17 de Abril de 2029

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Existe um tempo para as coisas acontecerem, mas nem todos são capazes de entender isso. Não é que seu sonho fracassou, só não era a hora de acontecer... você deve persistir e quando for o tempo talvez, isso aconteça, mas a maioria das pessoas já desistem na primeira tentativa e desacreditam. As vezes mesmo elas desistindo um certo dia aquele sonho frustrado e guardado, acontece, sem nenhuma razão... é só o curso da vida lhe recompensando por apenas ter mudado os planos e não simplesmente ter desistido de tudo, é o tempo lhe mostrando que as vezes o tempo lhe é necessário.

Manuela sempre fora o tipo de pessoa que tentar ao máximo possuir seus pés no chão e por muitas vezes tenta não sonhar tão alto, em vão. Era de sua natureza, era algo crescente dentro dela no qual ela não tinha o menor controle e isso a angustiava. Por muitas vezes já sabendo que seu sonho era alto demais se condenava antecipadamente pela futura frustração. "Não sonhe tão grande" ela dizia a si mesma "Você pode conseguir tudo que quer, você sabe, persista" uma voz dentro dela dizia. Este era o seu empasse, seu mostro, o que ninguém via... ou quase ninguém.

Por muitas vezes Manu sonhou alto. Sua própria escola, projetos sociais, formas de ensino alternativas... tudo que poderia beneficiar o mundo como todo por ao contrário da maioria das pessoas ela não havia desistido da humanidade, ela não podia desistir, seria como desacreditar em si mesma e não era capaz disso, não a longo prazo.

Em um mundo paralelo ela conseguiria alcançar todos que necessitavam da sua ajuda, em um mundo real ela faria o que estivesse ao seu alcance e assim ela tentou por tempos até decidir que onde estava já não bastava para os seus grandes sonhos. Medos, monstros, insegurança, auto cobrança... isso e mais um pouco de tudo, passou por cima, respirou fundo e se jogou, essa era sua única vantagem em ser impulsiva, ao menos quando as coisas davam certo. Dessa vez as coisas estavam dando certo até demais, na verdade dando certo não seria o termo correto porque Manuela não planejou nada disso foi apenas o tempo certo para al que lhe estava reservado acontecer.

Pov Manuela

Hoje é uma bela manhã de quinta-feira, está sol, o céu está azul e o mundo parece até que entrou em paz, mas só parece. Entrei naquela escola onde os alunos do Ensino Médio estavam tornando aquele sarau um verdadeiro caos. Na terça eu tive que organizar grupos de três pessoas para coordenar cana turma na esperança que eles conseguissem em fim se organizar, porém, eu me enganei e quando dei por mim eu estava tentando resolver tudo ao mesmo tempo e enlouquecendo, o mundo não tem noção o que o monte de adolescente repletos de ideias são capazes de fazer.

Adentrei aquela escola e estranhei pelo meu caminho não ter sido interrompido, ao menos três alunos me paravam a cada dez passos com uma dúvida ou problema diferente (na maioria das vezes era um problema mesmo). Mas hoje não, eu fui em paz até a sala e quando cheguei ela estava, vazia! Onde tinham ido parar aquelas crianças? Eu comecei a enlouquecer ali paradas até avistar Bruna.

- O que você está fazendo aqui no meio do corredor? – Bruna perguntou intrigada o que me deixou mais nervosa.

- Onde estão todos? – Existia um tom de desespero na minha voz, logo notado por ela.

- Não acredito que você esqueceu! – Franzi o cenho – Estão todos no pátio foi a melhor forma que encontramos de por fim em todos os conflitos e ter tudo organizado até amanhã para passarmos a coordenação – Ri sem graça, onde eu estava com a cabeça?

- Nossa eu realmente me esqueci, mas então vamos. – Disse indo em direção ao pátio seguida por Bruna.

Fora uma manhã lenta e dolorosa, juro, eu imaginei que isso tudo daria um trabalho da porra, mas nem tanto assim, mas até que depois dessa manhã cansativa acho que tudo se resolveu. Bruna deu uma de controladora loca e deu seus berros que surtiram efeito e bom, eu mandei e eles obedeceram porque ao que todos dizem "Você é a única que fala a língua deles, entra no contexto deles e por isso os alunos sempre acabam te obedecendo" e bem, eu meio que concordava.

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