28 de Julho de 2023 (part 2)

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Pov Manuela

Saí do banho e Alasca estava no quarto com mil roupas em cima da cama, ri e neguei com a cabeça.

- Que bagunça em mocinha! - Disse e Alasca deu um pulo com o susto que levou

- Eu quero usar uma blusa mas eu não acho de jeito nenhum - Fez cara de poucos amigos e sentou na cama

- Que blusa ? - Perguntei mesmo sabendo que não faria a menor diferença eu saber de qual blusa se tratava

- Ah! Você não conhece! - Alasca disse se levantando e parando na frente do armário - PQP ACHEI!! - Abriu um sorriso e no mesmo momento eu vi que era uma blusa completamente normal mas estava escrito algo em um bolso falso - Essa é a melhor frase da vida - Alasca apontou a blusa escrita "Não se preocupe, elas sempre voltam"

- Senti uma indireta - Disse já penteando meu cabelo na frente de um espelho preso a parede

- Entenda como quiser! - Alasca deu uma gargalhada e colocou a língua entre os dentes. Maldita mulher, malditas piadas internas.

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Estávamos a caminha do supermercado, passeando pela orla da praia. Eu, minha câmera, Alasca e sua polaroide amarela. Alasca tirava foto de coisas aleatórias alegando que ficariam ótimas na renovação do seu mural de polaroides, eu fotografava Alasca toda empolgada feito uma criança. Também fotografava as luzes que mal iluminavam a praia na parte da noite, crianças brincando ou andando de bicicleta, pessoas sentadas nos bancos tomando agua de coco... Todos sem ao menos perceber que o tempo estava passando, todos matando seu tempo criando lembranças e eu as registrando. Fotografia não era apenas uma imagem, era a eternização de momentos, eram lembranças que poderíamos tocar ou recordar sempre que olhássemos.

- Melhor foto do meu mural com toda certeza! - Alasca disse com a milésima foto do dia em mãos - Olha como você é linda! - Olhei para Alasca com cara de incrédula e ela riu - Deixa de ser chata, tem que ter você no meu mural!!

- Eu nem vou falar nada! - Disse virando a minha câmera para ela e ela tampou o rosto - "Deixa de ser chata, tem que ter você no meu mural!" - Imitei ela falando e ela revirou os olhos

- Vamos logo, se não o mercado vai fechar - Alasca disse mudando de assunto.

- Sim senhora, senhora! - Ri e continuamos a nossa caminhada

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Pov Alasca

Chegamos em casa com mil sacolas e após uma longa conversa sobre quem ia cozinhar eu terminei com o trabalho de fazer um estrogonofe de carne e mouse de limão enquanto Manuela editava suas fotos.

Eu tinha uma pequena visão de Manuela sentada toda relaxada no sofá da sala, com um notebook no colo, cabelo preso de forma que alguns fios fugiam. Sua concentração era nítida, ela nem notava as vezes que eu parava para observa-la, mordia os lábios vez ou outra, fazia cara de quem estava de saco cheio em alguns momentos e depois sorria orgulhosa do seu trabalho.

Vi Manuela pegar o envelope que eu entreguei mais cedo e senti meu coração acelerar. Ela olhou, olhou... mas não abriu e então eu respirei aliviada e voltei a cozinhar. Eu nunca imaginei que um envelope mudaria muitas coisas na minha vida. O destino era realmente imprevisível e ele vivia nos pregando peças e a cada mudança um pouco maior fazia meu corpo todo tencionar ao pensar o que poderia acontecer a seguir.

Manu entrou na cozinha com cara de quem estava morrendo de fome e me olhando com cara de criança pidona

- Já ta quase pronto, calma - Disse olhando para uma manu encostada na pia da cozinha ao lado do fogão.

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