Bendito Amor

Capitulo 24

Três dias depois

Mal acreditei quando Magnon entrou no meu escritório, magro, com a barba para fazer, e usando roupas justas e boné, o bendito boné que nunca tirava da cabeça, nos abraçamos com a nossa calorosa saudação dando tapas vigorosas em nossas costas, olhei novamente meu amigo e dei risada não acreditando.

_ Me conta como chegou a isso? _ Nos sentamos, Magnon suspirou e passou a mão pela barba.

_ Acordei um dia passando muito mal... Diana me levou para o hospital, estava enfartando aos 29anos... Cara!... Foi um susto e minha esposa me deu um ultimato, ou eu emagrecia ou ela me deixava!... _ Ele faz um bico e levanta as mãos mostrando o resultado. _ Fiz redução de estomago, várias cirurgias plásticas para chegar nisso.

_ Que bom!... Daqui a pouco vai querer aprender a cantar... E lançar uns Rap!..._ Rimos.

Depois de matar a saudade do tempo da universidade, falamos de trabalho e nos juntamos ao pessoal da criação apenas para ter uma ideia de como seria a publicidade e propaganda, agora iríamos entrar no mundo da propaganda e iria precisar de alguém para edição de imagem, sorri contente com essa possibilidade.

Faltam duas semanas para o natal, eu e Magnon estamos tomando uma cerveja no bar do meu apartamento esperando a pizza chegar, o silencio bateu depois que ele passou mais de uma hora contando sobre sua vida de casado e como foi bom ter se juntado com Diana, agora planejavam um filho e estava ansioso por isso, estavam juntos a mais de quatro anos, queria saber se tinha noticias de Evanna ou qualquer coisa.

_ Evanna te procurou? _ Dei um gole na minha cerveja querendo parecer natural, ele me olhou de lado e depois me encarou e sorriu, ele sabia, estava escrito no meu rosto.

_ Ah... Cara!?... Ainda esperando noticias? _ Magnon deu um tapa de leve no tampo de mármore do balcão e se levantou, andou um pouco tomou vários goles da cerveja.

_ Olha... Eu só quero saber!?... Afinal de contas, você ainda usa os desenhos dela!

_ E pago até hoje por cada desenho, cada folha... _ Ele me olhou. _ Não pago como se ela desenhasse, mas por que nunca assinou desistindo deles ou me vendendo os personagens.

Pisquei varias vezes, ele tinha contato com ela, saí de traz do balcão e o encarei nervoso, Magnon levantou as mãos e chacoalhou a cabeça.

_ Não!... Eu não tenho contato com ela e não sei onde ela está, mas nunca questionou o deposito que faço todo mês.

_ Quero o numero da conta... Eu vou descobrir se ela retira e onde?

_ Não dá! _ Magnon fez um bico, ele mesmo já tinha investigado.

_ É conta poupança e não existe retirada!... Apenas deixa cair, e sempre que a visualização do saldo é na cidade que ela mora ou morava... Mas já foram a traz e ninguém a conhece.

_ Não é possível!... Uma pessoa não some assim...

_ Eu também achei que seria fácil, mas nem temos o seguro social dela... Se tivéssemos, seria fácil.

_ Já pediu na antiga loja onde ela trabalhava?

_ Sim!... Ali ninguém era registrado...

Ficamos na mesma, perdidos e sem noticias, me joguei no sofá, me senti tão triste de repente, por um minuto fiquei esperançoso, eu queria noticias, nem que fosse para saber se está bem e vivendo a vida dela, olhei para a minha garrafa e virei o restante da cerveja, a pizza chegou e comemos, Julius apenas ficou em seu canto como sempre, observando e escutando, eu desconfiava de que ele sabia de muita coisa, mas não me falava por algum motivo, desconfiava de que Rupert o ameaçou ou comprou seu silencio, mesmo perguntando, não me respondia.

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