A Procura Do Amor /1° Da Duologia

Capítulo 25

Terminei de me arrumar e desci as escadas, sai de casa e fui andando até a casa de Jack. Iria lhe contar tudo hoje, é justo da minha parte ele saber, já que considero ele meu melhor amigo.
Avisto ele sentado no batente de sua casa, seus braços apoiandos no cotovelo e suas mãos entre o rosto.

_Jack?.- O chamo.

Ele levanta a cabeça rápido e me olha, percebo surpresa em seus olhos enquanto ele me analisa.

_Está diferente, não parece a Tina de meses atrás. Aconteceu algo? - Ele pergunta com certa curiosidade.

Fico calada por um momento e me passa pela cabeça a possibilidade dele saber de algo.

_Vim te contar uma coisa, não é uma fofoquinha, é uma coisa séria.- O olho.

_Você ta bem?.- Ele fica preocupado.

Me sento ao seu lado na escada de entrada de sua casa e respiro fundo.

_Preciso te falar coisas que aconteceram esse tempo que estive longe nas férias, e outras coisas mais.- Paro de enrolar ele e começo a falar._ Eu encontrei o Henrique no Rio de janeiro,quando eu fui nas férias. Não só uma vez, mas teve uma vez que tudo despencou e eu sai desesperada pra fora de casa, minha mãe havia voltado pro mesmo cara de antigamente, eu acabei parando na praia e vi ele, não pensei duas vezes em me jogar nos braços dele. Ele cuidou de mim nessa noite, eu perdi minha virgindade com ele.- Percebo o espanto dele ao falar isso.

_Você o que?.- Ele pergunta sem acreditar.

_Eu perdi minha virgindade com ele, eu queria ele e pronto, eu o amava.- Digo, sentindo lágrimas vindo aos meus olhos.

_Amava? Você ainda gosta deles,aliás, o ama.- Ele fala,e pude ver seus olhos tristes.

_Eu to grávida Jack! Grávida do Henrique.- Falo deixando minhas lágrimas escorrer.

Ele olha pra mim e vejo uma lagrima escorrer de seu rosto. Ele limpa rapidamente e fica em pé.

_Estragou sua vida por um momento qualquer, com um cara que não se importa com você.- Ele fala com raiva.

_Mesmo eu não estando junto com ele eu sei bem a preocupação dele comigo.- Rebato de volta.

_Então cadê ele? Ele assumiu o filho que vocês dois fizeram?.- Ele pergunta e sinto uma pontada no peito ao escutar isso.

_Ele não sabe de nada...- Antes de eu terminar ele me interrompe.

_Você estragou sua vida. Eu te amava Valentina, a gente teria um ótimo futuro pela frente. Mais você preferiu estragar tudo isso com um cara qualquer. Mais quer saber? Você não me importa mais, você é como todas as outras.- Ele grita.

_Não fala assim comigo.- Grito mais alto.

_Eu falo do jeito que eu quiser. Eu vou embora amanhã, vou fazer intercâmbio nos EUA. Tava desesperado porque ia te deixar, mais vendo melhor agora, isso vai ser a melhor coisa que posso fazer por mim mesmo.-Ele me olha uma ultima vez e entra em casa.

Lágrimas frenéticas escorrem dos meus olhos. Tudo era verdade o que ele havia acabado de falar. Eu simplesmente me entreguei para um cara que não tava aqui comigo, que me traiu e fez coisas piores comigo. Mais mesmo assim eu o amava.

Me levanto da escada e sigo pra casa, não paro de chorar um minuto se quer. Chego em casa e vejo tudo vazia e é ai que fica tudo pior. Eu estava sozinha, meu pai viajando, minha mãe junto de um cara que eu detestava, meus amigos em casa com sua família. E eu sozinha. Completamente sozinha.

Subo até o meu quarto e vejo as fotografias, minha com o Jack, outras com o Henrique. Raiva me consome e rasgo tudo. Jogo meu celular no espelho que se quebra fazendo um grande estrondo, jogo todas as coisas que tinham em cima da escrivania.

Um grito de dor sai da minha garganta, assim como outros e mais outros. Eu tinha destruído a minha vida por um sentimento momentâneo. Me sento contra a porta do banheiro e choro alto, eu só queria que tudo voltasse ao normal, eu não queria ficar sozinha,não de novo,não agora.

Sinto uma leve pontada no pé da barriga e mexo desconfortável mais logo passa. Só que vem outra vez mais forte me fazendo gemer de dor. Tento me levantar e depois de muita dificuldade eu consigo. Pego meu celular que está com a tela quebrada e ligo o mesmo. Disco o primeiro número que vejo sem olhar o contato e espero chamar. Uma dor forte me invade e grito mais uma vez de dor, me sento na cama e no quarto toque o celular é atendido.

_Fala Tina!

*Vem aqui agora Cecília, eu to com dor.

_To indo agora, segura ai.

Desligo o celular e sinto dores mais fortes ainda. Sinto algo molhando minha pernas aos poucos e vejo sangue. Uma quantidade de sangue ideal para se ter ideia de que eu estava perdendo o meu filho.
Comecei a chorar e me amaldicoei por isso. Sinto meus olhos pesar e meu corpo ficar mole. Mais eu sabia que não podia dormir, não agora.

_Valentina.- Ouço a voz de choro da Cecília e ela vem até mim.

_Vamos logo pro hospital.-Lágrimas quentes descem pela minha bochecha cada vez mais forte.

_Pega ela no colo Luiz,vou ligar o carro.

No momento que Luiz me pega no colo sinto meu corpo mais fraco e apago de vez.

(...)

Abro meus olhos devagar e vejo tudo branco, sinto a cama macia debaixo de mim e passo por um momento de confusão até perceber aonde estou.

Tive uma crise histérica e agi por impulso quebrando todo os pertences do meu quarto, isso me prejudicou e eu sei que perdi meu filho pelo simples fato de eu ser uma irresponsável e descontrolada.

Vejo minha mãe entrar no meu quarto e vir até mim.

_Você ta bem filha?.-Ela pergunta preocupada vindo até mim.

_Eu perdi não foi? -Pergunto com a voz embargada.

_Não meu bem, foi por pouco. Mais ta tudo bem, sua gravidez agora é de risco.- Um sentimento de culpa me invade e as palavras de Jack vem na minha cabeça novamente.

_Fui uma estúpida em ter feito tudo isso, começando pelo Henrique,eu me deixei me levar tão fácil e olha aonde eu to agora.- Choro baixo sem olhar pra ela.

_Estúpida não, irresponsável. Mas já passou e a vida segue filha. Você vai ser mãe agora e é o que conta. A gente ta com você nessa.- Ela me abraça e me sinto mais tranquila.

minutos depois o médico vem me analisar e em seguida me mandar pra outra ultrassom pra ver se está tudo bem com o bebê. Ele me disse que tudo se agravou agora. Total repouso, nada de estresses ou irritação.

Meu pai pegou um vôo rapidamente pra cá quando soube que eu estava mau. Me deu uma ótima bronca por isso mais estava aliviado por eu e o bebê estar bem. Meus amigos vieram me visitar já que tive que passar o resto da noite no hospital. Meu pai combinou que seria melhor minha mãe me ajudar durante a gravidez, tanto que ofereceu a casa pra ela ficar por enquanto, ele ficaria em um hotel... Contanto que Miguel não colocasse seus pés la.

Agora seria de extrema importância eu me cuidar, ver meu estado no momento e ser mais responsável. Tendo magoado Jack ou não, a minha vida segue da mesma forma.

10/05/19 ❤