Capítulo 71

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Emma estava em seu quarto. Assim que a fúria de Andrew passasse. Falando em fúria de Andrew... A porta se trancou. Ela se levantou, virando-se, e o viu parado.

— Você tem noção do que eu passei pensando que alguém tivesse lhe feito algo? – Andrew perguntou, a voz dura. Ela se aproximou dele, que não se demoveu.

— Meu anjo, eu estou aqui. Bem aqui. – Ela tocou o peito dele, as mãos ainda cobertas pelas luvas – Já acabou. Eu estou aqui.

— Está, mas poderia não estar. – Ele apanhou os pulsos dela, apertando-os – Eu quase lancei uma ofensiva para ir atrás de você! Quase pus tudo a perder por tua desobediência! – Ele realmente estava furioso. Os pulsos dela doíam barbaramente.

— Andrew, calma. – Pediu, encarando-o – Meu amor, sou eu. – Ele ofegava, raivoso. – Está me machucando.

— Você me prometeu... – Ela recuou, tentando se soltar, mas seus pulsos estavam definitivamente presos. Ela sentia como se o osso fosse se romper a qualquer momento – Me prometeu da ultima vez que não faria mais isso. Emma, eu acreditei em você, e você mentiu. – Rosnou, entortando o pulso dela, que arfou.

— Perla mandaria matar a mãe dela. Tu sabes disso. Não corri risco algum, e fiz o necessário. – Ela o encarava corajosamente, ignorando a dor lancinante dos pulsos. – Eu nunca faria nada que apresentasse a possibilidade de me afastar de ti, Andrew. Por favor.

— Me dê sua palavra de que não vai tornar a me desobedecer, não importa qual for a ocasião. – Ordenou. Ela hesitou, e o aperto em seus pulsos piorou. Ela grunhiu. Torcidos já estavam. – Você me deve obediência. Dê sua palavra agora, Emma.

— Não vou mais desobedecê-lo. – Disse, encarando-o – Tem minha palavra. Me desculpe.

Andrew a encarou por instantes, então largou os pulsos dela, que gemeu baixo, respirando fundo. Tentou mexe-los, mas não conseguiu fazer direito. Estavam torcidos, doía. Ele observou e se afastou, ofegando. Não gostava de machucá-la.

— Eu vou dormir em outro lugar. – Disse, se afastando em direção a porta. Emma ergueu o rosto, vendo-o sair, e interferiu.

— O que? Não! – Andrew a olhou, viu ela ainda segurando os pulsos contra a barriga, mas o rosto agoniado – Eu dei minha palavra, pedi desculpas, não vá! – Ele sorriu de canto – Meu erro foi tão grande assim?

— Eu estou com raiva. Me assustei demais, me senti acuado. – Ela esperou – Preciso me acalmar... Longe de você. – Ela gemeu – Se ficar aqui vou terminar por machucá-la, – Ele apontou os pulsos dela – E não é minha intenção.

— Prefiro que me machuque a passar a noite sem você. Está frio. Por favor. – Pediu, completamente desarmada perante aquilo. Ele avaliou. – Por favor, Andrew.

Ele se aproximou e ela esperou. Tinha tentado ajudar, agora além de machucada ficaria sem o marido? Onde morava a justiça nisso? Ele a encarou por instantes, até que levantou a mão. Ela chegou a cogitar que ele fosse esbofeteá-la, mas ele acariciou-lhe a maxilar.

— Por favor. – Insistiu. Ele assentiu e ela sorriu, respirando fundo.

— Me deixe ver isso. – Ele se sentou nos pés da cama, apanhando os braços dela com cuidado. Retirou as luvas delicadamente, avaliando-lhe os pulsos. Os roxos já eram evidentes. – Inferno. – Murmurou, vendo o estrago.

— Não é nada. – Ela se sentou ao lado dele, que a olhou. Em seguida ergueu a mão, puxando os grampos do cabelo dela, soltando-os do coque, deixando-os cair lisos pelas costas dela.

— Tive tanto medo de perdê-la. – Confessou, pondo-lhe o cabelo atrás da orelha – Nunca havia sentido medo desse modo. Eu não suportaria. – Ele apanhou um mecha do cabelo dela, aspirando o perfume.

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