Capitulo 15

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Minhas lágrimas de pavor começaram a rolar, eu não tinha quem me ajudasse ali naquele momento, pensei em Benedict, e como a gente foi feliz em uma única noite, Luke soltou a minha boca e voltou a me beijar eu lutei para não me tocar, mas suas mãos rasgaram a minha calcinha e então eu gritei.

_ Eu estou grávida... Por favor?... Pare! _ Luke parou e me olhou ofegante e se levantou colocando a mão na cintura e a outra passou pelo rosto atordoado, me sentei no sofá e depois me levantei e me virei para sair, Luke me segurou e me puxou serrando os dentes.

_ Quem é o pai da criança?

_ Você não conhece... Muito menos eu! _ O encarei, seus olhos se estreitaram e ele me soltou lentamente.

_ Posso ir?

_ Pode!

Dei alguns passos para traz e segui para a porta e abri correndo e desci as escadas mais rápido ainda, atravessei o deposito e abri a porta com tudo, às poucas pessoas que estavam na loja me olharam, Maggie percebeu meu desespero e minhas lágrimas, puxei a minha bolsa e olhei o caixa, serrei a boca, nunca tinha feito o que estava determinada a fazer, abri e puxei todas as notas de 100 Dólares e enfiei na bolsa, Luke estava a traz de mim e me viu pegar tudo e me virei.

_ Obrigada por pagar o que me deve!

Saí sem me despedir, ele sabia que eu não iria voltar e todos ali também sabiam disso, Maggie ainda tentou me segurar, mas eu saí sem falar com ninguém, caminhei às pressas para pegar o metrô, queria chegar em casa e poder tomar um banho e tirar as mãos sujas de Luke de minha pele e do meu sexo, puxei o elástico dos cabelos e os soltei e quando levantei a cabeça dei de cara com Julius, ele me segurou pelos braços me forçando a parar e me puxou para um canto e me encarou.

_ Eu não sabia que o Sr. Benedict tinha te dado outro nome... Se soubesse, eu mesmo teria feito com que falasse a verdade... Então não me condene pelo que ele fez.

_ Agora não adianta mais! _ o encarei.

Julius torceu a cabeça para o lado e estreitou os olhos.

_ Não me diz que fez... _ Não conseguiu terminar a frase, mas olhou para baixo.

_ Não... Não fiz... Mas amanhã estou indo embora daqui com a minha mãe e nunca mais quero ver a cara de vocês novamente.

_ Entenda que ele é só um jovem assustado que não teve o pai ao lado... E que aprendeu só coisas erradas com o padrasto. _ Julius puxa o ar chateado. _ Não cometa essa loucura... É só uma criança!

Fiquei quieta, eu não ia conseguir escapar de minha mãe, ela estava determinada e sei que iria me fazer ir até o final, Julius me soltou e saiu caminhando, fiquei ali olhando ele desaparecer e depois segui para casa.

Minha mãe estava sorrindo quando entrei, segurava o meu gato no colo, quase tudo estava arrumado, sentiria falta daquele lugar, os desenhos de Benedict que estavam pendurados, agora estavam todos guardados, me senti vazia de repente, subi para a minha cama e me joguei nela, eu deixaria tudo para traz, até o dia que fiz amor naquela cama.

Acordei com minha mãe me chamando, abri os olhos e entrei em pânico ao ver Rupert Rickman parado na beirada da cama.

_ Vamos?... Temos que ir para a clinica... O Sr. Rickman vai pagar tudo!

_ Não!... _ A olhei, sacudi a cabeça. _ Não quero tirar o meu bebê!

_ Julius? _ A voz do Sr. Rupert reverberou pelo meu pequeno apartamento, Julius entrou, olhos atordoados. _ Cuide de tudo e depois as leve para o aeroporto.

Fiquei sem entender, minha mãe me tirou da cama, forçando-me a sair, coloquei as sapatilhas nos pés, vi o Sr. Rupert sumir pela porta, Julius ficou ali em pé me olhando, não tinha mais nada no meu apartamento, muito menos meu gato, Julius pegou no meu braço, minha mãe trancou a porta enquanto descia as escadas quase sendo arrastada.

_ Julius?... Não!?... Por Favor? _ Eu o olhei em suplica, deixando as lágrimas correrem.

_ Me perdoa... Mas eu cumpro ordens!

_ Julius... _ Disse baixinho, entrei no carro e minha mãe logo a traz de mim, e me agarrou pelo braços me forçando a ficar, fui chorando o caminho todo, mamãe foi aconselhando, dizendo que eu só ficaria chateada nos primeiros dias, depois passaria.

Julius parou em frente a uma clinica, ele saiu do carro e abriu a porta, Julius me olhou, sacudi a cabeça pedindo para não me forçar a fazer isso, ele entrou no carro com metade do corpo e me puxou, sua mandíbula estava contraída, segurei seus braços e cravei os pés no chão, forçando o corpo para traz.

_ Não!... Eu quero o meu bebê... Eu juro que não vou procurar por ele... _ Gritei. _ Por favor?

Julius não disse nada, me pegou no colo me pondo sobre o ombro e entrou rápido, direto para a sala, me colocou na maca praticamente me jogando, outro enfermeiro amarrou minhas pernas enquanto Julius me segurava, eu chorava estridente, olhei para Julius.

_ Me perdoa Senhora!... _ Senti a picada no meu braço e tudo foi sumindo, a voz de Julius ecoou por uns minutos em minha mente.

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Bendito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora