Promessas (Série Coda - 1)

XXI - Um Começo/Outro Final

Quando cheguei em casa, ele estava na cozinha colocando água no fogão para cozinhar o espaguete.

- Aqui. - Atirou-me um pimentão amarelo. - Corte isso pra salada.

- O que você vai fazer?

Ele piscou para mim.

- Supervisionar é claro. - Ele encostou-se ao balcão ao meu lado, e eu comecei a cortar. - Eu tenho pensado em perguntar como as aulas estão indo.

Contei sobre Ringo e a visita de Alice Rochester. Eu não cozinho muito, então levou um tempo ridiculamente longo para cortar os temperos. Notei que ele estava se aproximando mais enquanto eu falava, mas eu mantive meus olhos na tábua de cortar a minha frente. Então eu senti um leve puxão na parte de trás da minha cabeça, e parecia que meu coração parou de bater.

Era uma coisa pequena e inocente, ele puxar suavemente meus cachos, mas isso me pegou de uma só vez, ele realmente tinha voltado para mim. Percebi que eu tinha de falar, mas parei. Ele parou de se mover, talvez eu tivesse parado de respirar. Quase tive vontade de chorar, mas lutei. Tomei fôlego e descobri que eu estava tremendo.

- O que há de errado? - Ele sussurrou, quase no meu ouvido.

- Eu senti falta disso. - Eu disse calmamente. - Eu senti sua falta.

Ele se aproximou.

- Jared, eu quero tentar algo. Como uma experiência. Isso está ok?

- Da última vez que você fez uma pergunta dessa, terminou com você não falando comigo por quase dois meses. - Tentei dizer isso levemente, mas não retirei todo o peso.

Ele passou os braços levemente em torno de mim e colocou seu rosto no meu cabelo.

- Eu sei. Sinto muito.

Pensei nisso por um minuto. Eu tinha uma ideia do que ele tinha em mente.

- Eu não quero estar sozinho mais. Tudo o que você quer que isso seja entre nós, eu posso lidar com isso. Apenas não me deixe de novo.

- Nunca. Eu prometo. Aprendi minha lição.

Tomei uma respiração profunda, tentando retardar o acelerar do meu coração, e me virei para ele.

- Ok.

Ele me puxou para perto, então pegou meu rosto em suas mãos e olhou nos meus olhos. Comecei a colocar meus braços em torno dele, mas ele ficou tenso e disse:

- Não. Não faça isso.

- Não estou autorizado a te tocar?

- Ainda não.

- O que você quer que eu faça, então?

- Pare de falar.

Ele era tão sério que eu poderia ter rido se meu coração não batesse tão forte. Fechei os olhos e tentei relaxar. Ele estava penteando seus dedos pelo meu cabelo, e me lembrei do meu aniversário; as suas mãos no meu cabelo, seu peso contra mim, seus lábios no meu pescoço e depois ele saindo pela porta.

- Relaxe, Jared. - Ele sussurrou.

Levei a mente longe daquela noite. Essa não terminaria assim. O que quer que acontecesse, ele prometera não sair novamente. O senti encostar-se a mim. Sua respiração contra os meus lábios e em seguida, o menor roçar dos lábios sobre a minha boca; lábios macios e quentes contra os meus. Era tudo que eu poderia fazer para manter minhas mãos ao meu lado.