25 de março de 2029

384 25 5
                                    


Pov Manuela

Tinha se passado quase uma semana do meu encontro nada planejado com a Alasca, hoje era terça e eu teria que me encontrar com ela novamente depois de quase uma semana, Bruna não vai poder levar os papéis do cronograma de quarta para ela então eu vou ter de ir lá na escola de artes entregar.

Eu ainda não tinha processado todas as informações daquela quarta, para falar a verdade eu já pensei muitas vezes em simplesmente fugir de novo, mas algo em mim me impede de fazer isso, não sei o que e nem quero saber. A partir do momento que a vi naquela escola entendi que o destino realmente sempre faria a gente se reencontrar mesmo se eu fugisse o máximo possível, no final das contas vi que ela não estava tão errada a anos atrás.

Aquela morena sempre me fez perder um pouco da minha sanidade mental, eu sempre soube que na verdade não era só amizade, não era só atração, não era só uma bobeira, mas talvez acreditar nisso tornaria as coisas mais fáceis, até que com o passar do tempo foi cada vez mais difícil de me convencer disso. Ela era linda, sério, ela fugia totalmente do "meu padrão de beleza", era intrigante e eu gostava de observa-la. Ela sempre foi de falar muito e eu sempre estive atenta a cada palavra. Eu gostava da forma como ela se empolgava falando de certos assuntos e as vezes, sem querer, eu deixava um sorriso de canto escapar, como quem estava satisfeita em escutar todo aquele entusiasmo. Desde novas sempre percebi que ela era diferente de todas, ela sabia compreender, ela notava meus detalhes e escrevia pra mim. Eu sempre fui do tipo durona que não dá o braço a torcer, mas com ela não dava, eu acabava me denunciando, eu gostava das palavras e da forma como ela me descrevia, eu queria realmente ser a mulher dos seus versos, mas pera, eu era. Ela tinha o dom de me fazer rir, talvez por amar o meu sorriso ou talvez porque tem um efeito muito grande sob mim. Nós sempre fomos uma incógnita, algo que nunca na realidade aconteceu, então nunca na realidade deu errado, alias sempre soube que temos poucas chances de não dar errado, mas a questão é que agora somos maduras, adultas, temos nossas vidas e as pedras do nosso caminho ficaram para trás, mas a grande questão que não saia da minha cabeça era: Quais serão as novas pedras que estão no nosso caminho? Eu também terei medo delas? Eu não quero ser covarde novamente.

Eu já estava dentro do carro indo em direção ao meu destino, eu ficava repassando na minha cabeça como agir, mas já sabia que seria tudo em vão, que sempre quando a via nada saia como planejado, nunca as coisas com ela saíram como planejado.



15 de junho de 2015

Hoje era o dia que eu ia tomar coragem, eu vou encontra-la e ficar com ela, é tudo que quero/preciso agora.

Anda tudo muito confuso, e ela é a pessoa com quem na verdade eu queria ter coragem de jogar tudo para o ar e ficar, mas eu não consigo. Confesso que eu estou com medo de parecer está usando ela, de está fazendo por carência ou sei lá.... Qualquer outro motivo que não seja o fato dela me atrair muito. Até porque é só isso, ela me atrai e eu preciso toca-la e acabar com isso logo.

Eu estou um pouco atrasada, então mandei uma mensagem para ela e avisei, após me arrumar, peguei o ônibus e finalmente a encontrei. Lá estava ela, com a barriga exposta como sempre, um sorriso bobo no rosto que aumentou quando me viu.

- Oi moça! – Nos abraços da mesma forma de sempre o que me permitia tocar sua cintura – Tudo bem? – Ela perguntou mais por educação do que realmente querendo saber se estava tudo bem.

- Tudo sim – disse saindo do abraço.

Passamos um tempo na rua resolvendo coisas juntas e rindo das nossas bobagens. Ela flava e mudava de assunto rapidamente e eu achava engraçado a forma como ela conseguia pensar em tanta coisa e falar ao mesmo tempo, numa velocidade absurda. Quando o silêncio se fez presente a peguei me observando e sorri de canto com a timidez e desviei o olhar pra outro lugar começando a cantar uma música com uma dancinha que eu sabia que a faria rir e começar a falar desenfreadamente em alguns minutos. Propus que fossemos a um parque ali por perto, no centro mesmo e sentássemos no mesmo banco de sempre.Nós conversávamos coisas aleatórias novamente, mas ao contrario de antes eu não conseguia prestar tanta a tenção no que ela falava. Meu olhar desviava da boca para os olhos e depois para as mãos, eu queria me aproximar, eu precisava de 1 segundo de coragem e foi nesse exato um segundo de coragem que ela se calou e me olhou fixamente, esperando algo de mim, num impulso cheguei mais perto e encostei o seu lábio no meu. Meu coração acelerou e eu não fui capaz de continuar o beijo, eu não sabia se exato estava me sentindo culpada por talvez realmente esta usando ela ou se fiquei assustada pela quantidade de sensações que tomou conta do meu corpo naquele exato momento.

Além do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora