Capítulo 4 - Lembrando o passado

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--//BERNARDO\\--

O Bruno não posso dizer que ele é homossexual, pois segundo a declaração que ele fez para mim, eu era o único cara que despertou nele interesse, e na qual as nossas brincadeiras tinham ajudado. De resto eram as raparigas a perdição dele. Assim que ficavam a conhece-lo, procuravam a atenção dele, devido ao jeito dele carinhoso e atencioso, um cavalheiro mesmo que ele era, para além de ser bonito.

Já eu sempre me assumi como sendo homossexual, nunca escondi isso e sempre tive apoio da família, confesso que tive algum receio de contar para o Bruno, pois temia que ele se afastasse de mim. Mas a reação dele foi ótima e ficamos ainda mais próximos.

Admito que deixava ele fazer coisas comigo que não permitia a mais ninguém fazer, como o vicio que ele tinha de ficar metendo a mão dele por dentro da minha camisa acariciando as minha cintura e costas. Então se sentava no colo dele era tiro e queda – sorrio me lembrando disso.

Agora aqui estou eu fazendo carinho na mão dele á espera que ele acorde, dê um sinal que o leve a sair deste hospital e voltar para casa.

É incrível como o tempo passa, parece que foi ontem que nos conhecemos.

Me lembro como se fosse hoje – falava ao mesmo tempo que ia acariciando a mão dele.

Eu tinha ido para uma universidade de Portugal. Estava á procura de um quarto para alugar, quando em conversa com amigos, um me falou de ti, e que tinhas quarto para alugar. Não pensei duas vezes estava cansado de procurar e ainda por cima ficava perto da universidade. Logo pedi teu contacto e marcamos de nos encontrar no teu apartamento.

Me lembro do susto que levei quando me abriste a porta e te vi vestido com fardamento militar que te dava um ar autoritário e nada amigável, mas iria descobrir que por trás dessa postura está um coração de ouro nada preconceituoso e super amigável, que também tem o seu jeito bruto.

Os anos foram passando e a gente criou um laço muito forte, eu te via como meu melhor amigo, um irmão mais velho, que sempre me ajudou, protegeu e cuidou de mim, durante todos estes anos.

Quando voltei para o Brasil, foi bem difícil te deixar. Morria de soldades tuas apesar de nos falarmos todos os dias – dizia-lhe bem perto dele. Queria que me ouvisse e soubesse que eu estava ali ao lado dele e sempre estarei.

Me fizeste muito feliz no dia em que me bateste á porta, de surpresa, me proporcionando o melhor presente de aniversário...Tu.

De repente começo a sentir os seus dedos se mexendo, seguindo de seu corpo, causando-me tremenda alegria que sai correndo, chamar o médico.

- Bê: doutor precisa de vir depressa, o Bruno está reagindo.

- Médico: calma, vou lá ver ele, mas já o informo que isso não quer dizer que ele vai acordar. Aguarde aqui. – disse se dirigindo para o quarto do Bruno.

Fiquei no corredor até o médico voltar.

- Bê: então ele acordou? – perguntei ao médico que voltava do quarto do Bruno, cheio de esperanças.

- Médico: sim. Ele está acordado, mas terá que ter calma com ele, não pode bombardeá-lo com muita informação. Ainda está fraco e muito confuso.

- Bê: mas ele vai ficar bem agora?

- Médico: sim, tudo indica que sim.

- Bê: obrigado por tudo doutor – falei aliviado.

Assim que terminei de falar com o médico, não hesitei e liguei para a Ana e meu irmão, avisando-os que o Bruno já havia acordado. Não demorou muito para que ambos se juntassem a mim.

- Ana: então o que foi que ele disse? Como ele está se sentindo? Não perdeu a memória, pois não?

- Carlos: calma Ana, deixa meu irmão falar.

- Ana: desculpa, é que estou nervosa.

- Bê: tudo bem Ana. Eu não tive coragem para entrar sozinho, tenho medo da reação dele – falei com um aperto no coração.

- Ana: estás com medo que eles se lembre da festa. Não é?

- Bê: sim, é isso mesmo.

- Carlos: fica calmo, mesmo que ele lembre, não vai ficar com raiva de ti. – disse meu irmão se aproximando de mim me dando um abraço, tentando-me animar.

- Ana: não te preocupes, eu vou vê-lo primeiro, para ver como ele está, depois te chamo.

Noites de PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora