Capítulo 16

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Jamie já não procurou Dakota. A principio ela pensou que ele realmente estivesse mal, mas quando ele passou por ela, ignorando-a, soube que não o era. Não fez nada, todavia. Não havia nada que pudesse fazer. Doía ficar longe dele, mas ela sabia qual era seu lugar. Voltou ao seu trabalho, como sempre foi, e Elena, deliciada porque conseguira seu intento, a deixara em paz. Mas Dakota ainda usava o pequeno escapulário que ele pusera em seu pescoço. Usaria sempre. Jamie, por sua vez, sentia demais a falta dela, mas o remorso o corrompia. Era errado para com Amélia o que ele estava fazendo. Fazer um jantar de luxo e levar uma criada como companhia, o que ele estava pensando? Seus pais, se vivos, o matariam só por pensar nisso. E a pobre Amélia não o merecia.

— Pelo amor de Deus, tu estás insuportável. – Luke disse, desistindo e afastando uma planilha que os dois tinham a frente.

— A rota está traçada, é essa e ponto. – Disse, duro.

— Pois vá nela tu com teus homens, e morra lá. – Disse, os olhos claros sérios – Sua tolice não é um motivo pelo qual eu pretenda morrer, Jamie.

Nada funcionava. Os dois precisavam trabalhar junto em um plano de ataque, mas não se entendiam. Jamie estava irritante e Luke já era arisco por si; Não era de sua natureza se curvar. A falta do apoio de Andrew e a indecisão de Victor, que não queria travar uma guerra que não era dele, também não ajudavam. Estava impossível prosseguir com uma guerra desse jeito.

— Com licença. – Dakota pediu, batendo na porta.

— Entre. – Eloise disse, parada na frente da janela. O vento brincava com os cachos dela.

— Bom dia, senhora. – Eloise assentiu, se abraçando.

Dakota se pôs a trabalhar. A cama era enorme e precisava ser feita logo. Trabalhou em silencio, estirando os lençóis, as cobertas, afofando os travesseiros... Enfim.

— Necessita de algo, senhora?

— Me diga algo que eu precisasse que você poderia me dar. – Disse, divertida com a idéia. Dakota ergueu as sobrancelhas, considerando.

— Não... Sei. A senhora apenas parece triste. Pensei que quisesse algo. Perdão.

— Não, me perdoe tu. Fui grossa, você só quis ajudar. – Disse, saindo de perto da janela. Usava um vestido cinza. Ela suspirou, olhando o quarto – Estou realmente infeliz, mas não é nada que ninguém possa resolver.

— Gostaria... De conversar? – Perguntou, hesitante. Eloise avaliou.

— Implorei a Luke que não aceitasse o pedido de Jamie. Essa guerra não é nossa, não precisávamos estar aqui. Mas não sei, parece que o instinto da briga, da batalha, correm junto com o sangue dele, e ele aceitou. – Ela se sentou em uma poltrona – Agora todos os dias são dessa incerteza. Não sei se seremos atacados. Não sei quando meu marido resolverá atacar. Não sei quando vou vê-lo sair pro campo de batalha, e não sei se retornará. Essa instabilidade me incomoda.

— Entendo. – Disse, acompanhando o raciocínio dela.

— Como é teu nome?

— Dakota, senhora.

— E o pior nós éramos felizes, Dakota. – Disse, o rosto com um tom de raiva – No nosso reino não há uma fronteira tão fortemente guardada, não há homens sendo treinados para morrer, não há famílias destroçadas. Lá há paz, há calma. Éramos felizes. Fomos felizes desde o momento em que Luke me tirou para dançar no baile em que os pais dele deram para escolher sua noiva. Esta guerra não é nossa! Eu não conheci Amélia, e eu não quero que meu marido se arrisque para vingar a morte dela! – Ela suspirou novamente, o rosto delicado – A cada dia eu espero que isso tudo acabe, mas por fim não quero que aconteça. Não vou suportar vê-lo sair para a batalha; embora cada dia saiba que está se aproximando.

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