Capítulo 16

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" Já se passaram mais de vinte e quatro horas do assassinato do executivo Robert Phillips Henry, dono da Ph

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" Já se passaram mais de vinte e quatro horas do assassinato do executivo Robert Phillips Henry, dono da Ph. Seguro, uma das grandes empresas que regem os negócios em Nova Iorque. Segundo a policia ainda não se tem suspeitos, mas estão trabalhando arduamente em busca do autor desse crime tão banal.

As chances de descobrirem o responsável por tal ato criminoso e repugnante diante da nossa sociedade são válidas, mas quanto às chances desse individuo que se esconde covardemente entre as sombras de Nova Iorque de ser condenado? Criminosos sendo absolvidos de seus crimes, esta se tornado rotineiro aqui em Nova Iorque será que eles são tão bons assim que não deixam rastros ou pistas de suas selvagerias ou será que os nossos detetives que pararam no tempo e não se encaixam na modernidade criminal que evolui? Não sei qual dessas alternativas devo usar para tentar explicar essa onda de criminalidade que logo se tornara um tsunami nessa cidade, mas uma coisa eu tenho certeza, hoje nós cidadãos nova-iorquinos vivemos a mercê da insegurança, talvez esteja na hora de exigirmos de nossos representantes políticos que tomem os atos devidos nas quais foram eleitos para fazer.

Dito isso, desejo um bom dia a todos e que Deus nos proteja, porque se depender da segurança pública poderemos estar mortos no final do dia."

A voz do ancora do primeiro jornal da manhã trazia o repudio e a indignação que provalvemente muitos cidadãos de Nova Iorque estavam sentindo, mas acusar os policiais que davam suas vidas por aquela cidade irritou Frank que desligou a TV arduamente.

Ainda com as roupas do dia anterior o experiente detetive carregava em baixo dos braços vários arquivos que colocava em sua mesa de centro daquela sala escura cuja mobilha se limitava em dois sofás, uma mesa de centro e a antiga TV dos anos 90.

Abrindo todos os arquivos Frank tentava estudar casos anteriores que levavam as características semelhantes ao caso do tal executivo que estava investigando.

Pegando a garrafa de uísque que estava em baixo daquela mesinha abriu a tampa e depositou em uma caneca de café uma quantia significante daquela bebida que era inimiga mortal de qualquer fígado.

– Então você levou um tiro. – Disse ele coçando o queixo que fazia um barulho irritando devido à grossa barba. – Mas por quê? E por quem?

Ele se referia a Hisashi. Mesmo sendo um caso novo com poucas evidencias, Frank sabia de alguma forma, que os chineses tinham envolvimento. Usando de sua influência o detetive alertou a todas as unidades que recebiam as chamadas das viaturas que o notificassem caso houvesse algo que se relacionava aos orientais, segundo ele seria uma informação vital para o caso que conduzia.

Por volta das três da manhã enquanto dormia em seu sofá desgastado, recebeu uma chamada de uma das unidades. O atendente de plantão havia recebido uma ligação de um hospital relando que dois homens asiáticos haviam sido baleados e que o projétil havia sido extraído e como é de rotina a policia deveria ir ao local pegar o depoimento da vitima. Também foi comunicado que quinze minutos antes desse chamando o atendente recebeu outra ligação na qual se referia a uma reclamação de tiros em um determinado bairro próximo ao hospital onde os orientais haviam sido internados. Frank orientou o atendente que dispensasse os policiais locais que iriam ao hospital, pois ele mesmo iria coletar os depoimentos e que a pessoa que fez a denuncia sobre os tiros fosse encontrada para coletar informações mais detalhadas.

Frank não imaginava que receberia as informações das unidades tão rapidamente, ele pode sentir que os ventos começavam a mudar ao seu favor e que a sorte dos chineses estava em seus limites. Ir ao hospital era o primeiro encontro com os chineses desde o momento em que pegou esse caso, seria o pontapé inicial diante das mais novas atribulações que iriam passar e que abria a porta das investigações sobre eles.
Para o velho detetive, aquele hospital não tinha nada de novidade, durante tanto tempo na policia teve várias passagens naqueles corredores, mas para encarar os membros da Tríades era a primeira vez.

Entrar no hospital sem cordiais comprimentos ou apresentações rotineiras já era uma atitude conhecida de Frank, tanto que os funcionários não se dispuseram a impedi-lo, pois das últimas vezes que isso aconteceu houve xingamentos e força física envolvida que no final se colocaram a favor do detetive.
Porém, uma única pessoa sempre o confrontava, dificultando o seu trabalho. Frank a marcou como um empecilho, não era a primeira vez que Olivia atrapalha suas investigações, no entanto essa investigação era diferente das demais, era algo muito mais sério e muito mais pessoal e mesmo que o impedimento daquela médica prejudicasse, naquele momento, os critérios de sua investigação, Frank pode deixar claro ao seu suspeito número um que uma nova oportunidade de prendê-lo havia aparecido.

Tomando um gole do uísque começou a folhar os arquivos em busca de qualquer ligação que pudessem usar pelo menos para gerar um mandato de busca na residência de Hisashi, mesmo sabendo que ele jamais guardaria a arma do crime em sua casa afinal eles eram do tipo que incineravam as armas para que não houvesse indícios que apontassem para eles. Detalhes que Frank devido o passar do tempo e a ligação investigativa do detetive com a família Huang dês do dia em que Jing-Quo, pai de Hisashi começou a mostrar suas feições mafiosas na cidade há cerca de quinze anos atrás. O departamento na época via os atos de Frank como uma briga pessoal, que na verdade para ele era a busca incansável pela justiça, afinal Jing-Quo ordenou um ataque que matou seu parceiro e mentor quando ele era apenas um novato e mais cinco policiais. A revolta do distrito era vista nos olhos de todos os membros dos departamentos, porém a agilidade e destreza de Jing-Quo despistou qualquer evidência que pudesse levar a ele, com isso o tempo passou e a revolta da maioria foi ficando no esquecimento do passado, mas para Frank se tornava cada vez mais intensa a cada dia em que Jing-Quo e sua Máfia percorriam as ruas de Nova Iorque usufruindo de uma liberdade proibida e sem perceber Frank deixou nascer uma índole vingativa a nutrindo a cada oportunidade que tinha de exterminar Jing-Quo e sua família.

Abrindo as pastas gastas e amareladas pelo tempo deixou cair uma foto que estava entre as folhas. Estendendo a mão para pegá-la do chão viu algo que o atormentou seguidamente há uns anos atrás. Era foto de uma mulher asiática juntamente com sua filha de dois anos passeando pelas ruas do comercio de Chinatown, era aquele tipo de foto que é batida sigilosamente em busca de alguma revelação ou pista. Aquela mulher era extremamente bonita assim como aquela menininha que estava junto dela, mas responsável por amaldiçoar suas noites de sono no passado. Ling Huang a esposa na qual Jing-Quo era completamente apaixonado e Xiaoli Huang a única filha de três irmãos homens era a princesa do líder da máfia. Ambas mortas pelos passos que Jing-Quo traçou. O motivo pelo qual as duas pesavam no peito de Frank era algo que somente ele sabia e talvez Jing-Quo e se um dia contou ou não para alguém era algo que nunca saberia, afinal todas as informações do líder da máfia foram levadas com ele para o tumulo.

Lendo as certidões de óbito das duas, como fizera no passado umas centenas de vezes, fixava seus olhos nas mesmas partes específicas.

Ling Huang. 39 anos. Assassinada. Três tiros.

Xiaoli Huang. 2 anos. Assassinada. Dois tiros

Era nesse contexto incompleto que Frank sempre escrevia em sua mente o caso das duas preciosidades de Jing-Quo e apesar do sofrimento dele ter sido uma ótima forma de pagamento ao que ele fez com seu parceiro, para Frank aniquilar a tradição de seus negócios também seria a prevenção de que nenhum outro policial viesse a morrer devido à conveniência dele.

Colocando a foto no devido lugar fechou o arquivo e o colocou em um lugar separado de sua mesa, não pretendia voltar a vê-lo a menos que fosse extremamente necessário.

Olhando para o relógio digital em seu pulso viu que deveria estar em poucas horas na delegacia, por isso deixou todos aqueles arquivos na mesa e se direcionou para o quarto.

Precisava de um banho, logo iria ver as fitas de segurança da empresa de Robert Phillips e precisava estar atento a todos os detalhes, pois além de ser essencial para o caso, iria ocupar as imagens das duas chinesas que começam a atormentar a sua mente como fizera há anos atrás.

Máfia Tríades - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora