Melissa Scalert
Quando soube que os gêmeos conheciam e gostavam de Nunes, eu tinha que fazê-los se encontrarem, então fiz um acordo com a diretora, que eles passariam o fim de semana em casa, ela concordou, eu tive que assinar vários papéis de responsabilidade, e a alegria foi total quando fizeram uma pequena mala para irem para a casa de Nunes.
Agora estamos na delegacia onde Hercules trabalha, Vitor está em meu colo e Bianca está segurando minha mão e sorrindo lindamente com os olhos brilhando.
-Estou tão feliz que vou ver o tio! - Bianca fala fazendo gestos e caretas para tentar demonstrar sua imensa felicidade.
-Calma, estamos quase lá! - ela sorri e se concentra em seus pequenos passos no grande corredor que leva a sala dele.
Neste exato momento são sete horas da noite, está começando a escurecer e vejo que Vitor está quase dormindo em meu colo, só não capotou ainda pois dei chocolate a eles e sua ansiedade para ver meu noivo está falando mais alto.
Então finalmente paramos na frente da porta e o policial que nos acompanhara se retirou com um leve sorriso, nos deixando o ato de bater na porta. Bianca observa a pequena placa na porta um pouco acima de mim e sorri.
-O que está escrito? - ela pergunta.
-Delegado Nunes! - falo olhando-a e vendo crescer o orgulho de conhecer um delegado. -Posso bater? - ela sorri e assente.
Vitor se ajeita em meu colo e levanto minha mão livre batendo três vezes, a ansiedade dos gêmeos fizeram segundos parecer meses até que escutamos.
-Entre! - Bianca não se aguentou e agarrou a maçaneta alta, mas possível de alcançar na ponta dos dedos.
Ela abre devagar mesmo pela sua agitação de ver Nunes, e então me apaixono pela segunda vez pelo meu noivo. Um brilho forma em seu olhar quando vê que é Bianca que está ali, seus olhos me veem e um sorriso enorme se abre por Vitor estar no meu colo, então larga uma pasta amarela que há em suas mãos com fotos e anotações e vira sua cadeira puxando Bianca que em um passe de mágica já está em seu colo.
Eles se abraçam de uma maneira que me fez lembrar Declan, o homem que me criou e me deu o nome ao qual tenho tanto orgulho de usar, um abraço de pai e filha. Nunes ama essas crianças e não teve como não perceber.
Caminho devagar até sua mesa e Nunes coloca Bianca sentada na mesa de frente para ele, há silêncio entre os dois, então eles nos fitam e coloco Vitor no chão que caminha devagar até meu noivo.
-Olá Vitor! - ele fala calmamente e os olhos de Vitor se enchem de lágrimas.
-Eu senti sua falta tio! - me cortou o coração, Nunes me fita e percebo que faz um grande tempo que eles não se viam.
-Venha, meu pequeno! - ele pega-o e o coloca em seu colo, Vitor se encolhe em seus braços e meu coração transborda, eu preciso adota-los.
-Você já acabou? - pergunto olhando a mesa toda bagunçada.
-Não! - ele fala ainda com Vitor em seus braços.
-Você acha que da para nós te esperarmos? - ele sorri me olhando e assente.
-Claro!
Olhei sua sala e vi um sofá verde musgo, caminhei até lá e me sentei vendo-os de longe, Nunes coloca Bianca e Vitor no chão e eles vem até mim, cada um senta um de cada lado.
Me lembrei de Hugo que ficou na recepção nos esperando.
-Hugo está aqui! - Hercules me olha e arregala os olhos.
-Ele não pode entrar aqui... - Nunes se levanta e sai correndo para fora da sala.
-Não, meninos! - segurei os dois juntos a mim.
Pela cara de meu noivo, a cena não seria legal para os meninos verem, respirei fundo e torci para que tudo desse certo.
-O que houfe tia? - Bianca acaba errando a fala e eu sorrio.
-O tio Hercules só precisa resolver uma coisa, ele já volta! - eles me fitam e assentem observando toda a sala.
-Eu não sabia... - ouvimos a voz de Hugo.
-Não saiam desse sofá! Se me obedecerem, quando sairmos daqui compro mais chocolate! - vejo o sorriso e deixo-os.
Saio da sala e vejo um policial retirando as algemas de Hugo, me aproximo, Hugo me encara e o policial parece alterado.
-Ele é suspeito senhor Nunes! - meu noivo passa a mão no rosto.
-Eu sei Sargento! - ele respira fundo. -Vá com a Melissa para a minha sala e fique com as crianças lá até eu resolver tudo. - Hugo assente e somente me puxa pelo pulso até entrarmos na sala.
-O que está acontecendo? - pergunto me ajeitando ao lado de Vitor e Bianca.
-Quando vocês estiverem a sós... - ele olha para as crianças. -Você pode conversar com ele sobre isso!
A porta é aberta rapidamente e Nunes entra correndo, vai até sua mesa e com certa agitação mexe nas pastas, fotos, relatórios e várias outras coisas, até que pega uma imagem e um papel amassado, corre para fora da sala e o silêncio se instala.
Depois de algum tempo ele entra com o policial que vi tirando as algemas de Hugo.
-Desculpe senhor, Nunes já me explicou e me mostrou provas... - eles se cumprimentam e o sargento sai da sala.
-Podemos comer totolate agora? - Vitor pergunta e todos o olham.
-Chocolate Vitor, fala chocolate! - Bianca fala e revira seus pequenos olhos descendo do sofá de costas.
Vitor me olha e assento, sua irmã estava certa naquela palavra, era exatamente assim que se falava o nome do doce.
-Chata! - Vitor solta e vi meu noivo se transformar.
-Eu escutei mesmo isso? - o tom de voz muda.
-Mas...
-Não me responda! - ele me deu medo. -Nunca mais fale isso de sua irmã, entendeu? - Vitor respira fundo e assente. -Eu quero ouvir!
-Sim, xenhor! - ele fala e vejo-o franzindo a testa para chorar, mas respira fundo e nenhuma lágrima cai.
Deixei o clima na sala melhorar e me levantei segurando na mão de Vitor.
-Temos que ir, já são oito e meia! - Nunes rapidamente arruma sua mesa.
Hugo sai na frente e pego Bianca que não parava quieta em um só lugar, Nunes termina tudo e pega Vitor no colo, logo saímos da delegacia e Hercules olha para os carros.
-O que houve? - olho para ele que fita seu carro e não da nenhum passo.
-Cadeirinhas! - ele fala como se lembrasse.
-A diretora do orfanato me entregou, está no carro de Hugo! - ele sorri e Hugo aparece com as cadeirinhas.
-Precisam disso? - ele levanta as mesmas e sorri.
-Obrigado irmão! - Hercules fala.
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Qualquer erro, me avisem, estou digitando pelo celular.Votem e comentem, não sejam leitores fantasmas.
Bjs
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Somente Sua
RomanceDepois de um divórcio conturbado, Delegado Nunes tem a traseira de sua viatura amassada por uma mulher que acabara de ser multada por ele, mas o modo como ela se comporta chama sua atenção fazendo-o reavaliar suas ações de talvez encontrar um novo a...