4 - Será patricinha?

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No carro, nenhum se pronunciou, somente vi que ele me fitava de segundo em segundo.

-Está tudo bem delegado? - pergunto buscando por seu olhar.

-Por favor, não estou de plantão, somente me chame de Hércules! - arregalo os olhos.

-Hercules? O que é semi-deus? - ele da uma risada contida e assente parando em um semáforo.

-Sim, meu pai sempre foi fã de mitologia grega então, já sabe no que deu! - ele sorri e novamente me sinto mexida por esse sorriso.

-Legal, e como foi na escola quando você estudou sobre seu próprio nome? - minha boca grande.

-Interessante, mas sempre fui um cara de olhar frio, então nunca mexeram comigo, ou me zoaram! - ele fala firme.

Realmente ele tinha porte de ser um homem com quem não se deve mexer, ele não é fortão ou algo do tipo mas tem presença, sabe o que fala e nunca se arrepender se seus atos.

-Você era valentão! - ele me olha de canto do olho e é minha confirmação.

-E você era patricinha! - não consegui segurar e cai na gargalhar. -O que foi? Você não era?

-Com toda a certeza não! - eu falo tentando me segurar.

-Não consigo acreditar! - ele fala balançando os ombros.

-Mas pode acreditar, eu era uma nerd marrenta e quem atravessasse meu caminho, iria se arrepender! - ele estaciona na frente do restaurante e arregala os olhos.

-Isso que é uma surpresa! - ele sai do carro e abre a porta para mim.

-E qual seria a razão da surpresa? - pergunto parada ao seu lado.

-Você é linda, loira, olhos verdes, tem um corpo...

-Hey, não te dei tanta liberdade! - ele espreme os lábios.

-Desculpa, mas você tem cara de patricinha! - ele fala finalmente bem próximo a mim e minha barriga ronca novamente.

-Ok, mas nunca fui patricinha e não ouse me olhar daquele jeito novamente... - ele levanta as sobrancelhas e faz menção que irá falar algo, mas não deixo. -E vamos comer logo, estou morrendo de fome! - ele sorri e assente.

-Vamos! - entro no restaurante e encontro uma mesa perfeita.

Ele puxa a cadeira para mim, e me sento rapidamente, Hercules me fita várias vezes e me observa em cada gesto que dou, até me incomoda.

-O que tanto me olha? - ele levanta a sobrancelha.

-Você é sempre direta assim? - ele pergunta cruzando os braços e se apoiando na mesa.

-Na verdade costumava ser pior, hoje eu freio mais minha língua! - ele franze o cenho.

-Porquê? - a pergunta que tanto odeio.

-Prefiro não falar sobre isso! - levanto a mão e um garçom se aproxima.

-Pois não Senhorita Scalert e Delegado Nunes... - não sei a razão mas a combinação de nossos nomes soou perfeito para mim.

-Melissa? - Hercules me traz de volta.

-Quero o prato do dia com seu maior copo de suco de frutas vermelhas! - o rapaz sorri e olha para Hércules.

-O mesmo que ela! - ele fala me surpreendendo.

O rapaz sai e fito-o com as sobrancelhas levantadas.

-O mesmo? - pergunto sorrindo.

-Sim, quero me sentir perto de alguém pela primeira vez... - minha bochechas com toda certeza ficaram vermelhas.

Ele percebeu, pois sorriu de orelha a orelha e instalei um silêncio pesado entre nós. A comida chega rapidamente e começamos a comer, eu amo de paixão suco de frutas vermelhas, ainda mais quando tem um azedo no final, mas a maioria não curte muito então achei estranho Hercules ter pedido.

-Gostou do suco? - pergunto tomando um grande gole do meu.

-Sim, principalmente do leve azedo no final! - ele quer algo só pode.

-Sério? - ele assente.

-Porque você fez essa cara? - ele levanta uma das sobrancelhas.

-Por nada! - sorrio.

Termino de comer e me levanto da mesa, seu olhar confuso me atinge.

-Foi bom almoçar com você, mas preciso ir, minha mãe acabou de chagar de viagem... - ele se levanta rapidamente.

-Eu te levo para casa! - ele sorri e deixa o dinheiro dentro da carteira da conta.

-Não precisa...

-Eu faço questão! - ele sorri e coloca as mãos nas minhas costas apontando para a porta.

Assenti e o acompanhei, no carro ficamos em silêncio, eu somente observava-o enquanto dirigia, alto e corpo magro, nunca pensei que meu cérebro acharia um homem magro bonito e definitivamente ele é, mas tem seus músculos que chama atenção talvez por ser policial, ops, Delegado.

-O que viu em mim agora? - ele corta o silêncio.

-Você é bonito! - ele sorri e para na frente da mansão de minha mãe. -Como sabe onde moro? - ele abre sua carteira e mostra seu distintivo. -Ah!

-Vamos nos ver novamente? - ele pergunta.

-Eu realmente não sei, a cada minuto você me surpreende! - saio do carro e ele me observa. -Obrigada pela ajuda na empresa, pelo almoço e pela carona... uau, você fez coisa demais para mim hoje... - fechei os olhos, eu deveria ter ficado quieta.

-Fique tranquila, vou de alguma forma encontrar um modo para me recompensar! - ele sorri daquele jeito. -Te vejo amanhã Melissa! - e sai cantando pneus.

Respiro fundo e me viro abrindo o portão da mansão, caminho pelo caminho de pedras e abro a porta, não ouço nenhum barulho, então penso que não há pessoas ali. Então uma risada reconhecível vem da sala principal, minha mãe com toda a certeza.

Entro na sala e vejo ela com os trigêmeos sentados no chão, Joseph está no sofá ao lado de Sury e rindo de alguma palhaçada dos meninos, meu pai está ao lado de minha mãe abraçado a sua cintura.

-Oi filha! - minha mãe sorri e se levanta vindo ao meu encontro.

-Oi mãe! - ela me puxa me abraçando.

Nós podemos ter nossas discussões e tudo mais, mas quando ela me abraça eu me sinto reconfortada, seu perfume doce sempre foi o meu favorito, me trás boas lembranças, de minha infância.

-A mamãe trouxe presente de New York! - Rodrigo fala no chão e chamando nossa atenção.

-Sim! - minha mãe me afasta e passa a mão em meus cabelos. -E tenho um presente para você minha filha! - ela fala olhando em meus olhos.

-Claro mãe! - sorrio.

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Olá pessoal, resolvi postar pois a obra chegou a 1K em menos de duas semanas, estou pulando de felicidades. Então resolvi liberar mais um para vocês.

Votem e comentem, não sejam leitores fantasmas.

Bjs

Somente SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora