Benedict - Capitulo 22

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Foram três semanas difíceis para conseguir fazer meu padrasto assinar o meu desligamento e me deixar ir embora, minha mãe foi outra coisa que tive que enfrentar para me deixar ir embora de casa, mandei Julius na frente para ver os apartamentos que vi pela internet que estavam para alugar, no começo seria assim, depois financiaria um assim que achasse um local para montar minha agencia de publicidade.

Eu ainda estava revoltado com tudo que aconteceu, e mais ainda comigo mesmo que não fui a traz de Evanna para tirar as duvidas se ela saia com Magnon, não me perdoaria por ter sido tão idiota e ciumento, a garota era perfeita, doce, linda, inteligente e simples, eu poderia molda-la em meus princípios sem que ela perdesse sua essência pura, mamãe teria gostado dela logo de cara se tivesse conhecido, eu mesmo podia dizer que sabia mais dela sem que abrisse a boca do que ela sobre mim.

Puxei minha mochila e minha mala, a outra maior já tinha descido e o táxi me esperava para me levar ao aeroporto, Seattle me esperava, meu apartamento já estava pronto para que fosse ocupado, desci as escadas, minha mãe estava na ponta da escada me esperando, com braços cruzados e as lágrimas descendo, deixei a mala próximo a porta e joguei a mochila no chão e fui até ela e a abracei, Imelda abriu as torneiras e chorou com vontade nos meus braços, mas não tinha volta, eu não iria desistir, precisava aprender a viver sozinho e cair e a levantar sem que alguém me ajudasse ou estragasse meus planos, a puxei para me soltar.

_ Prometo vir sempre visitar... E terá um lugar em meu apartamento para passar uns dias comigo. _ Beijei seu rosto, me voltei para a minha bagagem e puxei minha mochila.

_ Ainda está zangado comigo? _ Mamãe me olhou de uma forma que vi que estava arrependida, mas jamais diria isso.

_ Não Mãe... O maior errado de tudo isso sou eu! _ Abri a porta e entreguei a outra mala para o taxista e entrei no carro, acenei para os empregados da casa e mandei um beijo para minha mãe e saímos em direção ao aeroporto, respirei aliviado, estava começando outra etapa da minha vida agora sozinho, eu era obrigado a vencer.

O voo foi tranquilo, quando desci Julius já me esperava na saída do desembarque, nos abraçamos e seguimos para o apartamento, o Metropolitan Tower era chique, e bem aonde eu queria, Julius fez um ótimo trabalho, eu não precisava de mais nada, estava entre os melhores edifícios que poderia montar a empresa, Rupert estava levantando o dinheiro da minha parte na antiga empresa, estava confiante que me daria muito bem, a revista também vinha comigo, não abri mão dela, já que a ideia era minha.

_ Esse lugar é maravilhoso! _ Fui até a janela para ver a vista, já estava escurecendo, mas dava para ver bem a cidade e ao longe o canal e a ponte que ainda não sabia o nome, mas ficaria craque logo.

_ Foi difícil de alugar, uma pessoa chegou a oferecer a mais para ficar com ele.

Julius puxa as malas para o quarto, o apartamento era enorme com dois ambientes, sala de jantar e visita, uma lareira fazia parte do apartamento e ela estava funcionando quando cheguei, Julius deve ter deixado ligada para esquentar o ambiente, fui até o quarto, não era grande, mas para quem só viria para casa apenas para dormir estava ótimo, a cozinha era bem moderna com eletrodomésticos novos e em aço inoxidável e os armários em mogno, adorei o bar, eu fecharia bons negócios ali, num ambiente familiar e tranquilo no melhor ponto de Seattle a meu ver, estava satisfeito, agora era descansar, comer algo e dormir para amanhã começar minha procura pelo meu escritório, deixei para uma agencia selecionar funcionários, começaria com pelo menos dez ou doze, depois quem sabe aumentaria.

Depois de uma semana pesquisando e vendo vários ambientes para montar a agencia finalmente consegui no Amazon Blackfoot e bem próximo de onde moro, iria economizar tempo e dinheiro, mesmo Julius sendo meu motorista, ele também era um segurança, mas isso ainda nem me preocupava, eu era mais conhecido em Nova York do que em Seattle, então poderia andar com mais tranquilidade pelas ruas. Mais uma semana para participar das entrevistas e a montagem dos móveis e finalmente no sábado pude ver tudo arrumado e pronto, Julius estava comigo, saímos do elevador e sorri contente e soltei um suspiro longo, tudo era claro, a recepção ficou elegante e o letreiro com o nome da agencia em letras digitais deu um charme diferente do que costumava ver.

_ Metropolitan Published... Pensei que fosse colocar seu sobrenome! _ Julius me olha, dei risada e chacoalhei a cabeça e o olhei.

_ Não!... Vida nova meu amigo! _ Apoiei minha mão em seu ombro, a outra estava ocupada levando dois quadros para por em minha sala.

Contornei a recepção e segui para o meu escritório, o vidro que separa os funcionários do meu escritório estava ainda com fita crepe e dois rapazes faziam a retirava para limpar, mas as persianas estavam instaladas e eu podia fecha-las a hora que eu quisesse, cumprimentei os rapazes e entrei, olhei para a parede de madeira de mogno, os dois ganchos que havia pedido estava lá, tirei os quadros da embalagem e pendurei primeiro Tikory a personagem criada por Evanna e peguei Místico que ganhou o nome de Tomoko quando Magnon achou um adolescente que conseguiu recriar com perfeição o personagem, eu tinha orgulho de Evanna por ter me transformado em um personagem, me mantinha vivo em sua mente e em seu coração enquanto eu guardava uma magoa que não existia, que minha mente tinha recriado, mas eu precisava seguir em frente, não sei se um dia veria Evanna novamente ou se nunca mais veri, pelo menos algo de bom eu tinha, éramos dois personagens que era um mistério nos quadrinhos de Animes, nos amávamos, mas não podíamos ficar juntos, pois eu era meio animal e meio humano, já ela uma guerreira Samurai que lutava para manter os inimigos longe de sua aldeia e protegia seu povo, por mais que Tomoko era mal e fazia parte do Clã inimigo, ele sempre dava um jeito de avisa-la do perigo e os ataques sempre falhavam e Tikory saia vencedora, mas sem poder se unir ao seu grande amor.

_ Porra!... _ Soltei me lembrando da história dos quadrinhos que Magnon me enviou, desde os primeiros até os que estavam lançando. Olhei para Julius. _ Não queria ser apenas um personagem de quadrinhos de Animes.

Julius sorriu triste.

_ E não é!... Não se apegue a isso! _ Julius me deixou sozinho.


Bendito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora