Capítulo 72

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— Vou deixá-las a sós. – Andrew disse, apanhando a bandeja e saindo.

— Está tudo bem? – Dakota perguntou, ao fechar a porta.

— Perfeitamente. – Emma respondeu, com um sorriso impecável no rosto – Só fui preguiçosa ao não descer, foi um dia longo ontem. Como está sua mãe?

— Perfeitamente bem. Nunca poderei agradecer o suficiente. – Disse, se sentando ao lado de Emma.

— Foi um presente. De casamento. – Emma lembrou – Não precisa agradecer.

— Você quer me dizer como conseguiu fazer aquilo? – Rita perguntou, exasperada. Emma riu.

A conversa fluiu gostosamente. Ninguém notou nada.

Mais tarde...

— Isso não some. – Emma rosnou, enquanto Victor avaliava seus pulsos. Não melhoraram em nada. Os dois estavam a sós em uma sala, era meio da tarde. – Todos me questionam o porque eu ando de luvas, Andrew quer chamar um médico, é o inferno!

— Ainda dói? – Victor perguntou, virando os pulsos dela

— Não muito, quase nada. Isso não vai sumir? – Perguntou, atordoada – Victor, eu já me machuquei inúmeras vezes, eu acreditei que isso teria desaparecido na noite seguinte!

— Antes não foi ele a machucá-la. – Victor disse, observando as marcas negras. Emma ergueu a sobrancelha – Você o ama.

— Ainda esperando o motivo pelo qual isso não some. – Disse lentamente.

— Você o ama e ele lhe machucou. Por isso a mancha não some. – Ela olhou de Victor pros pulsos.

— Acredite, essa não é a primeira vez que ele deixa uma marca em mim. – Disse, debochada.

— Suponho que essa tenha sido a primeira que ele deixou com a intenção de deixar. De machucar, causar dor. – Ela não teve resposta. Era verdade.

— O que eu faço? – Perguntou, derrotada. Victor pressionou um roxo, fazendo ele sumir... E em seguida reaparecer.

— Você já tentou...

— Já. – Completou, sem que ele precisasse terminar a pergunta, e ele assentiu, soltando-lhe as mãos sutilmente. Ela apanhou as luvas, calçando-as. Os pulsos não doíam mas pareciam relutantes em obedecer. Ela olhou Victor, esperando. Os olhos dourados estavam pensativos, distantes.

— Eu não faço idéia. – Ela suspirou, passando a mão no rosto.

— O casamento está próximo. Eu preciso resolver isso. – Disse, angustiada.

— Emma? – Chamou, a voz vindo do corredor.

— Eu vou pesquisar. Alguém deve saber. – Victor disse, vendo ela se levantar, e ela agradeceu com um sorriso de canto.

— Eu estou aqui, querido. – Emma respondeu, sumindo no corredor.

Ai estava um problema similar a guerra: Ninguém sabia como resolver.

O dia do casamento chegou. Dakota mal dormiu. Logo pela manhã criadas foram ajudá-la. Prepararam um banho com pétalas de rosas, massagem, logo havia alguém para cuidar dos cabelos... O vestido de noiva, pronto, impecável, estava em um manequim. O castelo (o reino) estava um alvoroço. Porém o quarto dos Garfields estava quieto. Emma, recém saída do banho, olhava desolada os pulsos. A criada acabara de sair, após amarrar o espartilho preto. Ela suspirou. Tentara de tudo, e a droga da mancha não sumia. Ela se virou para a cama, o vestido preto metálico, luxuoso, passado e engomado. Ao seu lado a caixa com a coroa... E luvas. Ela não aguentava mais. Até que a porta se abriu e Victor entrou, fechando-a.

Apenas mais uma de amor Onde histórias criam vida. Descubra agora