Capítulo 8 - Lembrando de tudo daquela noite

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--//Bruno\\--

Finalmente estou pronto para voltar ao trabalho. Já terminei o tratamento e fui liberado para poder voltar à minha vida normal.

Por um lado estou super feliz, mas por outro triste, pois o Bê vai voltar para a casa dele.

Logo-logo vou ter a resposta dele, pois seu prazo também está terminando, e quem sabe ele não volta a morar comigo, só que agora como meu namorado.

Confesso que estou cheio de esperanças, pois nossos dias juntos têm sido fantásticos, cheios de amor, alegria, carinho, tem sido mesmo do melhor.

Esta tarde decidi ir falar com o meu chefe, para acertar a minha volta ao trabalho.

- Seu Algusto: Bruno, que bom te ver rapaz. Dá cá um abraço. Que soldades garoto. Tu fez muita falta aqui, sabias. – disse me abraçando.

Seu Algusto é como um pai para mim, foi ele que me arranjou trabalho na empresa de segurança. Se não fosse ele eu teria voltado para Portugal.

Deu-me muitos bons concelhos, quando precisei e me ajudou a adaptar-me.

- Bruno: eu vim para acertar a minha volta. Estou pronto para começar a trabalhar a 100%, de novo. – falei todo empolgado.

- Seu Algusto: tens a certeza. Eu não me importo se precisares de mais tempo.

- Bruno: não, já estou ótimo e também já estou farto de estar em casa sem fazer nada. Tenho saudades da minha rotina.

- Seu Algusto: sendo assim, começas segunda no teu turno.

- Bruno: obrigado seu Algusto. Me diga como vai a família.

- Seu Algusto: bem, obrigado. Aparece lá para jantar com agente. Minha mulher ficou muito preocupada quando lhe contei sobre o que te tinha acontecido. Vai adorar te ver.

- Bruno: um dia destes eu apareço sim. Bom até segunda então –disse me despedindo

Quando ia para sair da empresa, um parceiro de trabalho me chama, era o Fábio.

- Fábio: Bruno espera.

- Bruno: fala Fábio, como estás – disse dando um abraço nele.

- Fábio: bem. E tu? Tás rijo de novo, pronto para o trabalho?

- Bruno: é, parece que sim.

- Fábio: olha, não querendo parecer um intruso na tua vida, mas como é que estão as coisas com o Bernardo. Depois de toda aquela humilhação que ele te fez passar, não deves, mais ter querido estar com ele. A vossa amizade deve ter terminado. Se fosse comigo não o queria ver mais nem pintado de ouro.

- Bruno: do que é que estás falando? As coisas com o Bê estão ótimas – disse confuso.

- Fábio: tu não te lembras do que ele te fez naquela noite na festa. No dia em que tiveste o acidente. Ele não te contou?

- Bruno: Há. Sobre a gente ter brigado. Sim ele disse-me que brigamos nessa noite, mas foi só mais uma briga boba, nada de mais.

- Fábio: pelo visto ele não te contou tudo. – disse com cara séria.

- Bruno: Contar o quê? Que mais há para eu saber. Me fala. – disse já ficando estressado.

- Fábio: vou fazer melhor. Vou mostrar-te. Te vou enviar o vídeo que gravaram nessa noite. Mas promete-me que só vais ver quando estiveres em casa.

- Bruno: tá, prometo – disse já ficando preocupado.

Fábio me enviou o vídeo, e como prometido só fui ver quando já estava em casa. Confesso que estava ansioso e apreensivo para ver o vídeo.

Da maneira que ele falou, parece que é coisa séria. Não foi só uma briga boba de amigos, que costumávamos ter e não passava de um dia e já estávamos fazendo as pazes.

Estou no meu quarto sentado, frente ao computador, pronto para ver o vídeo. É hora da verdade.

Assim que terminei de ver, não consegui conter as lágrimas de raiva. Como o Bê podia ter feito aquilo comigo, e pior é que podia ter-me contado tudo e não o fez. Preferiu mentir-me, brincar com os meus sentimentos.

Depois de ver aquele vídeo, as imagens daquela noite vieram-me à cabeça com clareza, me lembrava de tudo.

Sabia bem qual seria a resposta dele ao meu pedido, seria um NÃO, de novo, com certeza.

Como ele podia ser tão frio assim. Me fazendo acreditar que tinha chances com ele, mas era tudo mentira. Só estava comigo daquele jeito, por causa do acidente. Só estava preocupado com a consciência dele.

Que ódio, me sinto um completo idiota. Mas ele vai-me ouvir, ai se vai. – disse para mim mesmo cheio de raiva, batendo com o punho na mesa.

Não queria saber mais de namoro nenhum, não queria saber mais dele.

Noites de PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora