Capítulo 9

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Jamie se sobressaltou de seus pensamentos quando percebeu que ela adormecera. Estava aninhada a ele, que a abraçara, o corpo mole, o rosto sem expressões, o cabelo caindo a toda volta. Ele acariciou o rosto dela, lentamente, retirando o cabelo dali. O que fizera com aquela mulher? Roubara sua inocência, sua pureza, em um gesto de puro egoísmo. Ele não tinha o direito de estar ali. Se levantou, se desvencilhando dela com cuidado. Dakota estava tão cansada que nem notou, se aninhou com o cobertor. Jamie a cobriu direito e se vestiu, observando-a, e saiu dali em seguida. O castelo estava deserto, ele caminhou tranquilamente e despercebido. Passou no quarto de Dulcie e checou a filha; a menina dormia profundamente. Depois foi pra sua torre. Chegando lá tirou as roupas, vestindo o que usava para dormir, e se sentou na cama. Olhou pro lado e um porta retrato estava ali, com uma pintura. O único retrato que havia no quarto. Ele o apanhou, observando a foto.

— Amélia, o que estou fazendo, meu amor? – Perguntou, em um murmúrio. Mas Amélia seguiu do mesmo modo, imortalizada em seu retrato. Jamie pôs o porta retrato no lugar e se deitou, apagando as velas.

Dakota quase chorou quando o apito sou nos corredores, avisando que era hora dos empregados se levantarem. Estava tão cansada! Ela se esticou na cama vazia, com a sensação de que seus ossos haviam sido substituídos por maria-mole. Foi pro banho e quase dormiu debaixo d'água.

— Nada que um café forte não resolva. – Comentou consigo própria, após se vestir. Então parou em frente ao espelho e fez uma careta.

Aquilo sim seria um problema. O colo dela tinha marcas claras de boca, sem contar nos seios. Ela puxou mais a aba do vestido pra cima, tapando maior parte das marcas. Mas não havia como tapar o pescoço, que tinha pontos vermelhos e roxos nas laterais. Ela apanhou o cabelo, solto, e jogou por sobre o pescoço. Ocultava as marcas. Assim apanhou duas mechas grandes de cabelo, uma de cada lado do rosto e prendeu em um mini rabo de cavalo no alto da cabeça.

Mas era só um penteado, o cabelo seguida solto na parte debaixo, não no rabo de cavalo que era parte do uniforme. Como foi a única idéia que ela teve, saiu assim mesmo, bocejando.

— Bom dia, menina. – Nelly, a cozinheira cumprimentou. Dakota assentiu, se sentando – Não está bem?

— Sono demais. – Disse, respirando fundo.

— Vou te fazer um café forte. – Disse, solidária. Nelly era a nova cozinheira. Uma pessoa de idade avançada, e completamente adorável. Fizera amizade com Dakota logo a inicio.

Nelly serviu o café e Dakota o bebeu de bom grado, sentindo a cafeína obrigando seu corpo a despertar. É, café sempre ajudava.

— Obrigada. – Disse, pondo a xícara vazia na mesa. Mas...

— O que significa isto? – Elena perguntou, incrédula.

— Bom dia, Srta. Lincoln. – Respondeu, se levantando.

— Bom dia? – Disse, debochada – Onde crê que está, Dakota? Em uma festa, um baile?

— Não, senhora. – Disse, respirando fundo. Estava tão cansada!

— Pois trate de arrumar o cabelo como ordenado.

— Não. – Disse, e inconscientemente deu um passo pra trás.

— Como? – Perguntou, como se não houvesse ouvido direito.

— Não posso. Perdoe. – Disse, na defensiva.

— Vou lhe mostrar se não pode. – Disse, avançando pra Dakota.

Luke e Jamie andavam no corredor. Jamie despertara com um humor muito mais agradável, e Luke notara isso.

Apenas mais uma de amor Onde histórias criam vida. Descubra agora