Assenti e me levantei ainda fraca, mas o policial me segura e eu me apoio recobrando minhas forças, respiro fundo e caminho para fora da cantina encontrando meus pais e meus irmãos juntos.
-O que houve filha? - meu pai vem até mim e lhe abraço pela cintura. -O que houve Mel? - ele me pergunta acariciando meu cabelo.
-Preciso ver alguém... - me afasto e fito-o, olho o Sargento e ele se aproxima. -Este é o Sargento Jorge, ele vai explicar tudo certinho para vocês... - sorrio e eles se cumprimentam.
-Onde vai filha? - ele me pergunta quando dou alguns passos para trás.
-Preciso ver alguém! - respondo olhando para o companheiro de Hercules.
-Ele está no quarto 320! - assenti e me afastei deles.
Eu caminhava devagar, meus pés queriam acelerar mas a notícia dele ter sido baleado por salvar minha família mexeu comigo, eu realmente fiquei fraca. Pergunto para umas duas enfermeira onde é o quarto e logo estou abrindo a porta.
Há uma cama ao meio do quarto, tem um soro nele, há uma enfermeira vendo se está com febre e ele parece tão bem, que penso que está somente dormindo.
-Com licença! - a menina parecia ter minha idade.
-Pode entrar senhorita! - ela fala sorrindo. -É alguém da família? - me aproximo da cama e somente observo-o.
-Uma amiga, somente isso! - ela assente.
-Então com licença! - ela se afasta e fecha a porta logo em seguida.
Ele está com um curativo grande no ombro esquerdo, vejo que também está com um curativo no quadril do lado direito e está coberto a partir daí por um coberto.
Volto a olhá-lo e seu semblante é tranquilo, seu cabelo está despenteado e quando vejo já estou sentindo seus fios passando por entre meus dedos.
-Não era desse jeito que eu queria encontrá-lo novamente! - falo sabendo que não me ouve.
Então sua mão se fecha e vejo que suas veias se sobressaltam em sua mão, logo em seguida ele vira a cabeça e resmunga algo.
-Espere um minuto! - vou até a porta e a enfermeira está falando com o médico que cuida dele. -Ele acordou! - falo fazendo-os me olharem e entrarem na sala.
Fico perto da porta enquanto os dois examinam ele e saem da sala, ele está meio perdido com o que está havendo, mas percebo que logo começa a se olhar e tocar cada curativo.
-Seus irmãos estão bem? - ele pergunta e vejo que não somente seu sorriso mecha comigo mas sua voz treme minha base.
Caminho devagar até sua cama e sinto que não posso me segurar, me abaixo com cautela com seus ferimentos e deito minha cabeça em seu peitoral, abraço sua cintura e sinto seu corpo ficar rígido.
Mas então sinto sua mão acariciar minha cabeça e me abraçar também.
-Eles estão bem, Melissa? - levanto minha cabeça e vejo-o me fitar com um olhar de preocupação e vislumbre.
-Sim, graças a você sim! Obrigada novamente Hercules! - ouço passos e me afasto rapidamente dele.
A porta se abre e vejo Sargento Jorge, minha mãe e meu pai entrando no quarto.
-Oi companheiro! - Sargento segura no ombro direito e sorri para Hercules.
-Está tudo bem com os irmãos? - os dois me olham e sorriem entre si, vi cumplicidade entre eles, não ouve nenhuma palavra depois da pergunta.
-Filha! - meu pai se aproxima de mim e me dá um beijo na testa.
-Pai! - me aproximo da cama. -Este é o Delegado Nunes...
-O que te multou? - minha mãe pergunta com os olhos arregalados. -Que mundo pequeno! - Hercules sorri e toca meu mindinho com um de seus dedos sem ninguém perceber e me faz olhá-lo e sorri sem pensar.
-Mas como fica a situação do McLennan? - Hercules pergunta fazendo a tensão se instalar no quarto.
-É melhor se retirar do caso! - Sargento Jorge fala com uma cara que vai ouvir sermão.
-Tudo bem! - Hercules responde, e pela cara do seu companheiro, não era a resposta esperada.
-É sério cara? - ele fala automaticamente e nos olha para ver se prestamos atenção na gíria que acabou de falar.
-Sim, não quero colocar em risco a vida de Melissa e sua família! - quero, mas não me intrometo e deixo que eles conversem.
-Filha... - meu pai me chama para nós conversarmos do lado de fora da sala.
-Vou sair e já volto! - falo para Hercules que sorri e saio com minha mãe e meu pai para fora.
-O que foi pai? - pergunto e vejo a cara da minha mãe. -Vixe, conheço essa cara! O que houve agora?
-Vocês estão tendo algo Melissa? - minha mãe pergunta calma, aquilo me surpreendeu.
-Não mãe! - ele semicerra os olhos e fita meu pai, logo em seguida sai de perto de nós.
-Tem certeza que não tem algo entre vocês? - meu pai pergunta.
-Não tem pai! - falei e sorri, logo vejo Sargento Jorge sair do quarto.
-Ele quer falar com você! - ele me fala.
Meu pai deposita um beijo em minha testa e sai acompanhado pelo polícia. Viro para a porta e respiro fundo, tenho que me controlar.
Entro no quarto e me deparo com ele sentado e me olhando de cima a baixo.
-Eu não queria que me visse assim! - ele fala e sorri de lado.
-Safado! - ele arregala os olhos.
Depois de alguns segundos ele cai na risada e sorri de lado novamente.
-Você fica linda brava, sabia? - ele fala sorrindo.
-O que quer comigo? Seu companheiro disse que...
-Pedir desculpas... - ele fala se ajeitando na cama.
-Pelo o que? - caminho até ele e ajudo-o com o lençol que o cobria.
-Pelos seus irmãos! - ele fala e segura em minha mão quando vou me afastar para fazer algo que não me lembro mais.
-Mas você os salvou! - falo olhando-o.
-Sim, e faria tudo novamente se fosse preciso. - nego com a cabeça.
-Eu não iria permitir que ficasse nessa cama, então não fale que passaria por isso, pois eu não quero passar pelo sentimento de medo que senti...
-Medo do que? - ele pergunta rapidamente.
-Medo de te perder!
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Somente Sua
RomanceDepois de um divórcio conturbado, Delegado Nunes tem a traseira de sua viatura amassada por uma mulher que acabara de ser multada por ele, mas o modo como ela se comporta chama sua atenção fazendo-o reavaliar suas ações de talvez encontrar um novo a...