32 de março de 2029

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Pov Manuela

Acordei com um barulho vindo da cozinha e quase acordei a Alasca com a pulo que dei da cama, vesti minha roupa rapidamente e corri até a cozinha.

-O QUE OS DOIS ESTÃO APRONTANDO AI? – disse vendo os dois numa parceria na tentativa de alcançar o armário de cima da pia.

-Tia Manu! Desculpa... a-a gente só estava tentando pegar as frutas e ... – Gu disse me olhando com uma cara assustada de quem sabia que estava fazendo arte.

- Mama! A gente só não queria acordar vocês! Desculpa – Meu filho disse interrompendo Gustavo.

- Eu não vou falar nadinha! Porque a casa aqui é da Alasca e depois vocês vão ter que conversar com ela sobre essa bagunça aqui – Que obviamente eu iria limpar mas contaria a ela o ocorrido. – Agora vão pra mesa que eu vou preparar o café – Disse expulsando os dois da cozinha – Não façam mais bagunça!

Eu arrumei as coisas que eles haviam jogado no chão e pensei em ser fofa uma vez na vida, vai depois da noite de ontem a gente merece isso, depois de tudo que nós passamos, nós merecemos isso.

Peguei uma bandeja coloquei gordices e café, porque se ela ainda não mudou os gostos é exatamente isso que ela gosta. Antes de ir ao quarto arrumei o café da manhã dos meninos na área externa e acabei parando para reparar no local. Era um quintal grande, nos fundos da casa, havia um pequeno deck de madeira com churrasqueira, mesa, uma rede... depois tinha um gramado e no centro uma piscina, tudo isso com direito a uma vista para praia, já que sua casa era quase na areia da mesma.

Peguei a bandeja e fui em direção ao quarto tentando fazer transparecer no meu rosto que aquilo era algo totalmente normal e rotineiro, tentando me convencer que não havia nada demais fazer isso, inutilmente, claro, ela me leria com apenas um olhar.

Pov Alasca

Acordei mas era incapaz de abrir os olhos, eu já havia esticado os braços e não havia encontrado ela ali, foi agoniante nos primeiros 5 minutos, porque pensei que tudo fosse um sonho, que nada tinha passado de um sonho, mas depois senti seu cheiro no travesseiro ao qual eu estava abraçada e a segunda sensação foi de vazio por ela não está ali quando eu acordei. Enfim resolvi abrir os olhos e tinha um sorriso lindo na minha frente, parada, com uma bandeja branca nas mãos com algumas coisas em cima e uma florzinha amarela, então sorri.

(Play: Trevo(Tu) – Anavitoria feat Tiago Iorc )

Como se pudesse ler minha mente ou como se lembrasse que eu odeio falar ao acordar ela colocou a bandeja no pé da cama e se juntou a mim. Fechei os olhos novamente e me agarrei nela fazendo manha para não acordar.

Seu abraço ainda era seguro e seu cheiro ainda me acalmava, sua pele é tão macia quanto eu era capaz de lembrar, seus lábios ainda encaixavam perfeitamente no meu e cada instante ainda parecia eterno.

Eu não queria acordar por diversos motivos mas o principal é que eu estava com medo de ser um sonho e ela não está aqui, só eu sei o quão bem ela me faz e como sua calmaria pela manhã está me trazendo paz.

Seu corpo ainda se encaixa no meu e agente ainda dá risada do nada, seu sorriso é muito melhor pela manhã e seu cabelo bagunçado a torna ainda mais bonita. As tatuagens no seu braço traziam um pouco da sua história de vida e seu rosto denunciava a vontade de continuar deitada ali por todo o dia.

Por muito tempo eu esperei ela voltar, esperei nem que fosse uma mensagem, nem que fosse no dia do meu aniversário, mas nada e com o passar dos anos eu parei de aguardar o dia que eu estaria certa por falar da nossa conexão e que o universo sempre faria a gente se esbarrar... Até que a gente se esbarrou outra vez.

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