THIRTEEN

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Boa Leitura!

“Não existe cedo ou tarde, não existe tempo certo ou errado. As coisas acontecem quando têm que acontecer, cada uma no seu tempo e nada por acaso.”Autor Desconhecido

JIMIN

     Mesmo com alguns anos de carreira e já tendo passado por inúmeras situações semelhantes, jamais imaginei que aquilo poderia acontecer com alguém bem próximo a mim. Para ser honesto tentamos evitar ao máximo dizer aquelas três palavras para os familiares, e ouso dizer que estar deste lado da situação é bem pior. “Eu sinto muito”, uma maldita frase de três palavras, doze letras e um significado devastador. Aquilo foi o suficiente para sentir meu coração falhar, era como se houvesse acabado de receber um tiro e lutasse por minha própria vida.

     Senti uma dor tão grande, algo difícil de colocar em palavras e expressar em lágrimas. Não me importei de estar no meio de um hospital, o grito que soltei quando meus joelhos cederam ao chão frio foi a única forma que encontrei de expor meu desespero. Ainda que fossem poucas semanas de gestação, sentia meu filho cada vez mais próximo, mas por conta de um irresponsável esse sonho escorreu por entre os dedos. Reconheço que preciso ser forte por mim esposa, porém, é impossível sentir outra coisa senão a tristeza por toda essa situação.

     Acredito que deveria ter escutado minha esposa quando ela disse que não era boa ideia retornar para Seul, esse talvez tenha sido meu pior erro em quase trinta anos de existência. Poderíamos ter continuado nossa vida feliz em território americano, mais um ou dois filhos e muitos sorrisos diários. Desde que retornamos para nosso país vem acontecendo tudo o que temíamos, e nossa felicidade sempre esteve ameaçada. Eu deveria saber que esse tipo de coisa iria acontecer, porém, fui iludido demais por querer estar próximo aos meus familiares.

     Entendo perfeitamente que a vida é feita de escolhas, e eu fiz a minha, me restando agora apenas colher os frutos de toda essa reação que desencadeamos. Estou sem chão, sem rumo e sequer sei como voltar a ter estabilidade para cuidar de tudo. Então senti um toque suave em meu ombro, Thaís se abaixou e me puxou para um abraço, apesar de não ser algo tão presente em nossa cultura, neste momento é o gesto de apoio que eu preciso. A mulher parece tão triste quanto eu, de alguns meses para cá se tornou uma grande amiga de minha esposa, e por conta da confiança havia adquirido o posto de madrinha do anjinho junto a seu marido.

     – Senhor Park, sua esposa está sedada neste momento, mas tem minha autorização caso queira vê-la. – disse o médico mantendo o mesmo tom de voz calmo. – Peço que se recomponha antes de entrar, por favor. O senhor sabe o que pode acontecer se entrar abalado dessa maneira.

     – Jimin, vai. – Thaís murmurou me dando um pouco de força. – Alana precisa de você agora. Não se preocupe com JungHyun, meu marido e eu podemos pegá-lo no colégio mais tarde.

     – Eu agradeço, senhora Min. – respondi me levantando com dificuldades enquanto tentava ajeitar minhas roupas. – Jeon ficou de buscá-lo hoje, mas ainda sim agradeço pela ajuda.

     – Certo. – disse a mulher voltando a ser acolhida pelos braços de seu marido. – Por favor, diga a Alana que estivemos aqui. Farei uma visita quando ela estiver mais calma e... – lágrimas voltaram a encher meus olhos. – Sinto muito, Jimin.

     – Essa é a vontade de Deus, não podemos fazer nada senão nos conformar. – minha voz saiu embargada pela emoção. Ainda que exista explicação para algumas coisas, certas injustiças são impossíveis de aceitar.

Between Two Loves      || PJM / JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora