EIGHT

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Boa Leitura! ❤

“Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias.”Caio Fernando Abreu

ALANA

     Os últimos dias tem sido bem complicados. Meu marido tem trabalhado demais, e minha rotina com a agência tem se intensificado bastante graças ao sucesso da primeira campanha. Por conta disso quase não estamos tendo tempo para família, como consequência JungHyun está passando muito tempo na casa dos avós. De certo modo sei que nosso filho está bem, senhora Park ama cuidar do neto, o que acaba o deixando um pouco mais manhoso que o normal.

     Minha rotina anda tão agitada que a exatas duas semanas estou sentindo algumas tonturas, coisas comuns que ocorrem quando se pula algumas refeições ou não tem boas noites de sono. Jimin até disse que não se trata apenas de cansaço ou estresse, sugeriu que fosse procurá-lo no hospital já que não pode fazer uma avaliação completa apenas com base em exames físicos. No entanto, como uma boa garota teimosa obviamente ignorei aquilo e arrastei as condições por mais alguns dias, o que não foi de fato uma escolha sensata.

     Acredito que deveria ter escutado meu marido, porque neste exato momento estou sendo carregada pelos paramédico até o hospital. O motivo? Acabei perdendo a consciência enquanto dirigia, e ocasionei um pequeno acidente acertando meu veículo em uma árvore. Por sorte não passava ninguém na hora, caso contrário teria problema maiores para resolver. Sei que não vou escapar de uma bronca, e será em dose dupla por não ter pensado no meu filho antes de ignorar o pedido que Jimin me fez.

     – Comunique ao hospital, ela precisará de cuidados especiais. – foi tudo o que consegui ouvir antes de novamente perder a consciência.

⭐⭐⭐

JIMIN

     Posso dizer que me sinto culpado por passar tanto tempo longe de casa, ainda mais depois de me lembrar que havia dito a Alana que a mudança para Seul seria melhor. O problema foi ter pegado novas responsabilidades, mas ainda que estas sejam temporárias preciso me dedicar totalmente a causa. Estava atendendo alguns pacientes quando recebi uma ligação, um homem dizia que havia encontrado uma garota loira dentro de um carro recém-batido, e que meu contato estava salvo como emergência. Na hora soube que se tratava de minha esposa.

     Pedi que a trouxessem para o hospital universitário, deixei tudo para trás e corri para ala de emergência já deixando minha equipe pronta. Pior foi o tempo de espera, com as poucas informações que tive passei a imaginar uma situação bem grave. Novamente vi a culpa me dominar, se ao menos estivesse mais tempo em casa, estaria lhe enchendo de coisas saudáveis e cuidando bem para mantê-la segura. A verdade é que há três noites não nos sentamos para conversar, quando eu chego do trabalho ela já está adormecida por conta de seu cansaço.

     A ambulância não demorou a chegar, e quando a maca toco o chão percebi que minha esposa estava desacordada. Havia um corte e seu supercílio, mas fora isso aparentemente apenas algumas escoriações leves. Porém, o que estava me deixando de fato preocupado é a inconsciência, alguns quadros costumam ser bem perigoso após acidentes deste nível. Fiz questão de participar de todos os procedimentos, ainda que não pudesse interferir no que os outros médicos estivessem fazendo.

Between Two Loves      || PJM / JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora