--//Bernardo\\--
Na semana seguinte, iniciei a minha primeira sessão na Clinica de reabilitação.
O Bruno tem sido fantástico comigo, me acompanhando nas sessões.
Como era normal, o Bruno veio me buscar para outra sessão na clinica. Meu irmão foi quem o atendeu á porta.
- Carlos: oi Bruno, entra!
- Bruno: oi Carlos. Como estás? – disse surpreso, por ver meu irmão – O que aconteceu, o teu irmão te contatou para atenderes a porta?
- Bê: não, isso é trabalho de escravo mesmo! Esqueceu que sou malvado? – respondi rindo
- Carlos: o quê? – disse confuso.
- Bê: nada mano, eu estou só brincando. É que aqui o Bruno acha que eu sou malvado com as pessoas.
- Bruno: não soubeste Carlos, que aqui o teu irmão maltratou o terapeuta ocupacional dele logo no primeiro dia.
- Carlos: não estava sabendo disso. Como assim?
- Bê: o Bruno faz tudo parecer horrível. Ele é muito exagerado – protestei – Eu não "maltratei" ninguém. Eu apenas estava um pouco mal humorado naquele dia e talvez eu possa ter sido um pouco ríspido com o meu terapeuta.
- Carlos: Há, então é isso. Bem, então não faça mais isso, senão também vou acreditar que tu és malvado. – disse rindo.
- Bê: ai, o que eu fiz para merecer vocês dois!
- Bruno: boa coisa não foi. – disse enquanto me dava um abraço acompanhado de um beijo na bochecha – Mas e aí estás pronto para mais um dia.
- Bê: prontíssimo! – disse empolgado.
Fomos para mais uma sessão de fisioterapia, e já aviso que não tratei mal ninguém. No final o Bruno foi me levar em casa e ainda ficou algum tempo, mas logo teve que ir embora, para descansar um pouco antes de ir trabalhar.
Dois meses já se passaram e a fisioterapia já tem dado alguns resultados, estou melhorando.
Esta tarde minha mãe veio falar comigo.
- Mãe: como estás te sentindo hoje?
- Bê: estou bem mãe. Porquê?
- Mãe: bem, meu filho, eu estou um pouco preocupada contigo. Talvez possas consultar um psicólogo para te ajudar nesta fase da tua vida.
- Bê: eu estou bem mãe. Eu juro. – respondi com firmeza – Se eu precisar de ajuda, eu prometo que vocês irão saber.
- Mãe: tens a certeza?
- Bê: sim mãe. Eu entendo que vocês estejam preocupados comigo e que é provável que muitas pessoas que ficam paraplégicas, procurem consultas com psicólogos, mas eu não preciso no momento. Como eu disse, se eu precisar vocês vão ficar sabendo.
- Mãe: tudo bem. Se é assim, então eu fico mais tranquila. Precisas de ajuda com alguma coisa? Porque eu vou preparar o jantar agora, mas se tu precisares é só chamares.
- Bê: eu acho que não. Bem, eu vou tomar banho agora e talvez precise de ajuda para realizar a transferência para a cadeira de banho. Mas vou tentar sozinho e qualquer coisa eu grito se precisar da sua ajuda, tá certo?
- Mãe: certo. Então eu vou preparar o jantar agora. – disse me dando um beijo na bochecha e depois se dirigiu para a cozinha.
De facto eu consegui realizar a transferência para a cadeira de banho e tomei meu banho sem dificuldades, graças ao auxilio das barras de apoio previamente instaladas pelos meus pais no banheiro.
Porém, quando tentei realizar a transferência de volta para a cadeira de rodas, escorreguei e acabei caindo no chão. Permaneci deitado por alguns segundos, então escalei a cadeira de rodas até conseguir me sentar.
Não disse nada para a minha mãe, sobre o ocorrido, mas enquanto estava no chão eu chorei, pelo fato de depender da cadeira de rodas.
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Noites de Pesadelo
De TodoNoites de pesadelo, conta a história de Bruno um português hétero e Bernardo um brasileiro homossexual, e como a grande amizade que eles tem se pode transformar em noites de pesadelo. Um drama que vai por á prova essa amizade ou era revelar o grande...