--//Bernardo\\--
Meses se passaram desde o nosso jantar de noivado. E meu tratamento está dando grandes frutos, já me seguro em pé e consigo me deslocar com a ajuda de alguém ou com as canadianas. Finalmente já posso encostar a cadeira de rodas a um canto.
Para além disso, meus momentos de amor com o Bruno têm aumentado. Quase todos os dias ele faz-me uma surpresa, ou com um bilhete, uma flor, um fim de semana a dois, ou até mesmo com um jantar romântico. Estou adorando esta nossa fase.
E antes que me esqueça, já vos informo que estou morando com o Bruno. Já me cinto verdadeiramente casado.
Como vos disse meu tratamento está dando frutos, mas ainda continuo precisando dele, e numa destas ultimas sessões da semana Lucas meu atual fisioterapeuta me contou uma história bem triste sobre o Daniel, meu fisiatra do hospital. Na qual comentei com o Bruno no quarto esta noite.
- Bê: que tensa a história que o Lucas me contou sobre o Daniel. – disse já deitado na cama – Tu achas que é verdade?
- Bruno: eu não sei...mas, se for, eu não sei como ele consegue lidar com isso. – respondeu se deitando ao meu lado – Eu não sei o que faria se te perdesse.
- Bê: eu também não. Eu entendo o porquê de ele ter voltado para o Brasil. Eu não ia aguentar ficar em um local repleto de lembranças da pessoa que eu amo.
- Bruno: eu entendo perfeitamente. – disse envolvendo-me nos seu braços, colocando minha cabeça no seu peito.
Ficamos assim por longos minutos, com uma leve tristezas no ar, até que adormecemos.
Tenho andado a pensar em pedir ao Bruno para mudar de turno, do da noite para o de dia. Pois comigo trabalhando durante o dia e ele á noite, a gente quase não se vê e só temos mais tempo juntos, no dia de folga dele. Por isso vou falar com ele sobre isso esta tarde.
- Bê: Bruno, preciso de falar contigo. – disse me sentando no sofá ao lado dele.
- Bruno: diz.
- Bê: eu queria te pedir para mudares de turno no trabalho, para a parte do dia. Agora que voltei a trabalhar, é mais difícil nos vermos, se continuares a trabalhar á noite.
- Bruno: eu sei disso. E até já tinha pensado nisso. Mas o meu chefe, não tem ninguém para já, que me substituiu-a no meu turno da noite. – disse desanimado.
- Bê: tá, então só me resta esperar, não é. O que é que se pode fazer. – disse me conformado e triste.
- Bruno: não te preocupes, o meu chefe me prometeu que assim que arranjar alguém, me troca de turno.
- Bê: é, mas até lá, vou passar muito tempo sozinho. – disse desanimado.
- Bruno: desculpa por isso, amor. Sabes que te amo e faço tudo para estar mais tempo contigo.
- Bê: eu sei. Também te amo. –disse dando um selinho nele e permanecendo nos seus braços.
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Noites de Pesadelo
AcakNoites de pesadelo, conta a história de Bruno um português hétero e Bernardo um brasileiro homossexual, e como a grande amizade que eles tem se pode transformar em noites de pesadelo. Um drama que vai por á prova essa amizade ou era revelar o grande...