9 de Abril de 2029

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Pov Alasca

Dias 9 de Abril tinham perdido todo o seu significado faz tempo. No primeiro dia 9 de abril, a parabenizei envergonhada e sem jeito, não sabia o que dizer, no segundo eu não sabia se devia a parabenizar e mandei apenas uma mensagem via rede social, no terceiro eu mandei novamente uma mensagem por rede social... e assim inúmeras vezes até o dia que não havia mais como a parabenizar e essa data se tornou triste, porque não tinha aquele sorriso alegre e um motivo para eu ser incrivelmente idiota.

Sim, hoje é aniversário da Manuela e pela primeira vez eu vou comemorar essa data com ela, ao seu lado.

(Flashaback on)

Alguns dias atrás ....

Parecia mais um dia normal, em que eu via a Manuela de alguma forma inusitada e nos beijávamos escondidas como duas adolescentes, mas a alguns minutos atrás ela me enviou uma mensagem pedindo para eu a encontra-la na praia no mesmo lugar de sempre (vulgo as pedras do final da praia).

Peguei minhas coisas, dei uma desculpa idiota a minha secretária e fui a encontrar. A mensagem foi curta, um pedido mas ao mesmo tempo um ordem para que eu a encontrasse, de inicio fiquei preocupada e perguntei se estava tudo bem e ela foi irônica, então provavelmente só era mais um dos atos impulsivos da dona do sorriso mais lindo do mundo e eu era incapaz de sentir raiva disso.

- Olá – Escutei uma voz rouca vindo de trás e um corpo se alojando ao meu lado

- Oie moça, tudo bem? – Perguntei passando a mão pelo seu rosto que parecia meio triste, angustiado.

- Tudo sim, só estou com muitas coisas na cabeça – Ela disse apoiando sua cabeça no meu ombro e escondendo o rosto na curva do meu pescoço.

- Quer falar sobre? – Perguntei mexendo em seus cabelos e ela apenas moveu a cabeça num sinal negativo.

Estávamos ali em silêncio por uns 10 minutos, na maioria das vezes eu não me importo em ficar em silêncio ao lado da manu mas quando eu sei que há algo a incomodando, que suas mil barreiras lhe impedem de compartilhar comigo, eu fico inquieta, parace que algo vai me sufocar e eu preciso fazer algo para faze-la sorrir.

- Vamos no circo no dia do seu aniversário? – Disse rápido com a intenção de cortar o silêncio.

- Você não tem medo de palhaços? – Ela me perguntou levantando dos meus ombros e com um vestígio de riso no seu rosto.

- Droga! Verdade! – Disse fazendo a melhor cara de falsa frustrada para faze-la rir e advinha, deu certo.

- De qualquer forma eu já tenho planos para o meu aniversário – Ela disse e aquela afirmação foi um soco no meu estomago. Por que eu achei que dessa vez seria diferente?

- Ah sim. – Respondi sem conseguir esconder minha frustração e olhei para o mar a minha frente permitindo que o silêncio voltasse a se instalar.

- Não vai perguntar o que eu vou fazer? – Ela disse com um sorriso travesso no rosto e eu apenas balancei a cabeça negativamente – Você estragou o meu convite! – Ela disse e olho para o mesmo ponto fixo imaginário que eu olhava no meio do mar

- Que convite? – Perguntei voltando minha atenção para uma Manuela que se fingia de brava

- Para passar o meu aniversário comigo... – Ela disse parecendo... Insegura (?) – É que... eu pensei... já que eu vou ficar aqui no meu aniversário... e meus pais também vem pra cá com o meu irmão... sei lá, eu gostaria que você fosse – Sim, totalmente insegura e olhando fixamente ainda um ponto fixo imaginário, sorri ao ve-la tão vulnerável – Mas se voc...

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