Capítulo 21 - Noites de pesadelo

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--//Bernardo\\--

Quando lá chegarmos, procurarmos por noticias do Bruno. Mas a noticia que recebemos foi a pior de todas. Ele não havia resistido aos ferimentos e tinha falecido na chegada ao hospital. Ainda tentaram reanimarem-no, mas sem sucesso.

- Médico: nossa equipa médica fez tudo o que estava ao nosso alcance.

- Bê: o que você quer dizer com isso, doutor?

- Médico: não é fácil para mim ter que dar essa noticia, mas faz parte...

- Bê: que noticia?...Fale logo.

- Médico: o paciente Bruno Ferreira...acaba de falecer.

- Bê: Não...é mentira...meu Bruno não...

- Carlos: Ah meu Deus...

- Bê: me diz que é mentira...

- Carlos: vais ter que ser forte, Bernardo...

- Bê: não pode ser verdade, ele não ia fazer isso comigo, não ia...

- Carlos: Calma Bernardo. Queres um copo de água?

- Bê: eu quero o meu noivo de volta...Meu Bruno...

Os médicos e enfermeiros ficaram todos comovidos ao ver o meu sofrimento, ao receber a triste noticia. Inconformado corri pelo corredor, procurando pelo Bruno. Ao encontrar a sala fui impedido de entrar, só pude vê-lo através do vidro. Com a testa encostada no vidro eu chorava desesperadamente. Meu coração apertou ainda mais ao vê-lo deitado sobre aquela maca, sendo coberto por um lençol branco até à cabeça.

Durante a tarde levaram o seu corpo para velar, já eu estava junto com a minha família, aguardando a sua chegada, sobre efeitos de calmantes, eu descansava no colo da minha mãe. De repente começou uma movimentação, fazendo com que eu acordasse.

- Bê: o que está acontecendo?

- Mãe: o corpo chegou.

Bastou ouvir isso e entrei em pânico, e minha mãe me abraçou para tentar confortar-me, embora ela também estivesse chorando muito.

Durante o resto da tarde e toda a noite, eu não desgrudei dó pé dele, só saía para ir ao banheiro. Seu caixão estava lacrado, só o conseguia ver através de um vidro, que mostrava o seu rosto.

- Bê: Amor...porquê me deixaste?...O que vai ser da minha vida, sem ti?

- Carlos: vem tomar um chá para te acalmares...

- Bê: Eu não quero chá nenhum, eu quero o meu Bruno de volta...

A pior hora foi quando já de manhã vieram fechar o caixão, para proceder ao funeral. Bruno irá ficar na campa da minha família.

- Carlos: está na hora de levarem-no. – disse me tentando afastar do caixão para que pudessem fechá-lo.

- Bê: NÂO...não...não levem ele de mim, por favor...- dizia implorando desesperadamente.

– Deus, porquê o senhor fez isso comigo? Amor...Bruno... - disse já no ultimo adeus.

Com tiros me levanto

Com tiros me deito

Com tiros me enterro

Era o lema do Bruno no exercito, principalmente quando estava em missão, quem diria que depois de ele sair do exercito, seriam mesmo os tiros que o iriam enterrar.

Agora eu sei que ele passa todas as noites do meu lado, como todos os dias. Mas para mim todas as noites são Noites de Pesadelo.

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