7 de Março de 2030

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A história que o tempo conta, é a historia que o destino escreve. As vezes o tempo se acha esperto e realiza alguns tropeços de roteiro, mas o destino mesmo assim não falha, não adianta, o que for da vontade dele sempre será, principalmente se ainda houver vontade, mesmo que escondida, ou negada, ou contida, aprisionada. A vontade de ser e estar sempre será o maior elo de união entre dois seres independente de o quão distantes estejam, do quão seus planos sejam diferentes ou do quão seus sonhos não se cruzem... Na estrada da vida sempre haverá cruzamentos, e talvez eles mudem todo o rumo da historia.
Alasca e Manuela sempre prometeram estar ali uma para outra independente de qualquer coisa, e no fundo elas sempre souberam como se encontrar e com a ajuda do destino isso sempre acabava acontecendo. A promessa do estar se tornou tão grande que elas ja não tinham controle, elas não tinham noção do quão estavam presentes uma na vida da outra desde o dia que sentadas no chão da biblioteca, elas perceberam que de alguma forma aquilo seria pra sempre. O estar nem sempre foi físico, muitas vezes deixou tudo mais doloroso, e as vezes o estar foi partir, porque o estar nunca foi sobre se fazer presente fisicamente mas sim o fato de que se precisassem, se quisessem, uma sempre estaria ali pela outra. Estaria ali dentro uma da outra, porque era para além do físico, era junção de almas.
Alasca e Manuela sempre foram, foram amigas, namoradas, ficantes, amantes e confidentes mas ao mesmo tempo elas foram nada. Quando lhe faltou rótulos e sobrou amor, quando tudo era caos e mesmo assim elas foram. O "ser" numca foi uma grande questão para ambas, porque elas sabiam ser de tudo, elas eram de tudo e seguiram assim até perceberem o que realmente eram. Descobriram que pra além dos rótulos existia o "ser" delas que foi carinhosamente apelidado de "nosso nós". Nele cabia tudo, cabia os filhos, as histórias do passado, o coração meio remendado, as feridas do caminho... Cabia a história delas, que contada por elas chegou ao ser primeiro e último rótulo, Alasca e Manuela seriam esposa e esposa, daqui até quando o tempo e o destino seguissem de acordo, e algo dentro delas sabiam que esse acordo nunca seria quebrado.

Pov Alasca

Eu nunca estive tão nervosa em toda minha vida, enquanto Manuela seguia tranquila tirando foto dos nossos filhos vestidos pro casamento eu ia de um lado para o outro querendo saber se estava tudo certo, tudo okay.

- Amor, ja pode ir se arrumar, fica tranquila ja esta tudo pronto, só falta você- Disse Manuela com carinho

- Baby, falta tu também- Disse rindo enquanto a mesma vestia um moletom

- Pensei que eu ia poder casar de moletom - Falou tentando descontrair e eu a olhei de cara feia - Ta bem, ó vou deixar as crianças com a sua mãe, você vai se arrumar eu vou me arrumar e a gente se encontra bo hall, antes de casar - Falou tentando me passar tranquilidade.

- Ta bem, ta bem .... - Me dei por vencida - Até já- falei dando um beijo e indo em direção ao quarto.

Manu e eu alugamos uma casa de campo para realizarmos nosso casamento, após muitas sugestões de onde e como fazer eu achei essa casa num site da internet e na mesma hora me imaginei casando nela.
A casa é linda, com dois andares, um jardim lindo com um gramado enorme, onde seria a cerimônia e um salão no primeiro andar, com direito a lareira e tudo, onde conseguiríamos a festa. Queríamos algo que parecesse uma reunião de amigos numa sexta a noite, bem aconchegante e acho que deu certo.
A cerimônia aconteceria no fim da tarde sendo terminada provavelmente no início da noite. Eram poucos convidados e tudo organizado com muito carinho. A "Festa" seria como uma noite no campo com comidas gostosas, um pouco de música e conversa boa mas certamente minha familia n deixaria escapar tb uma boa pista de dança ao final da festa. Eu estava ansiosa e tudo que eu queria era só olhar pra mulher da minha vida e vê que finalmente eramos casadas, finalmente eramos a família que secretamente sempre planejamos.

Pov Manuela.

Entrei no quarto ja nervosa, olhei da sacada e pude ver alguns convidados chegam, eu sabia que aquele dia era um dia importante tanto pra mim e pra Alasca, quanto para eu superar meu terrível medo de ser o centro das atenções. Respirei fundo e repeti pra mim mesma que iria conseguir.

O quarto era uma pequena confusão, era minha mãe dizendo que eu divia passar um pouco de maquiagem, minhas amigas tentando me acalmar, meus afilhados totalmente empolgados com a situação .... chegou uma hora que quase surtei mas apenas pedi que todos saíssem e foi quando eu prestei atenção em mim, na frente daquele espelho. Vestia uma roupa toda branca. Uma calça social uma blusa de tecido leve e fresca, sapatenis e a ultima coisa q me aguardava na cadeira, o blazer. O vesti,respirei fundo e segui pro hall ao encontro de Alasca.

- Estou nervosa - Confessei a Alasca que apenas sorriu

- Relaxa, só vão olhar pra mim, eu estou maravilhosa - Disse caindo na gargalhada

Alasca vestia um vestido branco de tecido leve tal qual a minha blusa. O vestido tinhas as costas todas abertas e um decote profundo na frente, vestia uma rasteirinha branca e uma tornozeleira com uma gerbera vermelha e um girassol, um detalhe que me fez sorrir.

- Você está realmente maravilhosa - Falei a fitando de cima a baixo

- Não tanto quanto você - Falou me lançando uma piscadela que me fez negar com a cabeça

- Meninas acho que ta na hora de casar - Falou a moça que estava cuidando de toda a organização do casamento.

Eu e Alasca nos olhamos pela ultima vez antes de adentrar aquela pequena passarela sendo guiada por nossos filhos que vinham andando a nossa frente. Alasca segurava a minha mão firme e olhava nos meus olhos com a intensão de me passar calma, eu sorria pra ela respondendo que estava tudo bem e assim foi até chegarmos onde seria celebrada a nossa união.

Pov Alasca

Ali parada na frente da Manuela ouvindo as belas palavras da Juíza que oficialisava a nossa união, eu lembrei de tudo que passamos, de tudo que vivem, de toda a nossa trajetória e de como era possível eu amar ainda mais essa mulher.

- Alasca, deseja dizer algumas palavras? - Me perguntou a juíza e eu afirmei com a cabeça.

- Bom, todos que estão aqui hoje são prova viva de como a gente lutou para não estar aqui hoje - todos riram - Save quantas vezes sabotamos o nosso amor acreditando que isso seria o melhor a ser feito pela felicidade da outra - Olhei pra Manu que sorria envergonhada pra mim - Mas depois de anos, depois de sentir a dor do que era realmente não te ter, quando eu olhei no fundo dos teus olhos em um estacionamento de escola, eu sabia que dessa vez eu ia ter q ser forte pra lutar por esse amor, eu sabia que ele era tão forte que nem em 10 anos foi capaz de se perder - Manu segurou o chorou fazendo um leve carinho na minha mão - Mas pra minha sorte eu não lutei sozinha, tu quis vir junto comigo nessa e nosso amor foi crescendo tanto mas tanto que chegou uma hora que não dava mais pra negar, ai a gente se juntou de vez, se amou de um tanto tão grande que não sei nem como se mensura isso. E cá estamos nós, casando, construindo a nossa família, sorrindo e se ajudando e sempre, sempre, sonhando juntas. - Ao terminar de falar uma lágrima teimosa caiu e Manu a secou olhando nos meus olhos.

- Tu sabe que não sou boa com as palavras, muito menos ditas em público, mas eu queria dizer que eu amo a gente do jeitinho que é, eu amo você, e com toda certeza a nossa história nos trouxe até aqui e eu não faria nada diferent, pra hoje poder estar casando com a mulher da minha vida - Chorei, não havia nada mais q eu pudesse dizer, eu só amava imensamente essa mulher.

A cerimonia se encerrou e a festa se iniciou, todos comversando, rindo, comendo e se divertindo e eu só conseguia olhar para a mulher sentada ao meu lado, com a taça de vinho nas mãos me olhando como se eu fosse a unica mulher do mundo inteiro.

- Eu te amo demais - Ela disse acariciando meu rosto.

- Eu te amo pra sempre - Disse selando nossos lábios.


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