--//Bernardo\\--
Já se passou um mês desde que o Bruno voltou para casa e eu vim morar com ele. Tendo a atenção dele toda só para mim e a minha para ele, é como voltar no tempo. No tempo em que a gente vivia junto em Portugal.
O Bruno tem feito o tratamento todo direitinho, não vê a hora de poder voltar à vida dele normalmente. Se continuar assim logo-logo já estará trabalhando de novo e teremos todos esquecido este acidente.
Numa destas noites, eu estava na cozinha fazendo o jantar para nós. Bruno estava sentado só me olhando com cara de cachorro morto.
- Bê: o que foi, porque estás com essa cara?
- Bruno: é que...detesto ter que ficar aqui sentado sem te ajudar. – falou com cara triste.
- Bê: não te preocupes. Estás te recuperando e depois quando estiveres bom eu vou cobrar. Vais ter que cozinhar para mim um banquete, como agradecimento. – falei tentando animar ele, que retribuiu com um leve sorriso.
- Bruno: Podes contar com isso e não só. Vai ser banquete, festão e lua de mel. – disse com aquele sorriso malandro que só ele tinha.
- Bê: Ai, é. Vou ter direito a lua de mel é seu malandro – falei indo me sentar no colo dele, de frente, e envolvendo os meus braços em volta do seu pescoço. Logo senti as suas mãos na minha cintura, por dentro da camisa.
- Bruno: é, a gente não está noivo. Lá no hospital não pararam de nos elogiar como casal. Bem que poderias repensar na resposta ao meu pedido de namoro que eu te fiz. – disse todo esperançoso – Eu falei sério quanto disse que te amo e quero ficar contigo. Nestes meses ainda mais tenho a certeza disso.
- Bê: Prometo que vou pensar. Mas sabes bem que essa história de noivo é mentira.
- Bruno: é, uma mentira que deixou todo mundo no hospital acreditando mesmo.
- Bê: até me sinto envergonhado, só de pensar. – disse saindo do seu colo e continuando o jantar.
- Bruno: isso de ires pensar sobre o meu pedido é sério, ou só dizes isso para me agradar agora – falou apreensivo.
- Bê: já te prometi que ía pensar, por isso vou. Além que nestes meses tenho me dado conta de muita coisa, que pensei que não insistia. Mas vou precisar de um tempo para ter a certeza que desta vez é uma decisão definitiva, que não vou confundir os sentimentos. Ok. – disse enquanto cozinhava.
- Bruno: Tá. Mas, vou ter que esperar muiiiito.
- Bê: Hááaa...não sei Bruno. Um mês no mínimo.
- Bruno: HÁ não. Mais que um Mês eu não aguento – disse erguendo as sobrancelhas
- Bê: Tá, um mês, só então.
- Bruno: Tá, tudo bem, um mês. E aí tu me dizes se sim ou não.
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Noites de Pesadelo
De TodoNoites de pesadelo, conta a história de Bruno um português hétero e Bernardo um brasileiro homossexual, e como a grande amizade que eles tem se pode transformar em noites de pesadelo. Um drama que vai por á prova essa amizade ou era revelar o grande...