Capítulo 58

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— Não... Pronuncie... – Jamie estava possesso – Não diga o nome dela. Não se ouse. Não você.

— Porque? Porque eu a matei? – Jordan perguntou, debochado – Não, tu a mataste. E veja, tu o sabes. Tu não devias pronunciar o nome dela, não eu.

— Culpa tua. Tudo foi culpa tua. – Disse, a boca amarga.

— AMÉLIA NÃO O AMAVA! NUNCA AMOU! – Rugiu, furioso, mas respirou fundo – Ela era minha. Minha, Jamie, MINHA!

— Você enlouqueceu. – Jamie disse, confuso com aquilo – Amélia era minha esposa.

— Porque eu era jovem. – Rebateu – Ela tinha a mesma idade que eu, mas eu não podia desposá-la porque não havia alcançado a maioridade. Então tu passaste na minha frente. – Disse, com nojo – Eu estava apenas a espera. Nós já namorávamos. Nos amávamos. Então você surgiu, e a levou.

— Está louco, Jordan. – Jamie Murmurou, observando o outro.

— Ela nunca foi feliz ao teu lado! Nunca quis ir a lugar algum, quase nunca sorria, porque não o amava! Não o procurava na cama, não sentia prazer com você, sentia nojo do seu corpo, do seu toque, dos seus beijos! Ela me disse isso em palavras, seu grande idiota! Se lamentou dezenas de vezes por saber que a noite você a procuraria novamente, e ela não teria como se negar! – Continuou – Mas teve um caso comigo durante todo o tempo. No fundo de teu castelo corre um rio, sabe, Jamie? Ela disse a você que tinha nojo daquele lugar. Mentira, ela o achava lindo, mas ela queria que tu acreditasse que ela se enojava. Então nos encontrávamos ali. Perdi as contas de quantas vezes eu lhe fiz amor naquele lugar, e você nem desconfiava.

— Eu vou mesmo matar você. – Jamie disse, em tom baixo.

— Lembra-se dos passeios da tarde dela? Aqueles em que ela não o deixava ir? Ela ia se encontrar comigo. – Disse, com um sorriso de canto – Passávamos a tarde juntos, todas as tardes, todos os dias.

— Dizendo que eu acredite nesse absurdo. Você a amava e a matou? – Perguntou, debochado.

— Nosso relacionamento ia muito bem. Eu havia planejado tudo: Iria roubá-la. Então, maldição, ela estava GRÁVIDA! – Gritou, furioso. – Meu Deus do Céu, como eu quis que aquele filho fosse meu! Eu rezei tanto! Mas não. – Ele respirou fundo – Ela me garantiu que suas regras haviam vindo depois da ultima vez em que estive com ela. O bastardo era seu. – Ele parou consigo mesmo. Jamie parecia enjoado com aquilo. Tudo se encaixava, mas ele se recusava a aceitar – Ela disse que não fugiria. Que não lhe roubaria o filho que era seu. Então eu a envenenei. – Disse, os olhos distantes – Mas não ela, ela nunca! Era pro bastardo morrer! Uma vez livre dele ela fugiria comigo!

— Cale a boca. – Jamie ordenou, nauseado.

— Mas como sempre VOCÊ tinha que interferir! A MATOU E ACABOU COM TUDO POR CAUSA DA MALDITA CRIANÇA! QUE SENTIDO ISSO FAZ? – Perguntou, furioso. – VOCÊ A TOMOU DE MIM ATÉ MATÁ-LA!

— Eu não tinha como saber. Eu pensei que ela estava morta, ela me implorou para salvar a criança. – Ele falava consigo próprio. Cada vez que a dor do remorso o atingia ele se cobria repetindo isso.

— Estava viva, meu Deus, ESTAVA VIVA! – Havia dor no rosto de Jordan – Quando ela abortasse aquela aberração eu a levaria para longe. Abandonaria o trono, iria embora. Mas você entra e a mata.

— Cale essa maldita boca. – Rosnou, se tornando furioso.

— Pois que fique claro o motivo dessa guerra: Você tomou Amélia de mim. Se casou com ela. Nós tínhamos um caso, debaixo do teu nariz. Ela engravidou de você, e eu tentei matar a monstruosidade que habitava em seu ventre. Tu a mataste. – Disse, duro – Eu amei Amélia, Jamie. Eu a amei tanto que nem posso explicar em palavras. A amava em cada respiração. E acredite em mim, ela retribuía. Esse é o propósito desta guerra: Você matou a mulher que me amava. Minha vida nunca mais teve sentido desde que eu soube que ela estava morta. As cores sumiram, tudo o que vejo é cinza.

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