19 de março de 2029

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Pov Alasca

Acordei na rede da varanda, o dia estava amanhecendo, todas as coisas que usei para trabalhar durante uma pequena parte da madrugada estavam ainda espalhadas pela grama, ainda faltavam 40 minutos para a hora de levantar e eu decidi que tinha que arrumar isso tudo e ajeitar as coisas no carro, hoje o dia ia ser longo e produtivo, eu estava super empolgada para falar a verdade.

Alasca sempre foi uma pessoa que amava o universo da arte, embora não tenha escolhido nada disso para seguir como profissão e acabava sendo cotidianamente questionada de sua decisão. As pessoas não entendiam que aquele era o seu pequeno universo intocável, onde tudo era possível, ela não poderia utilizar de algo tão leve, que lhe trazia tanta paz para ser sua renda, uma obrigação, o bom da arte era ser espontânea, ela vinha de um lugar desconhecido por todos, era sua válvula de escape, era tudo que ela tinha quando o mundo não a compreendia, quando ela não sabia o que dizer, a arte era tudo que ela tinha para se expressar, a arte era sua identidade. Ela não esperava que as outras pessoas compreendessem isso, de forma alguma, elas estavam muito ocupadas eu seus universos para entender a complexidade que ela era.

Após tudo organizado eu fui acordar meu pequeno pedindo para que ele fosse mais ágil, eu estava extremamente ansiosa, fazia tempo que eu não fazia algo tão nobre após montar a escola "Por do sol" porque era lá onde eu gastava toda a minha energia, era aberta a qualquer pessoa que se interessasse por arte. Era uma casa grande, mas de fachada simples que consegui comprar graças ao fato dela está quase sendo demolida sendo vendida por um preço muito baixo.

          

        Pov Manuela

Acordei extremamente atrasada, já tinham passado uns cinco minutos do começo da minha aula, logo hoje que tinha uma pequena reunião antes da aula ser iniciada para resolvermos como realmente seria essas aulas, Me praguejei umas mil vezes até lembrar que Bruna estaria lá e eu tinha passado tudo passo a passo pra ela, então respirei e levantei agilizando tudo para chegar na escola o mais rápido possível porque finalmente chegou o dia que eu faria o que eu sempre sonhei, fazendo algo além de entrar em uma sala e passar um conteúdo, fazendo meus alunos decorarem aquilo para fazer uma prova e depois passar numa merda de vestibular. Embora tenha passado um tempo desde que eu fiz vestibular não tinha mudado muita coisa no sistema educacional do Brasil, infelizmente.

Quando Manuela escolheu sua profissão todos a perguntavam por que, já que seu potencial era muito maior do que o objetivo que ela queria alcançar, mas o que ninguém podia ver era como sua escolha era nobre, ou até mesmo corajosa. Ao contrário de muitos que ficam por ai reclamando que o mundo tem que mudar, ela resolveu fazer algo para que isso acontecesse, mesmo que fosse uma pequena parcela, mesmo que fossem poucas pessoas, mas ela sabe que alguém ela atingiria, aquele pequeno ser poderia ser a mudança do mundo ou ao menos ela fez algo ao invés de ficar com a bunda no sofá reclamando dos problemas da humanidade.



      Pov Alasca

Cheguei na escola e logo fui recepcionada por Bruna, ela me guiou até uma área gramada que havia na parte posterior da escola que não era utilizada pela manhã, achei excelente a ideia de fazer essas aulas alternativas ao ar livre, o que daria mais liberdade para os alunos com toda certeza. Ela me informou que a outra professora aparentemente tinha se atrasado, mas que provavelmente chegaria logo e que subiria para pegar os alunos enquanto o porteiro me ajudaria a por os instrumentos no local, fiz sinal de concordância e fui ajeitar as coisas.

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