18 de março de 2029

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Pov Alasca

Alasca sempre foi uma pessoa livre, nunca gostou de se prender a coisas ou pessoas, se mudou para Niterói aos 20 anos para cursar desinginer de interiores na UFF, naquela época ninguém confiava em seu potencial todos achavam que ela estava fardada ao fracasso e ela fez questão de provar o contrário. De inicio ela só queria fugir de toda aquela pressão familiar e de todo aquele "mundo certinho" que ela mesma projetou para agradar as pessoas ao seu redor, aquilo era horrível, ela se sentia pesada, seus únicos momentos de liberdade eram perto dos seus amigos, onde ela podia ser ela mesma sem armaduras e talvez seja por isso foi à única relação realmente forte que ela teve até hoje. Ela era boa em encerrar e recomeçar ciclos, queria sempre se auto renovar, nem que pra isso precisasse jogar algumas coisas no lixo. Rotina nunca foi seu forte e por muito tempo ela achou que seus sonhos eram grandes de mais e ninguém nunca acreditava que ela os alcançaria e por muitas vezes ela mesma se martirizou por ter sonhos tão grandes, ela queria o mundo inteiro, mas ninguém era capaz de compreender.

Segunda havia sido um dia estranho, tudo que ela sempre lutou pra fugir veio a sua cabeça, parecia que o mundo queria lhe dar um recado, mas ela preferiu não ouvir, ao invés de permanecer naquela pequena sala que tanto lhe parecia agradável, mas naquele dia gritou um silêncio mais duro de se ouvir ela foi pra praia, assistiu o por do sol, sorriu com antigas lembranças, buscou seu filho na escola e resolveu fugir da rotina levando o menino no cinema e depois no fliperama. Alguns anos atrás se culparia por fugir da rotina apenas uma ou duas vezes por mês mas agora ela decidiu que isso fazia parte de se tornar adulta e responsável, não tinha mais permissão de querer o mundo, de ter sonhos maiores que ela, não tinha mais permissão de ser o que ela tanto sonhou.

Terça, mais conhecido como pior dia da semana, em geral era o dia das reuniões, não tinha tempo para ir à escola de música, chegava em casa exausta e mal conseguia dar atenção ao meu filho. Tudo que eu mais odiava em um dia só, mas levantei da cama, coloquei o melhor sorriso e resolvi que essa seria uma boa terça feira.

POV Manuela

Era terça, mas ainda parecia segunda, minha cabeça girava e eu não conseguia me concentrar em nada direito, em partes porque agora eu sabia que estava mais perto dela do que nunca e eu precisava arrumar uma forma de fugir disso e outra porque eu precisava arrumar uma outra forma de entreter meus alunos. Que raiva eu estava sentido dessa merda de destino, ele sempre me dava um jeito de mandar noticias dela ou lembranças e tudo parece piorar quando eu piso nessa maldita cidade, por que eu vim pra cá? E algo dentro de mim gritou "Você sabe porque" e eu quis me espancar, eu era totalmente estúpida.

(Flashback on)

20 de outubro de 2027

Hoje acordei decidia a visitar o campos de humanas da UFF em Niterói, eu pretendia voltar a estudar e começar novas projetos, já que havia passado para alguns concursos na cidade, resolvi que talvez eu devesse cursar naquele local. De qualquer forma me mudaria pra cá em breve devido ao concurso que fiz para dar aula em escolas estaduais da cidade, mas só seria chamada daqui a dois anos quando renovariam os professores da rede publica. Passeando pela faculdade e conversando com alguns alunos, conhecendo um pouco mais sobre o curso através disso, no meio de um corredor qualquer, avistei de longe cabelos longos e enrolados, uma moça de pele escura, virada de costas, parecia conversar com uma outra que aparentava está muito animada com algo. Mesmo de longe eu podia sentir, de alguma forma, eu sabia que era ela, quando ela se virou eu dei um salto para um lado como impulso para me esconder e quando retomei a antiga posição estava só a outra moça parada no meio do corredor, algo me levou até ela.

- Oi.... é... eu to meio perdida, será que pode me ajudar? – Era a desculpa perfeita, até porque eu estava realmente perdida- Eu mexia as mãos agoniada a espera da resposta.

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