Between Two Loves || PJM / JJK

NINE

Boa Leitura! ❤

“O valor do amor está vinculado a soma dos sacrifícios que estas disposto a fazer por ele.” – Ellen G. White

⭐ ALANA ⭐

     Liberdade era tudo o que eu tinha em mente desde que Jimin mencionou há anos atrás nossa ida para os Estados Unidos. Viver longe dos problemas, das lembranças, da dor... Apenas esqueci de imaginar que não importa para onde vamos, se deixarmos as pendências sem um ponto final, será como se nada houvesse mudado. Tive mais tempo para meu marido e meu filho, porém, ainda vivia com medo de ser atormentada por meu passado. No fundo algo me dizia que havia mais coisa por trás daquilo, mas por temer novas lágrimas não quis sair em busca de uma boa explicação.

     Recomeçamos do zero, refizemos nossa vida com uma base incrível, ainda tentamos mantê-la de pé, mesmo que diversas tempestades tentam nos abalar. Morando longe de Seul tive uma vida cheia de paz, a admiração que eu sentia por Jimin virou um amor forte e verdadeiro. Meu marido lutou para colocar o mundo aos meus pés, para dar ao nosso filho uma estrutura familiar ao qual ele pudesse se espalhar, porém, bastou retornarmos para o país que tudo voltou ao ninho se incertezas. Essa é a principal razão de eu acreditar que essa nova gestação veio no momento certo, pois ela irá nos reaproximar como antes.

     O último mês foi tranquilo, tirando a última semana onde recebemos uma notificação judicial. Mesmo aparentemente não tendo motivos, ou por orgulho e implicância, Jungkook entrou com um processo de reconhecimento de paternidade. Jimin conversou por horas comigo naquela noite, prometeu que essas coisas não irão nos abalar, e foi dele que tirei forças para levar nosso filho até a clínica de exames. Nós fomos fazer a coleta do material genético de JungHyun, porém, exigimos que não fosse preciso lidar com a presença de Jeon.

     Sei que não vamos escapar de uma audiência e uma boa conversa, infelizmente Jungkook está usando o nome de sua família para entrar nas brechas das leis falhas que temos. Em uma cultura patriarcal, leis arcaicas e pessoas poderosas, ouso dizer que tenho somente meu marido e seus familiares a meu favor. Meu maior medo é de que ele consiga de forma suja, o direito de ver o pequeno. JungHyun não tem estrutura psicológica para lidar com isso, na verdade nenhuma criança deveria passar por algo semelhante. Um processo judicial é o que eu mais temia e de fato o que venho tentando deixar meu pequeno longe.

     Não precisei explicar a ele o motivo daquele exame, e para minha sorte ele esqueceu bem rápido. Bom, acredito que devo creditar isso à sua amiguinha de colégio, a garota de personalidade forte que descobri a pouco ser filha de meu chefe. SoHye é filha única de Min Yoongi e uma médica brasileira, o que me deixou surpresa pelo fato de que grande parte das famílias tradicionais têm aversão a estrangeiros. Senhora Min nem sequer tem descendências coreanas, é simplesmente alguém que conheceu seu grande amor enquanto o atendeu em uma emergência quando o mesmo foi passar férias no Brasil.

     A semana passou rápido desde o dia do maldito exame, de alguma forma me senti humilhada por ter de sujeitar meu filho a isso. Eu sei de quem JungHyun é filho biológico, apesar de o pai ser um completo babaca em imaginar que me deitei com todos os meus amigos de universidade. Não foi nem a negação da paternidade que me feriu aquela vez, foram as dúvidas em relação a minha conduta. Me doei de corpo, alma e coração para Jeon Jungkook, e ele apenas achou conveniente me machucar e sair de cena como se eu fosse uma desconhecida.

     Durante o período de espera meu marido foi muito atencioso, até mesmo devido a gestação já que não posso me exaltar demais. Havia me esquecido de quanto o primeiro trimestre é criticamente importante, e o quão crucial é que eu permaneça tranquila durante esse período. A caminho da clínica me sinto tão nervosa quanto estive há anos quando fiz o teste para descobrir minha primeira gravidez, e posso dizer ironicamente que Jimin é quem novamente está ao meu lado. Me sinto sortuda por isso, afinal ele é os braços fortes que sustentam meu corpo a fim de evitar uma queda.