XIX - Visitas (In)Esperadas

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Na quinta, a maioria dos meus alunos voltou com folhas de permissão. Alguns dos pais tinham realmente escrito notas de incentivo, me dizendo que confiavam em mim e que eles apreciaram o que eu estava fazendo pelos seus filhos. Isso me fez sentir melhor, e depois disso as sessões de tutoria retomaram sem incidentes. Poucos dias depois, Cole ligou.

- Hey, Honey. Você está sozinho hoje à noite?

Ele sempre falou numa sedutora, extravagante e melodiosa voz. E nunca me chamou pelo meu nome.

- Nós dois vamos ficar solitários esta noite, se você me chamar disso de novo. - Eu sabia que ele não dava a mínima.

- Não seja tão desmancha prazeres.

- Você está em Vail? Nem as encostas das montanhas estão abertas, estão?

- Apenas de passagem, Muphin. Pensei que eu poderia dirigir até aí pra hoje a noite. Ou seja, se você se sentir confortável.

Meu primeiro instinto foi dizer não. Mas por que eu faria isso? Eu sabia que Matt não era celibatário em sua relação com Cherie, e eu certamente não lhe devia nada nessa parte. Além disso, eu não tenho muitas oportunidades dessas.

Não havia como saber quando Cole chamaria novamente; talvez logo no próximo mês, talvez não até o próximo ano. Talvez nunca. E o pensamento dos meses que se estendiam na minha frente com nenhuma companhia, além da minha própria mão; decidiu isso para mim.

- Cole, seu sincronismo não poderia ser melhor.

- Estarei aí em quatro horas, Doçura.

***

Na manhã seguinte, quando saí do quarto, ele já estava vestido. Cole é mais baixo do que eu, corpo esbelto, juvenilmente bonito com cabelo escuro artisticamente cortado para cair em seus olhos. Ele estava me olhando estranhamente com o canto do olho.

- O quê?

- Apenas querendo saber, Honey, isso é tudo. Quem é Matt?

Senti-me ficar vermelho até meu cabelo e pensei sobre nossas atividades da noite anterior, esperando que eu não tivesse dito o nome de Matt em um momento inoportuno. Cole deve ter visto o pânico leve no meu rosto, porque ele riu.

- Não é isso. Eu já lhe disse antes, você fala em seu sono. - Ele se virou e derrotou-me com um olhar penetrante. - Você está em um relacionamento? Eu sei que as coisas entre nós têm sido sempre casuais, mas eu esperaria mais de você do que me usar como um amante.

- Não. Não é nada disso. - Tentei parecer despreocupado, mas não consegui. Em vez disso, fui resignado e amargo.

Ele relaxou.

- Mas você quer que seja? - Não havia ciúme.

Nosso relacionamento foi casual o suficiente para evitar esse tipo de obstáculo. Ele só estava perguntando.

- Eu quero.

- Então, qual é o problema? Ele não está interessado?

- Vamos apenas dizer que a porta do armário é bem fechada. E com chave de segurança.

- Ah! O poder da negação. Bem, então, eu não me sinto mal sobre a noite passada. Não é?

Eu sorri para ele e me inclinei para beijar-lhe o maxilar.

- Nem um pouco. - Foi em grande parte verdadeiro. - Eu deveria levá-lo para o café da manhã.

- Você deveria, mas não vai. Eu conheço você. Deus me livre ninguém nesta cidade descobrir que você realmente me encontra de vez em quando. - Era um velho argumento e que nós nunca levamos longe.

Promessas (Série Coda - 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora