Capítulo 28

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Mas dois meses se passaram, e ela não voltou. Jamie tão pouco a procurou, não a viu, nem com Dulcie. Ele não tinha paciência pra isso. Ou ela o queria, ou não queria. Ele não iria rastejar mais. Porém o acaso amar pregar peças...

— Senhores. – Soldado chamou, com a respiração ofegante, entrando na sala onde Jamie e Luke estavam. Jamie virou o rosto para olhar; Luke apenas ergueu os olhos.

— O que há? – Jamie perguntou, os olhos claros quase perfurando o soldado.

— Willow Creek. – Era uma das propriedades de Jamie. Como uma das extremidades do território. – Está sob mira de ataque. Pelo visto temos menos de 02 horas até que o confronto ocorra.

— Quantos homens? – Luke observava, sem um pingo de graça no rosto.

— Esse é o problema, o olheiro não conseguiu ver a divisa. – Jamie franziu o cenho, Luke arregalou os olhos – Mais de 500 pelo que pude ver, senhor.

— Mais de 500 em uma batalha neutra? – Perguntou, incrédulo.

— Não é o numero total, eu vim dar o alarme e ainda haviam homens em marcha. – Disse, e dava para se ver o porque da afobação.

— Não é uma batalha neutra. – Luke disse, olhando para frente – Jamie, Willow Creek estava com a divisa descoberta, discutimos isso ontem. Uma frente de batalha de 500 homens em um campo sem defesa, pelo amor de Deus. – Disse, apontando o óbvio. O rosto de Jamie o se entalhou em pedra de uma hora pra outra.

— Ele está vindo. – Concluiu, e Luke assentiu erguendo a sobrancelha – Desgraçado. – Rosnou, se levantando, e saiu. Luke se levantou também. A urgência era clara agora.

— Soe o alarme, eu quero, por baixo, mil homens pro campo de batalha agora. Cubram a guarda do castelo e esperem por mim e Jamie lá fora. Vá! – Ordenou, antes de sair da sala, também apressado.

Eloise lia um livro; Dakota cuidava de Dulcie; Cada um em seus afazeres... Quando houveram sinos. Altos, ensurdecedores. Os da igreja e os do castelo. O copo que Dakota tinha na mão, vazio, caiu e se quebrou em vários cacos, mas ela não o olhou. Eloise ergueu o rosto do livro, e parecia mais branca que o normal. Ambas sabiam o que aqueles sinos significavam: Guerra. Imediata, iminente.

— O que é isso? – Dulcie perguntou, atordoada com o barulho. Dakota olhou a menina, e Dulcie viu o pânico nos olhos dela – Dakota, o que foi?

— Eu... Eu já volto. – E ela saiu correndo.

Dakota nem sabia o que estava fazendo. Os sinos continuavam tocando, e aquilo a atormentava. Ela percorreu salas e salas, procurando por ele, e nada. Onde estava? Ela parou no corredor do primeiro andar, revirando os olhos pra si mesma, e desembestou para a escadaria que dava na torre de Jamie. Seu pulmão doía pelo esforço quando ela abriu as portas (novamente sem bater), encontrando-o lá. Ele já estava com a armadura, e prendia algo de metal ao seu braço, como uma proteção. Os dois pararam ao se verem.

— O que há? – Perguntou, na defensiva, parado ao vê-la ali.

— Não vá. – Pediu, rouca tanto pela caminhada, tanto pelo desespero.

— O que? – Perguntou, confuso.

— Jamie, não vá. Não atenda o chamado, fique aqui. – Ele entendeu o medo dela.

— Dakota... – Ele suspirou. Dakota viu a espada dele pousada nos pés da cama, e isso lhe pareceu um mal sinal.

— Eu estou implorando. – Ela estava chorando – Eu faço o que você quiser. Pelo amor de Deus, não vá.

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