31 - Meu noivo!

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Melissa Scalert

Quando soube que os gêmeos conheciam e gostavam de Nunes, eu tinha que fazê-los se encontrarem, então fiz um acordo com a diretora, que eles passariam o fim de semana em casa, ela concordou, eu tive que assinar vários papéis de responsabilidade, e a alegria foi total quando fizeram uma pequena mala para irem para a casa de Nunes.

Agora estamos na delegacia onde Hercules trabalha, Vitor está em meu colo e Bianca está segurando minha mão e sorrindo lindamente com os olhos brilhando.

-Estou tão feliz que vou ver o tio! - Bianca fala fazendo gestos e caretas para tentar demonstrar sua imensa felicidade.

-Calma, estamos quase lá! - ela sorri e se concentra em seus pequenos passos no grande corredor que leva a sala dele.

Neste exato momento são sete horas da noite, está começando a escurecer e vejo que Vitor está quase dormindo em meu colo, só não capotou ainda pois dei chocolate a eles e sua ansiedade para ver meu noivo está falando mais alto.

Então finalmente paramos na frente da porta e o policial que nos acompanhara se retirou com um leve sorriso, nos deixando o ato de bater na porta. Bianca observa a pequena placa na porta um pouco acima de mim e sorri.

-O que está escrito? - ela pergunta.

-Delegado Nunes! - falo olhando-a e vendo crescer o orgulho de conhecer um delegado. -Posso bater? - ela sorri e assente.

Vitor se ajeita em meu colo e levanto minha mão livre batendo três vezes, a ansiedade dos gêmeos fizeram segundos parecer meses até que escutamos.

-Entre! - Bianca não se aguentou e agarrou a maçaneta alta, mas possível de alcançar na ponta dos dedos.

Ela abre devagar mesmo pela sua agitação de ver Nunes, e então me apaixono pela segunda vez pelo meu noivo. Um brilho forma em seu olhar quando vê que é Bianca que está ali, seus olhos me veem e um sorriso enorme se abre por Vitor estar no meu colo, então larga uma pasta amarela que há em suas mãos com fotos e anotações e vira sua cadeira puxando Bianca que em um passe de mágica já está em seu colo.

Eles se abraçam de uma maneira que me fez lembrar Declan, o homem que me criou e me deu o nome ao qual tenho tanto orgulho de usar, um abraço de pai e filha. Nunes ama essas crianças e não teve como não perceber.

Caminho devagar até sua mesa e Nunes coloca Bianca sentada na mesa de frente para ele, há silêncio entre os dois, então eles nos fitam e coloco Vitor no chão que caminha devagar até meu noivo.

-Olá Vitor! - ele fala calmamente e os olhos de Vitor se enchem de lágrimas.

-Eu senti sua falta tio! - me cortou o coração, Nunes me fita e percebo que faz um grande tempo que eles não se viam.

-Venha, meu pequeno! - ele pega-o e o coloca em seu colo, Vitor se encolhe em seus braços e meu coração transborda, eu preciso adota-los.

-Você já acabou? - pergunto olhando a mesa toda bagunçada.

-Não! - ele fala ainda com Vitor em seus braços.

-Você acha que da para nós te esperarmos? - ele sorri me olhando e assente.

-Claro!

Olhei sua sala e vi um sofá verde musgo, caminhei até lá e me sentei vendo-os de longe, Nunes coloca Bianca e Vitor no chão e eles vem até mim, cada um senta um de cada lado.

Me lembrei de Hugo que ficou na recepção nos esperando.

-Hugo está aqui! - Hercules me olha e arregala os olhos.

-Ele não pode entrar aqui... - Nunes se levanta e sai correndo para fora da sala.

-Não, meninos! - segurei os dois juntos a mim.

Pela cara de meu noivo, a cena não seria legal para os meninos verem, respirei fundo e torci para que tudo desse certo.

-O que houfe tia? - Bianca acaba errando a fala e eu sorrio.

-O tio Hercules só precisa resolver uma coisa, ele já volta! - eles me fitam e assentem observando toda a sala.

-Eu não sabia... - ouvimos a voz de Hugo.

-Não saiam desse sofá! Se me obedecerem, quando sairmos daqui compro mais chocolate! - vejo o sorriso e deixo-os.

Saio da sala e vejo um policial retirando as algemas de Hugo, me aproximo, Hugo me encara e o policial parece alterado.

-Ele é suspeito senhor Nunes! - meu noivo passa a mão no rosto.

-Eu sei Sargento! - ele respira fundo. -Vá com a Melissa para a minha sala e fique com as crianças lá até eu resolver tudo. - Hugo assente e somente me puxa pelo pulso até entrarmos na sala.

-O que está acontecendo? - pergunto me ajeitando ao lado de Vitor e Bianca.

-Quando vocês estiverem a sós... - ele olha para as crianças. -Você pode conversar com ele sobre isso!

A porta é aberta rapidamente e Nunes entra correndo, vai até sua mesa e com certa agitação mexe nas pastas, fotos, relatórios e várias outras coisas, até que pega uma imagem e um papel amassado, corre para fora da sala e o silêncio se instala.

Depois de algum tempo ele entra com o policial que vi tirando as algemas de Hugo.

-Desculpe senhor, Nunes já me explicou e me mostrou provas... - eles se cumprimentam e o sargento sai da sala.

-Podemos comer totolate agora? - Vitor pergunta e todos o olham.

-Chocolate Vitor, fala chocolate! - Bianca fala e revira seus pequenos olhos descendo do sofá de costas.

Vitor me olha e assento, sua irmã estava certa naquela palavra, era exatamente assim que se falava o nome do doce.

-Chata! - Vitor solta e vi meu noivo se transformar.

-Eu escutei mesmo isso? - o tom de voz muda.

-Mas...

-Não me responda! - ele me deu medo.  -Nunca mais fale isso de sua irmã, entendeu? - Vitor respira fundo e assente. -Eu quero ouvir!

-Sim, xenhor! - ele fala e vejo-o franzindo a testa para chorar, mas respira fundo e nenhuma lágrima cai.

Deixei o clima na sala melhorar e me levantei segurando na mão de Vitor.

-Temos que ir, já são oito e meia! - Nunes rapidamente arruma sua mesa.

Hugo sai na frente e pego Bianca que não parava quieta em um só lugar, Nunes termina tudo e pega Vitor no colo, logo saímos da delegacia e Hercules olha para os carros.

-O que houve? - olho para ele que fita seu carro e não da nenhum passo.

-Cadeirinhas! - ele fala como se lembrasse.

-A diretora do orfanato me entregou, está no carro de Hugo! - ele sorri e Hugo aparece com as cadeirinhas.

-Precisam disso? - ele levanta as mesmas e sorri.

-Obrigado irmão! - Hercules fala.

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Bjs

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