Outro telefone começa a tocar e dessa vez é o fixo da casa, Nunes vai até ele e atende.
-Delegado Nunes! - ele franze o cenho. -Vou levá-la...sim...ok, tudo bem! - ele desliga e me olha. -Sua mãe está com crise e acham que está na hora de você interferir e tentar realmente se aproximar.
-E vai dar certo? - pergunto franzindo o cenho.
-Eu não sei, Mel! Mas ela precisa de você! - ele me dá um beijo na testa e ouvimos um latido de Princesa.
-Você fica meu bem, já voltamos! - acaricio o topo da cabeça da cadela e saímos pela porta.
Entro no carro e coloco o cinto, meu coração apertou, minha mãe era tão forte e ficar assim, me deixa desnorteada. Olho Hercules e vejo que seu semblante está sério, observo-o, e sorrio, ele me quer como sua esposa, me surpreendi com seu pedido, mas depois pensei melhor, ele me ama e me espera a dois anos sem saber se eu realmente iria acordar.
-Eu te amo Hercules! - ele sorri de lado e para o carro na frente do hospital.
-Você não sabe como me fez feliz! - ele sela nossos lábios com um beijo e beija minha testa. -Eu te amo Melissa!
Desce do carro e abre a porta para mim, desço e vejo meu pai na porta de entrada.
-O que houve pai? - me aproximo e dou um beijo em sua bochecha.
-Cansei, dei um basta e disse que se não deixassem ela te ouvir ou te tocar, eu iria processa-los. - ele respira fundo.
-E pode fazer isso? - pergunto semicerrando os olhos.
-Devo poder pois morreram de medo... - ele da uma gargalhada.
-Irá ter psicólogos dentro da sala quando você entrar! - Hercules me fala. -Quer que eu esteja também? - assenti.
Caminhamos para dentro do hospital, chegamos no quarto e meu pai entra, havia mulheres sentadas no canto e quietas somente observando o que aconteceria, então foquei em minha mãe que cantarolava uma música desconexa e brincava com seu cabelo.
-Samanta! - meu pai se senta na cama e toca em sua perna fazendo-a olhá-lo.
Ela sorri e o abraça forte pelo pescoço, depois de muito tempo a mão de meu pai se eleva e me chama para me sentar do outro lado, tudo sem me olhar. Hercules assente e passo pelo quarto para o outro lado da cama, minha mãe estava com a cabeça virada para mim, seus olhos estavam parados enquanto abraçava meu pai e parecia não sentir minha presença.
-Peça para Hercules trazer nossa filha, Lucas! - seu sussurrou fez eu olhar meu noivo, ela sabia que ele estava cuidando de mim. -Ele a ama, eu sei! - ela sussurra novamente e não me olha.
-Amor! - Lucas afasta minha mãe e segura seu rosto, olha em seus olhos e sorri. -Ela está aqui, Samanta! - ela franze o cenho. -Melissa acordou! - ele fala devagar esperando que ela explodisse.
Estico minha mão e toco seu cabelo loiro que está batendo em sua cintura, de tanto que cresceu, meu pai solta ela e se afasta, ela olha meus dedos brincando com seis fios e acompanha a extensão do braço até meus olhos, seu olhar frio era presente, ela somente me fitou.
-Eu te mudei não? - ela pergunta me olhando fria. -Eu mereço esse castigo de não te ter mais comigo, sinto muito por tudo que fiz, eu pensava ser o melhor mas depois sofria com você tentando se controlar...
-Mãe... - falo sentindo minhas bochechas arderem.
-Eu não sou sua mãe! - ela afasta meus dedos e me olha por inteira. -Mãe não faz o que fiz, mãe protege e eu não te protegi! - ela para de falar olhando fixamente.
-Mas te amo da mesma maneira! - me jogo em seu colo e abraço sua cintura deixando as lágrimas que me perturbavam escorrerem e molhar sua roupa.
Ela não reage, somente deixa que eu permaneça ali em seu colo abraçando-a e nada fez.
-Mãe! - sussurro e sinto uma mão tocar minhas costas mas não é dela.
-Mel! - Hercules me afasta dela.
Olho-a somente me fitando.
-Sua alma se apresentando a mim me tortura! Não sei o que quer de mim! - ela fala como se eu fosse um espírito.
-QUE VOLTE A SER MINHA MÃE! - grito socando a cama e ela não se mexe.
-Amor! - Hercules segura meu ombro. -Ela ainda...
-ELA AINDA NADA! - grito olhando-a. -SOU EU, MELISSA SCALERT A FILHA DE SAMANTA SARA QUE SE CASOU COM LUCAS E TEVE TRIGÊMEOS MARAVILHOSOS. - grito descendo da cama e passando para o outro lado. -Ela não me perdeu, eu ainda estou aqui para ampara-lá mesmo que me use como fantoche...
-Como fantoche! - ela repete minha últimas palavras e todos a olham. -Eu a fazia de fantoche.
-Sim mãe, e mesmo que eu tivesse raiva, era seu modo de mostrar que me amava! - voltei a sentar na cama mas no lugar em que meu pai estava da última vez.
-Mel! - ela fala fitando o colchão.
Seguro seu rosto até que seus olhos me fitam, sorrio e olho-a como da última vez que brigamos.
-Adoro discutir com a senhora quando me olha fria, amo quando gesticula loucamente quando está feliz e minha felicidade foi a mil quando se casou com Lucas e me deu um pai! - então ela pisca algumas vezes e inclina sua cabeça para o lado.
-Filha... - ela finalmente arregala os olhos e me puxa me abraçando forte contra ela.
Somente deixo meu corpo ser apertado em seus braços e abraço-a da mesma forma sentindo que finalmente eu teria minha mãe de volta, de volta para infernizar minha vida, mas minha mãe estava ali comigo.
Ela ainda continua me abraçando até que meu pai se coloca ao lado dela.
-Amor, vai matá-la desse jeito. - Lucas fala e ela não me solta.
-Mas está viva para eu matá-la! - todos caem na risada e ela me afasta me olhando nos olhos e sorrindo. -Você está viva! - ela sorri novamente e beija toda a extensão do meu rosto.
-Estou mãe! - seguro suas mãos e beijo cada uma. -Nunca mais não me reconheça! - ela sorri e beija minha testa me puxando em um abraço mais forte que o outro. -Acho que dessa vez você está exagerando no abraço.
-Não estou não! - ela continua me apertando forte e meus ombros chegam a doer.
Minha mãe está de volta.
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Eita capítulo difícil! Mas consegui!Votem e comentem, não sejam leitores fantasmas.
Bjs
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Somente Sua
RomanceDepois de um divórcio conturbado, Delegado Nunes tem a traseira de sua viatura amassada por uma mulher que acabara de ser multada por ele, mas o modo como ela se comporta chama sua atenção fazendo-o reavaliar suas ações de talvez encontrar um novo a...