Capítulo 8.

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O som do despertador, faz que Anna despede, um pouco atordoada com o barulho alto, procurando pelo relógio barulhento. Seu corpo se movia devagar, processando lentamente cada movimento antes de efetuar, os olhos relutantes para ficar aberto, a claridade os machucando.

— ANNAAAAAAA! – a caçula chama, enquanto a mais velha caminha preguiçosamente pelo corredor.

— Anne não grita! – ela tampa os ouvidos sentindo-os doloridos. A caçula era ciente de como sua irmã era sensível a sons altos, mas sempre que se empolgava, não conseguia controlar o tom da voz. – O que você quer?

— Seu amigo loiro vai vir aqui de novo? – a caçula sorri maliciosa, enquanto faz um coque bagunçado em seu cabelo.

— Que amigo loiro? – Anna adentra no banheiro, procurando por sua escova vermelha. – Luke?

— Claro que não! – Anne revira os olhos. Ela achava Luke chato e monótono, um cachorrinho mandado de sua irmã.

— Eu não tenho outro amigo loiro. – ela começa o processo de escovação.

— O Niall. – Anne diz ligeiramente tímida, enquanto sua irmã se engasgava com pasta dental.

— Ele NÃO é meu amigo! – Anna fecha a porta do banheiro.

— Por isso mesmo, você tratou ele mal, deveria chamar ele aqui pra pedir desculpas. – a voz de Anne dizia através da porta.

— Sem chance! – Anna termina o trabalho, passando a toalha sobre o rosto. O tecido macio e peludo, gostoso sobre a pele. – Você só está querendo ficar com ele.

— E se for? – ela abre a porta, limpando o canto dos olhos. Anne estava de braços cruzados contra a parede, encarando a irmã desleixada.

— Você nem o conhece, só o viu uma vez.

— Pelo menos eu vi! – Anne diz antes mesmo de ponderar sobre as palavras, arrancando um grunhido da irmã, que parecia completamente abalada.

Juntando forças, Anna caminha de volta ao seu quarto, indignada com o que acabara de ouvir.

— Me desculpa Anna. – a caçula caminha atrás dela. – Eu sou uma idiota.

— Ainda bem que você sabe. – a morena se joga na cama, massageando a têmpora.

— Vai trazer ele aqui? – Anne pergunta, o fio de esperança em sua voz era chantagem o suficiente para fazer a irmã se sentir arrependida por não o fazer.

— Não! – a mais velha diz, determinada, voltando a se levantar em busca de seu uniforme.

— Por favor. – Anne sussurra, atacando com sua última jogada. Anna nunca resistia a irmã quando ela sussurrava com voz de choro, era seu ponto fraco.

— Eu já disse que não Anne! – ela tentou parecer firme, mesmo que no fundo estava se desmanchando pela irmã, no entanto não poderia satisfazer todos os seus desejos, quando ela não queria ver Niall, nem hoje, nem nunca. – Agora vai se arrumar pra faculdade.

— Vai você no meu lugar, já que adora bancar a mandona, deveria dar aula. – a caçula irritada, cuspiu suas palavras raivosas e cheias de veneno, que chegavam ao coração de Anna e o machucavam como facadas.

— Por que diferente de você eu sustento essa casa, sustento você e suas regalias. – sua voz estava exaltada, submersa na fúria. – Eu tive que abrir mão dos estudos não só pela dificuldade, mas por que depois que nossos pais morreram não tinha ninguém pra nós ajudar. E a não ser que queira ter ido para um orfanato e ter o mesmo futuro que o meu, sugiro que cale a boca e vai se arrumar pra faculdade.

A Importância dos MomentosOnde histórias criam vida. Descubra agora