9 - Medo de te perder!

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Assenti e me levantei ainda fraca, mas o policial me segura e eu me apoio recobrando minhas forças, respiro fundo e caminho para fora da cantina encontrando meus pais e meus irmãos juntos.

-O que houve filha? - meu pai vem até mim e lhe abraço pela cintura. -O que houve Mel? - ele me pergunta acariciando meu cabelo.

-Preciso ver alguém... - me afasto e fito-o, olho o Sargento e ele se aproxima. -Este é o Sargento Jorge, ele vai explicar tudo certinho para vocês... - sorrio e eles se cumprimentam.

-Onde vai filha? - ele me pergunta quando dou alguns passos para trás.

-Preciso ver alguém! - respondo olhando para o companheiro de Hercules.

-Ele está no quarto 320! - assenti e me afastei deles.

Eu caminhava devagar, meus pés queriam acelerar mas a notícia dele ter sido baleado por salvar minha família mexeu comigo, eu realmente fiquei fraca. Pergunto para umas duas enfermeira onde é o quarto e logo estou abrindo a porta.

Há uma cama ao meio do quarto, tem um soro nele, há uma enfermeira vendo se está com febre e ele parece tão bem, que penso que está somente dormindo.

-Com licença! - a menina parecia ter minha idade.

-Pode entrar senhorita! - ela fala sorrindo. -É alguém da família? - me aproximo da cama e somente observo-o.

-Uma amiga, somente isso! - ela assente.

-Então com licença! - ela se afasta e fecha a porta logo em seguida.

Ele está com um curativo grande no ombro esquerdo, vejo que também está com um curativo no quadril do lado direito e está coberto a partir daí por um coberto.

Volto a olhá-lo e seu semblante é tranquilo, seu cabelo está despenteado e quando vejo já estou sentindo seus fios passando por entre meus dedos.

-Não era desse jeito que eu queria encontrá-lo novamente! - falo sabendo que não me ouve.

Então sua mão se fecha e vejo que suas veias se sobressaltam em sua mão, logo em seguida ele vira a cabeça e resmunga algo.

-Espere um minuto! - vou até a porta e a enfermeira está falando com o médico que cuida dele. -Ele acordou! -  falo fazendo-os me olharem e entrarem na sala.

Fico perto da porta enquanto os dois examinam ele e saem da sala, ele está meio perdido com o que está havendo, mas percebo que logo começa a se olhar e tocar cada curativo.

-Seus irmãos estão bem? - ele pergunta e vejo que não somente seu sorriso mecha comigo mas sua voz treme minha base.

Caminho devagar até sua cama e sinto que não posso me segurar, me abaixo com cautela com seus ferimentos e deito minha cabeça em seu peitoral, abraço sua cintura e sinto seu corpo ficar rígido.

Mas então sinto sua mão acariciar minha cabeça e me abraçar também.

-Eles estão bem, Melissa? - levanto minha cabeça e vejo-o me fitar com um olhar de preocupação e vislumbre.

-Sim, graças a você sim! Obrigada novamente Hercules! - ouço passos e me afasto rapidamente dele.

A porta se abre e vejo Sargento Jorge, minha mãe e meu pai entrando no quarto.

-Oi companheiro! - Sargento segura no ombro direito e sorri para Hercules.

-Está tudo bem com os irmãos? - os dois me olham e sorriem entre si, vi cumplicidade entre eles, não ouve nenhuma palavra depois da pergunta.

-Filha! - meu pai se aproxima de mim e me dá um beijo na testa.

-Pai! - me aproximo da cama. -Este é o Delegado Nunes...

-O que te multou? - minha mãe pergunta com os olhos arregalados. -Que mundo pequeno! - Hercules sorri e toca meu mindinho com um de seus dedos sem ninguém perceber e me faz olhá-lo e sorri sem pensar.

-Mas como fica a situação do McLennan? - Hercules pergunta fazendo a tensão se instalar no quarto.

-É melhor se retirar do caso! - Sargento Jorge fala com uma cara que vai ouvir sermão.

-Tudo bem! - Hercules responde, e pela cara do seu companheiro, não era a resposta esperada.

-É sério cara? - ele fala automaticamente e nos olha para ver se prestamos atenção na gíria que acabou de falar.

-Sim, não quero colocar em risco a vida de Melissa e sua família! - quero, mas não me intrometo e deixo que eles conversem.

-Filha... - meu pai me chama para nós conversarmos do lado de fora da sala.

-Vou sair e já volto! - falo para Hercules que sorri e saio com minha mãe e meu pai para fora.

-O que foi pai? - pergunto e vejo a cara da minha mãe. -Vixe, conheço essa cara! O que houve agora?

-Vocês estão tendo algo Melissa? - minha mãe pergunta calma, aquilo me surpreendeu.

-Não mãe! - ele semicerra os olhos e fita meu pai, logo em seguida sai de perto de nós.

-Tem certeza que não tem algo entre vocês? - meu pai pergunta.

-Não tem pai! - falei e sorri, logo vejo Sargento Jorge sair do quarto.

-Ele quer falar com você! - ele me fala.

Meu pai deposita um beijo em minha testa e sai acompanhado pelo polícia. Viro para a porta e respiro fundo, tenho que me controlar.

Entro no quarto e me deparo com ele sentado e me olhando de cima a baixo.

-Eu não queria que me visse assim! - ele fala e sorri de lado.

-Safado! - ele arregala os olhos.

Depois de alguns segundos ele cai na risada e sorri de lado novamente.

-Você fica linda brava, sabia? - ele fala sorrindo.

-O que quer comigo? Seu companheiro disse que...

-Pedir desculpas... - ele fala se ajeitando na cama.

-Pelo o que? - caminho até ele e ajudo-o com o lençol que o cobria.

-Pelos seus irmãos! - ele fala e segura em minha mão quando vou me afastar para fazer algo que não me lembro mais.

-Mas você os salvou! - falo olhando-o.

-Sim, e faria tudo novamente se fosse preciso. - nego com a cabeça.

-Eu não iria permitir que ficasse nessa cama, então não fale que passaria por isso, pois eu não quero passar pelo sentimento de medo que senti...

-Medo do que? - ele pergunta rapidamente.

-Medo de te perder!

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Bjs

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