Between Two Loves || PJM / JJK

FOUR

Boa Leitura! ❤

“O ímpeto de querer proteger quem amamos, nos faz vulneráveis” – Eric Borges

⭐ ALANA ⭐

     Aprendi com ele a não temer o desconhecido, ainda que muitas vezes o novo me assusta. Não é questão de escolha, apenas costumo a me sentir deslocada quando as coisas saem de controle. Não me calar diante do que é injusto, me proteger sempre que possível, foi o maior conselho que Jimin pode me dar, pois tais palavras me fizeram abrir os olhos e ter forças para lutar. Tive a chance de viver, talvez como nunca tinha vivido antes. Passei a entender que apesar das alegrias e tristezas, o mundo continua seguir seu rumo ainda que tenhamos parado no tempo.

     E ali, sentada a mesa junto à sua família, pude compreender o significado do amor, além de esquecer por ora tudo o que vivi mais cedo. Meu sogro, minha sogra e meu cunhado, pessoa que não me julgaram apesar de tudo, seres admiráveis aos quais me tratam como filha, são os tais laços mais importantes que os de sangue em si. Estávamos rindo de algumas lembranças, até JungHyun fazendo careta enquanto comia o Kimchi se tornou diversão, nos arrancou ótimas risadas.

     Meu anjinho não é muito fã de vegetais, porém, comeu tudo que havia em seu prato. Boa parte devo creditar à promessa que meu março fez, lhe comprar o que quiser no mercado, desde que ele juntasse corretamente. Acredito que jamais devemos subestimar uma criança, quanto mais JungHyun que trabalha a base da chantagem. Sempre atende nossas ordens, no entanto, algumas vezes precisa de uma simples negociação para tal. Costumo Jimin que foi Jimin quem criou esse monstrinho, afinal reconhecia aqueles olhinhos de gato em qualquer lugar.

     Ainda ficamos um bom tempo na casa de meus sogros, estávamos completamente entretidos com a conversa que foi inevitável não esquecer das horas. Por estar tarde, JiHyun nos deu carona até nossa casa. Apesar de ser relativamente perto da casa de seus pais – cerca de vinte minutos –, eles sempre foram preocupados com nossa segurança. Jimin pegou o pequeno no colo, nosso filho estava tão cansado que acabou adormecendo dentro do carro. Assim que chegamos, os acompanhei até o quarto de JungHyun, e mais uma vez vi meu marido tão atento ao mais novo.

     Jimin tratou de dar banho em JungHyun, e novamente colocá-lo para dormir. Eu já havia me arrumado para dormir, estava sentada em nossa cama, lendo um livro qualquer quando meu marido entrou e foi direto para o banho. Dez minutos depois ele aparece apenas de boxer em nosso quarto, um visão maravilhosa diante dos meus olhos. Deixei aquele objeto sobre o criado mudo, e me deitei junto ao mais velho logo sentindo seus braços envolvendo minha cintura. Foi como sentir que todas as frustrações estivessem ido embora, nem sequer me recordava mais do encontro indigesto de mais cedo.

     – Boa Noite, amor. – disse ele após selar rapidamente meus lábios.

     – Boa Noite, meu anjo. – respondi me aconchegando um pouco mais em seus braços.

     – Amanhã será um dia cansativo, tente descansar um pouco. – meu marido disse deixando alguns beijinhos em meu pescoço. – Temos que comprar os carros, depois iremos a escola de JungHyun, ainda tem o mercado.

     – Tem que ser tudo amanhã? – indaguei um pouco preguiçosa.

     – Sim, meu bem. Na próxima semana eu começo a trabalhar, não terei muito tempo pra resolver isto. – disse ele com voz sonolenta, Jimin também demonstrava estar caindo de sono.

     – Entendo. – respondi lhe deixando mais alguns beijinhos.

     Apaguei o abajur, e finalmente caímos no sono. O cansaço voltou a nos vencer, era de se esperar já que dormimos poucas horas depois que chegamos. Uma viagem de horas drena praticamente todas as energias, foi de se admirar a disposição que JungHyun teve para brincar na casa dos avós. Começo a acreditar que crianças têm mesmo uma bateria extra, se bem que nosso anjinho possivelmente consumiu algum tipo de doce na casa dos mais velhos. Não brinco quando digo que ele é realmente mimado por eles.