Capítulo 3 - Relembrando a noite de pesadelo

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--//Bernardo\\--

Foram se passando dias, semanas, meses e o estado do Bruno continuava estável, mas sem grandes melhoras.

Durante uma dessa tardes que passei ao lado dele, disse-lhe que até já tinha soldades dos tapas na bunda que ele me dava na brincadeira, mas com força mesmo ao ponto de me deixar a marca da mão dele nela.

- Bê: Dizias-me que era para tirar o vicio de ficar empinando ela. A verdade é que tinhas razão, eu acabei perdendo esse vicio mesmo, só com o medo da tua palmada – falava com um leve sorriso no rosto, me lembrando das vezes que eu reclamei com ele, e ele sempre voltava a fazer.

Mas meu sorriso se desfez assim que constatei que já havia um mês mais ao menos, antes disto tudo acontecer que o Bruno nunca mais me tocou, o que me fez pensar que ele teria perdido o interesse por mim. Todas aquelas brincadeiras mais intimas que ele costumava ter comigo, que fazia meu irmão pensar que estávamos de rolo, que não era só amizade, o Bruno nunca mais fez.

Agora que penso nisso, constatei que ele se estava afastando de mim.

- Bê: foi por causa disso que eu comecei a ficar com raiva de ti, pois comecei a ter ciúmes, não suportava te ver dando atenção para aquelas oferecidas e para mim tu já nem ligavas – falei esto com desanimo me lembrando da festa onde eu descarreguei tudo em cima dele por ciúmes.

Vou contar-vos o porquê.

Desde que o Bruno falou que estava a fim de mim e que queria ficar comigo e eu disse que não, ele mudou completamente. Continuávamos amigos, mas já não era a mesma coisa.

Então nessa noite eu decidi meter-me com ele. Sentava-me no seu colo, ficava empinando a bunda para ele, chamava-o para dançar, mas ele estava frio comigo. Me tirava do seu colo, falava que não queria dançar, para eu procurar os caras que faziam o meu tipo e o deixar em paz.

O pior foi quando eu estava dançando e reparei numa garota que chegou na mesa onde ele estava cumprimentou ele e sentou no colo dele. Ele estava bem sorridente mais ela, sempre de segredinhos falando no ouvido dele. Isso estava me deixando puto, principalmente porque também já tinha bebido e depois que vi eles se beijando ainda mais bebi, sempre vendo aquela cena de longe. Eu sabia que não tinha o direito de cobrar nada dele, ele tinha todo o direito de curtir, pois fui eu quem disse NÃO para ele. Mas não estava conseguindo lidar com aquela situação.

Passado algum tempo eles se levantaram e se afastaram. Eu nem pensei duas vezes e segui eles até entrarem num dos quartos da casa, onde decorria a festa. Aí eu não tive mais duvidas, sabia bem no que aquilo ia terminar.

Voltei para a festa já descontrolado, só esperando ele voltar. Não tenho noção do tempo que ele demorou para voltar, mas assim que o vi vindo na minha direção eu agarrei o cara que estava dançando comigo, que por sinal era bem gostoso, e estanquei um beijão nele, mesmo na frente do Bruno. Não preciso dizer que ele ficou com cara de poucos amigos.

- Bruno: já terminou aí? – disse querendo parecer indiferente – Está na hora de irmos embora.

-Bê: vai indo que aqui o gostoso me leva – me referindo ao cara que estava comigo.

- Bruno: nada disso, vieste comigo vais comigo – disse de forma autoritária

Com o Bruno era assim, quem vai com ele volta com ele e nem vale apena repostar, pois ele já avisava antes mesmo de sair que era assim.

A partir daqui, devido ao meu estado de fúria e álcool, começou a discussão. Bem não sei se devo dizer discussão, porque só eu é que gritei o Bruno só ouvia. Aliás era um dos dons dele, sempre permanecia calmo me ouvido e nunca me levantava a vós.

- Bê: qual é a pressa. A garota que estava contigo não gostou do que viu? – ao falar isso seu rosto ficou apreensivo, pelo visto ele não reparou que eu estava a velo.

- Bruno: já chega tu já bebeste de mais. Vamos embora – disse calmamente

- Bê: já falei eu não vou contigo, eu nem em casa vou dormir, não é Leo – falei virando o rosto para o cara que estava comigo, que se chamava Leonardo. Ele acenou que sim com a cabeça, me agarrando por trás.

Eu sabia que estava provocando o Bruno, pois a expressão do rosto dele era de quem não estava gostando nada do que via e ouvia.

- Bê: porque não fazes o mesmo e levas a garota para dormir fora...HÁAAA já me esquecia ela te deu um fora, FOI...COITADINHO. Bem eu até intendo ela, pois EU TAMBÉM TE DEI UM FORA. POIS NUNCA NA VIDA IRIA NAMORAR CONTIGO. TE ODEIO.

Bem o resto da história vocês já sabem, o que aconteceu – já as lágrimas me escorem no rosto só de lembrar essa horrível noite .

Já fazia 6 meses que meu dia a dia era casa – trabalho – hospital – casa.

Noites de PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora