Capitulo 2.

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— A-ah me d-desculpa. – sua voz volta a soar depois de alguns minutos, ela se afasta mais, batendo contra uma mesa.

— M-me desculpa. – ela pede para as pessoas que esbarrou.

— Tudo bem. – uma garotinha diz, a voz calma e meiga, o que a deixa tranquila.

— Deixa que eu te ajudo. – o cacheado segura seus braços, mas ela o puxa para si. – Calma, não vou te machucar, só vou te levar de volta para o balcão. – Anna escuta o palpitar do seu coração, mas vai se estabilizando, conforme ela percebe que não é o mesmo cara que estava a ser grosso.

Ele novamente segura seu braço e leva a outra mão para suas costas, influenciando, para que ela ande.

— Esta tudo bem, eu sou Harry. – ele diz, enquanto anda lentamente.

— M-me chamo Anna. – sua voz e insegura.

— Nome lindo, Anna. – seu sorriso de abre, fazendo Anna corar. – Pronto. Esta segura. – ele ri de leve, fazendo Anna sorrir de volta. — Desculpa pelo Niall ele...

— Niall? – ela franze o cenho em confusão.

— Niall é o cara que você derrubou café. – ela se encolhe com vergonha, torcendo para que Lia não tivesse visto. – Fica tranquila, ele é fresco assim mesmo, não se machucou, e você, esta bem? – assente. – Bom, deixa eu ir então, foi um prazer Anna. – Harry esboça um sorriso, embora Anna não retribua e se afasta, de volta a sua mesa.

Anna estapeia o ar a sua frente, encontrando o balcão, caminha lentamente para trás dele e respira fundo.

— Tudo bem, Anna? – Luke se aproxima, tomando sua mão para si. – Parece assustada.

Ela respira mais calma por um instante, Luke tinha razão, ela podia sentir seu coração acelerado.

— Pode me trazer um pouco de água? – pede.

— Vem. – Luke entrelaça seus dedos aos delas e a acompanha até a cozinha.

Sua outra mão pousa nas costas de Anna, a mantendo por perto. Ela podia sentir o cheiro de chocolate no ar, fazendo a sorrir.

— Oi, Calum! – ela diz animada ao sentir o cheiro de canela do amigo. Luke senta a amiga numa cadeira próxima a mesa e se afasta para pegar água.

— Olá, Anna! – Calum retribui com a mesma animação, enquanto pincela as roscas.

— Como esta?

— Bem. – ela levanta o olhar. Mesmo não podendo ver, sempre tenta manter seus olhos no rumo dos outros. Anna fazia isso todas as vezes durante as conversas, estava até ficando boa, as vezes dava a impressão que ela podia enxergar o mundo a sua volta.

O mundo. Uma palavra tão pequena, mas com uma imensidão incabível. Por vezes Anna chorou e se lamentou por ser cega, espéculou a vida, gritou dizendo que era injustiça, desejou imensamente poder ver o mundo, a diversidade de cores, lugares e objetos, mas nada era possível, nem imaginar ela podia. Como imaginar algo que nunca viu?

— Aqui, Ana. – Luke caminha até a pequena e deposita o copo de água em suas mãos.

— Obrigado. – ela sorri.

Mesmo não podendo ver, ela sentia o peso dos olhares de Luke e Calum sobre ela, não era incômodo, deixou de ser a muito tempo.

Ela bebê devagar a água, tentando saborear o líquido sem sabor. As vezes passava horas tomando uma jarra de suco lentamente, gravando na ponta da língua o sabor, que mais tarde saberia distinguir dos demais.

A Importância dos MomentosOnde histórias criam vida. Descubra agora