7 de Março de 2030

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Manuela

A semana se passou tranquila, tudo na escola funcionou direito, tudo na nossa nova casa estava em perfeita harmonia e meu único medo era acordar e tudo ser apenas um sonho. Depois de tudo que eu e Alasca vivemos, depois de tantas idas e vindas, finalmente estarmos juntas, finalmente ver nossos sonhos se tornando realidade era totalmente impagável.

Por volta das cinco horas, no horário da saída Alasca me deixou em casa e disse que iria levar as crianças até a casa de sua mãe, que agora morava na mesma cidade que nós, com a desculpa que esse sempre fora seu sonho, e a noite seria toda nossa, seria especial. Eu não gostava de surpresas mas eu estava tão feliz com tudo que pouco me importei com tal detalhe.

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Tomei meu banho e coloquei uma camisa social vermelha, pois eu sabia que ela gosta, uma calça jeans escura e um sapatênis preto, estava perfeito, do jeito que Alasca fica elogiando por horas. Abri a gaveta da minha mesinha de cabeceira e olhei um presente que comprei para dar para morena que amava no Natal mas depois pensei em algo melhor e mudei de idéia, mas hoje parecia um bom dia para presentes, então apenas peguei e coloquei no meu bolso.

Alasca

- Rum rum - Pigarreei ao adentra o quarto e ver Manuela linda, procurando algum perfume no armário do banheiro - Você está linda! - Falei boba e então ela se virou pra mim, ficando surpresa por eu estar arrumada

- Em que momento você se arrumou? - Perguntou desconfiada

- Na casa da minha mãe - Falei dando Risada - ontem quando fui no mercado levei tudo para lá

- Olha, você ta muito boa em esconder as coisas, você num era assim - Acariciou meu rosto dando um sorriso gostoso

- Estou melhorando - Sorri pra mesmo e selei nossos lábios - Vamos? - Falei saindo do banheiro e ela apenas concordou com a cabeça.

Eu estava nervosa, como se fosse nosso primeiro encontro. Queria que fosse um dia totalmente especial, uma noite como nunca tivemos e se tudo desse certo, seria exatamente isso.

Manuela

Observei Alasca caminhar a minha frente, ela estava absolutamente linda. Vestia um vestido longo azul claro de tecido quase transparente com duas fendas profundas, uma em cada lateral e uma sandália que não era alta mas também não era baixa. O movimento do seu corpo enquanto andava me dizia que estava nervosa, boba, qualquer coisa que ela fizesse me agradaria, só por ter sido ela que fez.

Entramos no carro e Alasca logo ligou a música, é incrível como essa mulher não consegue ficar em um ambiente silêncioso, eu fui lá e desliguei o mesmo rindo por dentro.

- Que foi? - Ela perguntou assustada

- Nada, só quero curtir o silêncio com você - Disse apoiando minha mão na sua coxa

- Você sabe que eu não gosto muito de silêncio ne? - Questionou com ironia

- Sei sim - Dei um beijo no canto da sua boca - Mas eu gosto... Só hoje... - Fiz uma carinha de cachorro pidão e ela apenas revirou os olhos, sorriu e arrancou com o carro.

A noite era fresca e o caminho desconhecido por mim, assim como qualquer caminho feito na nossa nova cidade. Alasca as vezes desviava o olhar pra mim e sorria, era lindo a ver sorrir assim, me culpo por todas as vezes que o tirei de seu rosto. A caminhada até aqui foi dura, mas o destino final nunca fora tão lindo.

- Chegamos - Falou me olhando - Vamos jantar aqui hoje.

Era um restaurante a beira-mar, todo em deck e pelo caminho até a mesa já sei que vamos sentar ao ar livre. Ele tinha luzes baixas e era totalmente agradável. Nos sentamos uma de frente para a outra, sorri para a mulher a minha frente que respirou aliviada.

- Acho que acertei no lugar - Sorriu convencida

- Você sempre acerta! - Sorri beijando sua mão.

- Boa noite moças, o cardápio - Disse a garçonete sorrindo de orelha a orelha ao nos entregar o cardápio e saiu.

- Sapatão certeza! - Falei dando risada

- Meu radar quase explodiu - Rimos juntas e passamos a ler o cardápio.

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Pedimos o que comer e iniciamos uma conversa agradável, Alasca contava como essa semana foi especial pra ela e eu apenas ouvia com o coração explodindo de felicidade por a ver tão realizada e feliz.

A comida chegou e um breve silêncio foi feito, até que Alasca pediu um pouco do que eu estava comendo.

- Deixa eu provar o seu? - Fez cara de criança quando apronta

- Deixo... - Disse rindo.

Desde que ficávamos, lá com os nossos 20 anos, q gente sempre teve essa mania de uma provar o que a outra pedia, e a melhor escolha sempre era a minha.

- Droga o seu sempre ta melhor - Rimos juntas.

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Era uma noite linda, o céu estava estrelado, a lua cheia. Era exatamente 7 de março. Sete de março, foi o dia que nos beijamos pela primeira vez e agora sete de março se tornaria um dos dias mais especiais das nossas vidas. Eu tremia por dentro mas por fora parecia totalmente calma.

- Baby - A chamei até o beiral próximo a nossa mesa e ela veio com duas taças de vinho na mão sorrindo boba.

- Oie meu amor - Me entregou a taça e beijou meu pescoço

- Hoje é um dia muito especial, sabe eu estou tão feliz... por tudo - Respirei fundo e ela apenas sorriu, sabia que se deixasse uma longa brecha ela iria falar sem parar e então retornei. - Por ter você ao meu lado, por ver nossos filhos juntos, por estar realizando meus sonhos e os teus sonhos - Sorri e vi que seus olhos estavam marejados, uma chorona mesmo - Mas ainda existe um sonho nosso, um sonho bobo e um sonho que sei que pra tu tem até mais relevância e significado do que pra mim ... - vi a lágrima escorrer pelo seu rosto - Tu sempre me disse que queria que eu pedisse em casamento, porque seria muito difícil identificar a hora certa, mas sabe depois disso tudo eu percebi que não tem hora certa, a hora é sempre agora - Respirei fundo, terei uma caixinha amarela do meu bolso cheguei bem pertinho dela e falei tão baixo que apenas ela poderia me ouvir - Hoje é dia oito de março, o dia mais importante pra nós, e depois de hoje será ainda mais importante, tu, amor da minha vida todinha, aceita casar comigo? - Alasca deixou escapar mais algumas lágrimas, sorriu e me beijou

- Daqui até a lua de sims, eu te amo muito, tu é a mulher da minha vida

Então eu coloquei o anel em seu dedo e em seguida ela fez o mesmo, me abraçou, sorriu e pediu a conta.

- Vamos comemorar o nosso dia lá em casa - Falou baixo no meu ouvido - Tenho uma surpresa para você - e me beijou.

Nota mental: Alasca sempre irá me fazer tremer por dentro, mesmo que não saiba disso.

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