Capítulo 6 - Voltando para casa

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--//Bruno\\--

Os dias, semanas e meses, foram passando e eu cada vez melhor. Estava recuperando depressa, os médicos dizem que eu sou um lutador, sempre ía até ao meu limite. Queria voltar logo para casa, detesto hospitais.

Durante estes meses o Bê não me tem largado, vem sempre me ver a todas as horas livres que ele tem, desde manha á noite. Já falei para ele que não é preciso ele vir sempre, que também tem que descansar. Alias tive mesmo que o proibir de me vir ver a toda a hora. Falei para ele que iria ficar chateado, se ele não para-se. Pois apesar de estar adorando toda a sua atenção, eu sabia que ele precisava de descansar.

Entendo ele, pois eu quase morri, e isso abalou-o muito, mas parece que há algo mais, para esta atenção toda da parte Bê, mas não sei o quê. A toda a hora parece que ele tem medo que eu lembre de algo. Esta tarde falamos sobre isso.

- Bruno: Bê me fala, o que é que se passa?

- Bê: nada, ué – disse querendo terminar o assunto

- Bruno: fala Bê. Eu te conheço e sei que esta atenção toda da tua parte, não é só porque eu quase morri. Diz-me a gente brigou nessa noite. Não foi? – falei com calma e continuei - Eu não vou ficar chateado contigo por causa disso. Aliás a culpa do acidente não foi tua – disse lhe mostrando que poderia desabafar comigo.

- Bê: foi. É isso mesmo. Estás contente agora?! –disse chateado – Agora não vamos mais tocar no assunto. OK – disse num tom mais calmo.

- Bruno: tudo bem, não falamos mais sobre isto. – disse encerrando a conversa sobre aquele assunto.

- Bruno: agora mudando de assunto, o médico disse-me hoje que amanhã vou ter alta, mas vou precisar continuar com os tratamentos, por mais um mês.

- Bê: que boa noticia. Eu venho-te buscar. Te levo lá para a minha casa.

- Bruno: Não, nem pensar. Eu vou para a minha casa – falei dissidido

- Bê: não podes ficar sozinho...pode acontecer-te alguma coisa...precisas de ter alguém por perto. – tentando-me convencer

- Bruno: eu sei cuidar bem de mim sozinho.

- Bê: tá. Se não queres ir para a minha casa, então eu vou para a tua. – disse dissidido.

- Bruno: o quê?! Não, e o teu trabalho...Vais ficar mais longe... não nem pensar. – tentei contradizer.

- Bê: o meu trabalho nem fica assim tão longe da tua casa é quase o mesmo. Esqueceste-te que a gente vive perto um do outro.

- Me empresta a tua chave de casa. Quero ainda hoje levar algumas coisas para lá e prepará-la para a tua chegada amanhã.

- Bruno: vê se não aprontas nada – falei lhe entregando a minha chave de casa.

Bom não havia mais nada a dizer, o Bê iria morar comigo, pelo menos durante a minha recuperação. Não é que fosse novidade para mim, visto que já morei com ele durante anos em Portugal.

O dia de receber alta chegou, e finalmente, estou à porta de casa prestes a entrar, com a ajuda do Bê. Assim que entro, logo vejo Ana e Carlos, me parabilizando pela volta a casa.

- Ana: bem vindo a casa.

- Carlos: Bem vindo a casa. – disseram ambos me vindo abraçar.

Como é bom ter os amigos nestas alturas da nossa vida, principalmente para mim, que os considero como família.

Passamos o resto do dia comendo, vendo filme, conversando e fazendo programas para os próximos dias.

Como eu tinha soldades disso.

Noites de PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora