tenta se aproximar de mim, mas eu me afasto.

- Não. No dia em que confiar em mim, podemos tentar novamente, mas enquanto isso... não. - ele para de tentar se aproximar de mim e se vira irritado para o irmão.

- Tudo culpa sua, seu desgraçado! Você separou a gente! - ele empurrou o irmão, que não reagiu.

- Pare, Ethan. - ele já estava quase batendo no irmão então, eu os separo, ficando no meio deles - A culpa é sua por não confiar em mim e no seu irmão também. Pelo amor de Deus! Se enxerga, Ethan! Eu tenho ciúmes sim das piranhas que se aproximam de você e se JOGAM em você, com segundas intenções. Nós, eu e seu irmão, somos melhores amigos. E trocamos socos e carinhos sem segundas intenções, só você que não percebe. Então, não culpe seu irmão porque a culpa é sua. - aponto o dedo na cara dele e desabafo.

- Vai ficar do lado dele agora? Depois diz que não têm nada. - ele revira os olhos e me acusa.

- Caralho, Ethan! Eu te amo, porra! É você que eu amo e é com quem quero ficar! - chego perto dele e seguro o rosto dele com minhas mãos - Mas não consigo ter um relacionamento sério com alguém que não confia em mim, nem mesmo no próprio irmão. - viro as costas pra ele, puxo Nath pelo braço, guiando-o até a nossa sala de aula e nem olho para os lados porque sei que há muitas pessoas olhando para gente, interessados na nossa briga. Não têm o que fazer não? Apesar que o pessoal do BR é pior, mas é foda os barracos que acontecem lá.

Na sala, o pessoal nos olha como se já soubessem o que estava acontecendo.

Devem ter escutado os gritos e ido lá no corredor ver o que estava acontecendo, penso.

Seguimos para o fundo da sala onde a Evie, o Isaac e a Irina (abraçados? Safadinhos!) estavam conversando.

- O que aconteceu, amiga? - Evie pergunta.

- Ethan teve uma crise de ciúmes comigo e com o Nath, dizendo que estávamos de gracinha um com o outro. - falo muito irritada - Mandei a real para ele: que não consigo permanecer em um relacionamento que não tenha confiança e terminei com ele. - falo essa última parte meio triste.

- Não fica assim não, Isla. - Irina fala e ela e Evie vêm me abraçar - Você está certa, se ele não tem confiança em você e nem no Nathan, não dará certo. Temos que ter confiança plena no nosso parceiro. - faço que sim com a cabeça, concordando e nos sentamos perto um do outro. Eu ainda triste, acho que perceberam.

- Amiga, não era você que dizia para eu não ficar me lamentando por causa de homem nenhum? Então, trate de sorrir e se animar aqui com a gente. - ela tem razão. Respiro fundo e decido que não vou derramar lágrimas por quem não as merece.

A aula vai passando e minha dor de cabeça volta, mas tento aguentar. O dia passa monotonamente. Ethan vem atrás de mim me pedir desculpas na hora da saída mas eu não dou bola.

Pego uma carona com Evie, pois não estava me sentindo bem para ir de skate. Ela me deixa na porta de casa e me despeço com a promessa de que vou descansar.

Entro em casa e vou em direção a cozinha, onde Irina já me espera com a comida pronta.

- Senta aqui e coma tudo, porque essa cara de gente morta já está me deixando agoniada. - ela aponta para um prato de comida pronto na mesa e eu me sento em frente a ele sem dizer nada. Olho a montanha de comida na minha frente e não sinto vontade nenhuma de comer.

- Não estou com fome. - passo as mãos pelo meu rosto e fecho os olhos desejando que todo esse mal-estar que estou sentindo vá embora.

- Você vai comer nem que eu tenha que enfiar essa comida goela à baixo. - ela ameaça.

Penso em quanto nossa relação mudou de uns tempos para cá. Ela se tornou uma ótima amiga, uma ótima companheira, uma quase irmã.

- Não vou comer, não estou com fome. É capaz de eu vomitar tudo na sua roupa. - ela revira os olhos e eu me levanto e saio da cozinha, indo em direção ao meu quarto.

No caminho, sinto uma tontura e uma pontada muito forte na cabeça. Solto um grito pela dor, me desequilibro e caio no chão. A dor continua e eu grito ainda mais e lágrimas começam a cair do meu rosto. Sinto alguém tentando me levantar gritando pelo meu nome, mas já sou incapaz de dizer ou fazer qualquer coisa.

E tudo o que vejo é escuridão.

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¤ Capítulo com suspense para vocês! O que acham que Isla tem? Deixem nos comentários seus palpites e não se esqueçam daquele maravilhoso voto.

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02/08/2017

Meri B.

Paixão Improvável - Série Desafios #1Onde histórias criam vida. Descubra agora